Vozes historicamente silenciadas estão reunidas no livro “Mulheres Quilombolas: Territórios de Existências Negras Femininas”, um espaço para compartilhar saberes a partir de suas perspectivas, como faziam nossos ancestrais reunidos em torno do fogo.
O LUTO NA LUTA – O ALVO PRINCIPAL TEM COR, GÊNERO E ETNIA
Essa obra, coordenada pela autora e filósofa Djamila Ribeiro, organizada por Selma dos Santos Dealdina e publicada pela editora Jandaíra, traz para a roda uma diversidade de pautas, produzida por essas mulheres quilombolas, em geral invisibilizadas na sociedade, contribuindo com suas visões de mundo, seus conhecimentos acadêmicos e suas experiências de vida para abrir novas possibilidades de debate.
Assumindo o lugar de guardiãs dos saberes ancestrais, de lideranças políticas, de mulheres racializadas na sociedade, expõem em suas reflexões os muitos atravessamentos que a discussão em torno do que é ser mulher quilombola abarca. Para além da pauta identitária, como protagonistas de suas próprias histórias, as autoras denunciam os muitos percalços enfrentados pela população quilombola – que existe (e resiste) em torno de quatro mil comunidades em quase toda a extensão do Brasil, lamentavelmente pouco divulgados e discutidos na mídia e em nossos círculos sociais. 168 páginas. R$ 56.