Aos 42 anos, o carioca, Rodrigo Antônio Nogueira da Penha, conhecido nacionalmente por Rodrigo Suricato, é um dos principais nomes da música tupiniquim. Caçula da família, foi influenciado pelas preferências musicais de seus irmãos que ouviam Beatles, Yes e Led Zeppelin. Assim nascia Suricato. “Tomei a decisão de incorporar o nome do projeto que batizei para que as coisas ficassem mais claras sobre meu papel dentro dele. Eu sou o projeto. Mas nem sempre estou sozinho”, comenta.
Rodrigo integrou durante muito tempo a banda Fato Consumado, onde faziam muitos shows pelo Rio de Janeiro – “éramos uma boa banda de baile, mas com pretensões autorais tímidas”, relembra. O estopim para o sucesso viria tempos depois com a participação do Suricato no reality show “Superstar”, apresentado por Fernanda Lima, na Rede Globo, assim, o Brasil ganhou mais uma banda para chamar de sua.
Com novos projetos emergindo por todos os lados, parcerias geniais, e claro, com música de qualidade, Rodrigo Suricato chamou a atenção da banda Barão Vermelho, ícone do rock nacional, para assumir os vocais que já pertenceram a Roberto Frejat e Cazuza – “Foi uma adorável surpresa e me senti honrado, agora, emocionalmente é um exercício não entrar na cilada de substituir alguém, mas sim suceder, ter generosidade com a desconfiança dos fãs e afirmar minha assinatura numa história consagrada”, diz.
RODRIGO SURICATO E VITOR KLEY LANÇAM CLIPE DE “A DOIS”
Enganam-se quem pensa que a banda que o consagrou teve fim ou deram uma pausa – “Estou ensaiando com outras pessoas e tem sido divertido. Nunca parei a Suricato, ela continua forte”, frisa. Questionado pela conciliação de agendas entre Suricato e Barão Vermelho, Rodrigo pontua: “Não tem bula. Tentamos não lançar projetos simultaneamente, nem sempre isso é possível. O principal é o respeito mútuo”.
Hoje, Rodrigo Suricato é considerado um artista multifacetado, passeando pelo folk, MPB, rock e nas últimas produções com uma pegada mais “good vibes”, em seu currículo possui um Grammy Latino, na categoria Melhor Álbum de Rock, com o disco “Sol-Te”, ou seja, o músico não veio ao mundo a passeio. “Acho que consigo imprimir uma assinatura nas coisas que faço, e produzir, compor e tocar muitos instrumentos ajuda na comunicação da minha ideia para o resultado final”. Lembrando sua conquista com o Grammy – “Acho que esgotei um formato e estou em desconstrução para um momento mais experimental da carreira”.
“Acho que meu trabalho ainda não atingiu musicalmente a grandeza das minhas ideias. E acho que ele precisa chegar a mais gente”. Sobre os altos e baixos do estilo rock n’ roll no mercado, Suricato dispara: “O problema do rock está no condutor da mensagem. O estilo é ótimo. Roqueiro virou mala quando esqueceu que um dos pilares do estilo é a defesa da liberdade não um postura mal-humorada, chata e cuspidor de regras. Esse papo de “dedo na ferida” vem da pressão de parte do público do metal. É irônico: esperam do rock máxima contestação e curtem no metal canções sobre elfos e duendes. Vai entender”, finaliza.