Adaptada às atuais condições sanitárias, a 93ª edição do Oscar acontece neste domingo (25), a partir das 21h, com transmissão integral do canal TNT, portal G1 e Globoplay (incluindo não assinantes). Na Globo, a premiação mais tradicional do cinema entra no ar por volta de 23h30.
Devido às restrições impostas pela pandemia, a cerimônia acontecerá em quatro palcos diferentes. Em Los Angeles, o Teatro Dolby, tradicional sede da premiação, receberá principalmente as atrações musicais da noite. Do outro lado da cidade, a antiga estação de trem Union Station abrigará outra porção dos candidatos. Na Europa, Londres, capital inglesa, e Paris, capital francesa, também terão palcos à disposição dos indicados que não puderam se deslocar aos Estados Unidos.
Organizado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas (AMPAS, na sigla em inglês), a edição deste ano tem produção do cineasta Steven Soderbergh, vencedor do Oscar de melhor direção por ‘Traffic’, em 2001.
Vamos às apostas para cada uma das 23 categorias do Oscar 2021:
Filme
Dominando completamente a temporada, ‘Nomadland’ já venceu mais de 200 prêmios ao redor do mundo, incluindo o do sindicato dos produtores (PGA), Globo de Ouro, Critics Choice (mais importante prêmio da crítica americana) e Bafta (premiação da Academia britânica), todos importantes termômetros com relação ao Oscar. Desta forma, tem amplo favoritismo. Se há alguma possibilidade de zebra contra ‘Nomadland’, é ‘Bela Vingança’ e ‘Os 7 de Chicago’ (Netflix) que a sustentam. Completam a lista dos indicados: ‘Judas e o Messias Messias Negro’, ‘Mank’ (Netflix), ‘Meu Pai’, ‘Minari’ e ‘O Som do Silêncio’ (Amazon).
FAVORITO AO OSCAR, ‘NOMADLAND’ BRILHA AO REVISITAR FRONTEIRA ENTRE DOCUMENTÁRIO E FICÇÃO
Direção
Num ano histórico, em que pela primeira vez duas mulheres estão entre os cinco finalistas, a chinesa Chloé Zhao, de ‘Nomadland’, tem ainda mais favoritismo que seu filme na categoria principal, devendo se tornar a primeira mulher asiática e segunda no geral a vencer a categoria, 11 anos após a norte-americana Kathryn Bigelow quebrar o tabu com ‘Guerra ao Terror’. Seus concorrentes são Emerald Fennell (‘Bela Vingança’), David Fincher (‘Mank’), Lee Isaac Chung (‘Minari’) e o dinamarquês Thomas Vinterberg (‘Druk’).
Atriz
A britânica Carey Mulligan (‘Bela Vingança’) e as norte-americanas Frances McDormand (‘Nomadland’) e Viola Davis (‘A Voz Suprema do Blues’ / Netflix) fazem desta a categoria mais incerta da noite. As duas primeiras dominaram a temporada de premiações, tendo mais de 20 conquistas cada. Viola, por sua vez, ressurgiu após a vitória no SAG Awards, prêmio do sindicato dos atores, classe que representa cerca de 30% dos votantes da Academia. Apesar de vencer o Critics Choice, Carey perdeu fôlego ao ficar fora do Bafta, vencido por McDormand. Completam as indicadas Andra Day, vencedora do Globo de Ouro por ‘Estados Unidos vs. Billie Holyday’, e Vanessa Kirby, de ‘Pieces of a Woman’ (Netflix).
Ator
Apesar de Chadwick Boseman (‘A Voz Suprema do Blues’) e Riz Ahmed (‘O Som do Silêncio’) dividirem a maior parte dos prêmios da temporada, Boseman prevaleceu na importante reta final, vencendo Globo de Ouro, Critics Choice e SAG Awards, sendo favorito ao que deve ser um comovente Oscar póstumo, o primeiro para um ator desde a vitória de Heath Ledger (como coadjuvante) em 2009, por ‘Batman: O Cavaleiro das Trevas’. Anthony Hopkins, vencedor do Bafta por ‘Meu Pai’, Gary Oldman (‘Mank’) e Steven Yeun (‘Minari’) são os outros indicados.
Atriz Coadjuvante
Após disputa acirrada entre a jovem búlgara Maria Bakalova (‘Borat 2’ / Amazon) e a experiente sul-coreana Youn Yuh-Jung (‘Minari’), a segunda levou o SAG e o Bafta nas últimas semanas, colocando-se como favorita ao prêmio. As concorrentes valorizarão a conquista: Olivia Colman (‘Meu Pai’) venceu como melhor atriz em 2019, por ‘A Favorita’, enquanto Glenn Close (‘Era Uma Vez um Sonho’) está em sua oitava indicação – podendo, infelizmente, igualar Peter O’Toole (1932-2013), também indicado oito vezes sem nunca ter vencido. Amanda Seyfried (‘Mank’), em sua primeira indicação, fecha a lista.
Ator Coadjuvante
Apesar de Paul Raci (‘O Som do Silêncio’) dominar a primeira metade da temporada e ver Leslie Odom Jr. (‘Uma Noite em Miami’ / Amazon) ir crescendo em seu retrovisor, com o lançamento tardio de ‘Judas e o Messias Negro’, Daniel Kaluuya emergiu apenas na segunda metade e dominou completamente a reta final, levando Globo de Ouro, Critics Choice, SAG Awards e Bafta, tornando-se uma das vitórias mais certas da noite. Numa aberração causada pelas regras da Academia, que permite aos estúdios escolherem a qual categoria submeter o elenco, além de Sacha Baron-Cohen (‘Os 7 de Chicago’), concorre também, por opção da Warner, LaKeith Stanfield, o outro protagonista de ‘Judas e o Messias Negro’. Ou seja, para o estúdio não existe personagem principal no filme.
Roteiro Original
Premiado no Bafta, Critics Choice e no sindicato dos roteiristas (WGA), a trama de Emerald Fennell para ‘Bela Vingança’ deve desbancar ‘Os 7 de Chicago’, favorito inicial, e manter as chances do filme levar o prêmio principal da noite.
‘BELA VINGANÇA’, DE EMERALD FENNELL, ESTREIA TOCANDO NAS FERIDAS DA CULTURA DO ESTUPRO
Roteiro Adaptado
‘Nomadland’ (Chloé Zhao) dominou a temporada, mas enfrenta a sombra de ‘Meu Pai’, do francês Florian Zeller, vencedor no Bafta. Ambos não estavam elegíveis no sindicato (WGA, vencido por ‘Borat 2’), o que aumenta a expectativa.
Filme Internacional
Também indicado a melhor direção, o sarcástico ‘Druk – Mais Uma Rodada’, de Thomas Vinterberg, deve dar à Dinamarca seu terceiro Oscar na categoria.
Documentário
Triunfando no Bafta e nos sindicatos dos produtores (PGA) e editores (ACE), ‘Professor Polvo’ (Netflix) emergiu nas últimas semanas e parece pronto para desbancar ‘Time’ (Amazon), até então favorito, e o romeno ‘Colectiv’, multipremiado internacionalmente e também indicado a melhor filme internacional. A ótima seleção deste ano conta ainda com ‘Crip Camp: Revolução Pela Inclusão’ (Netflix) e o chileno ‘Agente Duplo’ (Globoplay), única produção latino-americana indicada a este Oscar.
Documentário em Curta-Metragem
O revoltante ‘Uma Canção Para Latasha’ (Netflix) e o cativante ‘A Concerto is a Conversation’ dividem o favoritismo. Se a Academia pender para a leveza de ‘Professor Polvo’ na categoria anterior, o segundo tem mais chance aqui. Pelo mesmo motivo, o pesado ‘Hunger Ward’ e o visceral ‘Do Not Split’, apesar de tão necessários e atuais quanto ‘Latasha’, saem atrás na disputa. ‘Colette’ completa a lista dos indicados.
ONDE ASSISTIR AOS DOCUMENTÁRIOS EM CURTA-METRAGEM INDICADOS AO OSCAR 2021
Animação
Mesmo tendo em ‘Wolfwalkers’ (Apple TV+) um forte concorrente, ‘Soul’ (Disney+) foi avassalador na temporada, colocando-se entre as melhores animações da história da Pixar, além de favoritaço ao Oscar. ‘A Caminho da Lua’ (Netflix), ‘Dois Irmãos’ (Disney+), e ‘Shaun, O Carneiro: A Fazenda Contra-Ataca’ (Netflix) são os outros indicados.
Animação em Curta-Metragem
Aposta do Portal Pepper ainda no início do ano, semanas antes da divulgação das quase 100 produções inscritas, o comovente ‘Se Algo Acontecer… Te Amo’ (Netflix) é o favorito contra o divertido ‘Toca’ (Disney+), o singelo ‘Yes-People’, da Islândia, e os conceituais ‘Genius Loci’, da França, e ‘Opera’, coprodução entre EUA e Coreia do Sul.
ONDE ASSISTIR AOS CURTAS DE ANIMAÇÃO INDICADOS AO OSCAR 2021
Montagem (edição)
Disputa aberta entre ‘Os 7 de Chicago’, vencedor no sindicato (ACE) e ‘O Som do Silêncio’, triunfante no Bafta.
Fotografia
Principal vencedor da temporada, incluindo as conquistas no Bafta e Critics Choice, ‘Nomadland’ é favorito aqui também. Apenas ‘Mank’, vencedor no sindicato (ASC) pode desbancá-lo.
Efeitos Visuais
Embora ‘O Céu da Meia-Noite’ tenha triunfado no sindicato (VES), ‘Tenet’, vencedor do Bafta e Critics Choice, dominou a temporada e mantém o favoritismo.
Desenho de Produção (direção de arte)
Sem dar chances para ninguém na temporada de premiações, esta é a categoria que garantirá a ‘Mank’, filme mais indicado desta edição, lembrado em 10 categorias, não sair de mãos vazias da cerimônia.
Figurino
Vencedor no sindicato (CDG), Bafta e Critics Choice, ‘A Voz Suprema do Blues’ deve dar à veterana Ann Roth, aos 89 anos, seu segundo Oscar, 24 anos após vencer por ‘O Paciente Inglês’. Também vencedor no sindicato, ‘Mulan’ (Disney+) é o único concorrente que pode desbancar o favorito.
A MODA DE ÉPOCA POR TRÁS DOS FIGURINOS DO OSCAR 2021 PONTUA TEMPOS E LUGARES DISTINTOS NA HISTÓRIA
Maquiagem e Cabelo
Trilhando o mesmo caminho vitorioso da categoria anterior – Bafta, Critics e sindicato (MHG) – ‘A Voz Suprema do Blues’ mantém o favoritismo aqui. Também vencedor no sindicato, a produção italiana ‘Pinocchio’ aposta no currículo do britânico Mark Coulier, vencedor em suas duas indicações até aqui (por ‘A Dama de Ferro’ e ‘O Grande Hotel Budapeste’), para surpreender.
E O OSCAR DE MELHOR MAQUIAGEM E PENTEADO VAI PARA…
Trilha Sonora
Tão dominante quanto o filme que acompanha, a música original de ‘Soul’ também tem vitória praticamente garantida nesta edição.
Canção Original
Principal vencedora da temporada, incluindo a conquista no Critics Choice, “Speak Now”, de ‘Uma Noite em Miami’, belamente interpretada por Leslie Odom Jr. é a favorita. Triunfante no Globo de Ouro, “Io Sì”, cantada pela italiana Laura Pausini em ‘Rosa e Momo’ (Netflix) é a principal concorrente.
Som
A categoria que volta a reunificar os prêmios de edição de som e mixagem de som após quase 60 anos traz ‘O Som do Silêncio’, triunfante no Bafta e no sindicato dos mixadores (CAS), como o grande favorito.
Curta-Metragem
Apesar do palestino ‘The Present’ ter levado o Bafta e ser o indicado com mais prêmios recebidos pelo mundo, é ‘Dois Estranhos’ (Netflix), produzido no calor dos protestos contra a violência policial para com a população negra nos EUA, quem surge forte nesta reta final da temporada. ‘White Eye’, produção de Israel belamente executada, ‘The Letter Room’ e ‘Feeling Through’ completam os indicados.
CONHEÇA OS CURTAS DE FICÇÃO INDICADOS AO OSCAR 2021 DISPONÍVEIS NO BRASIL
OSCAR 2021 (Academy Awards 2021) – Los Angeles (EUA), Londres (Reino Unido) e Paris (França) – Domingo, 25/4, a partir das 21h no canal TNT, portal G1 e Globoplay (na Globo, a partir de 23h30).
