Nós só queríamos nos alienar um pouco.
O Brasil parou para assistir e torcer pela vitória da paraibana Juliette Freire no Big Brother Brasil, mas aquele momento de distração, alienação e euforia, se tornou estranho, ao mesmo tempo em que o público estava feliz naquele instante, por outro lado chorava a morte do humorista Paulo Gustavo, vitima da Covid-19. Assim como o artista, o vírus levou mais de 412 mil brasileiros. O choro que estava contido por tantas mortes não aguentou e transbordou com a notícia da morte do ator, esse choro que milhões de pessoas soltaram foi em nome de inúmeros Paulos, Marias, Josés, Antônios, Helenas, Joãos e tantos outros que perderam a luta para a doença.
Em meio a tantas tragédias e um governo negacionista, temos um líder que não sabe liderar. Em meio a tanto desvio de verba, a população se aglomera por uma quantia pífia – o tal “auxílio emergencial” que não supre a necessidade básica. Nós só queríamos nos alienar um pouco.
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O pouco que é oferecido à população é tirado à força – o tal “pão e circo” parece não estar funcionando muito bem, pois o pão falta à mesa e o circo deixou sua lona cair, deixando um palhaço sem graça a frente do picadeiro. O que será de uma nação que não possui uma alimentação básica, não possui educação, a saúde morre as mínguas e a cultura está agonizando? Se não fosse a união do povo brasileiro, a situação seria bem pior.
A morte do Paulo Gustavo foi o estopim para esse turbilhão de emoções explodir. Se o brasileiro não morrer pelo vírus, com certeza a pandemia irá deixar outras sequelas, a saúde mental não vai bem, o comércio não vai nada bem e o desemprego só aumenta. Só queríamos nos alienar para esquecer essa terrível pandemia, nem que seja por alguns minutos. A questão não é sobreviver e sim sobre viver.