QUANTO CUSTA MENSTRUAR? DIGNIDADE MENSTRUAL É QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA

PELO DIREITO E PELA DIGNIDADE MENSTRUAL DE TODAS AS PESSOAS QUE MENSTRUAM
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08.10.2021

India Times / Cottonbro

Pobreza menstrual vem sendo um tema bastante abordado nas redes sociais durante os últimos meses, uma maneira eficaz de expor e falar sobre esse problema que tantas pessoas que menstruam enfrentam. Mas você sabe o que é pobreza menstrual? De acordo com o relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em Maio deste ano, “pobreza menstrual é um conceito que reúne em duas palavras um fenômeno complexo, transdisciplinar e multidimensional, vivenciado por meninas e mulheres devido à falta de acesso a recursos, infraestrutura e conhecimento para que tenham plena capacidade de cuidar da sua menstruação”.

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Nesta última quinta-feira (7), o tema foi um dos tópicos mais comentados nas redes sociais como o Twitter e o Instagram, infelizmente devido ao lamentável veto do presidente Jair Bolsonaro à Lei nº 4968/19, que pretendia distribuir gratuitamente absorventes à estudantes de baixa renda, pessoas em situação de rua e presidiárias. O veto a essa lei foi muito mal recebido por muitas pessoas que comentavam em seus perfis a importância de políticas públicas que resolvam essa questão tão urgente. Menstruar custa dinheiro. E pode parecer pouco, mas não é – principalmente considerando a crise econômica que países como o Brasil enfrentam neste momento, com um número altíssimo de pessoas e famílias vivendo em situação de extrema pobreza. Dignidade menstrual é questão de saúde pública.

Inúmeros relatos mostram a triste realidade de pessoas que não têm acesso a recursos que cuidam da menstruação. Ausência nas aulas no período menstrual por não ter absorventes, improviso com materiais não seguros como jornais, roupas velhas, panos usados ou até mesmo miolo de pão. Segundo a UNICEF, a pobreza menstrual não evidencia apenas a falta de dinheiro para comprar absorventes íntimos, evidencia também a falta de banheiros com saneamento básico, risco à saúde física e psicológica, falta de conhecimento sobre o tema e consequentemente sobre o próprio corpo e ciclo menstrual, segregação e preconceito e o não acesso a medicamentos para administrar problemas menstruais.

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“Como consequência desse insuficiente ou inadequado manejo da menstruação podem ocorrer diversos problemas que variam desde questões fisiológicas, como alergia e irritação da pele e mucosas, infecções urogenitais como a cistite e a candidíase, e até uma condição que pode levar à morte, conhecida como Síndrome do Choque Tóxico. Do ponto de vista de saúde emocional, a pobreza menstrual pode causar desconfortos, insegurança e estresse, contribuindo assim para aumentar a discriminação que meninas e mulheres sofrem. (…)”, diz o relatório da UNICEF.

Falar sobre menstruação e os direitos menstruais, não traz apenas dignidade às pessoas que menstruam, traz autonomia sobre o próprio corpo. Compreender as necessidades fisiológicas que determinados corpos possuem é o básico. E não permitir que pessoas sem nenhuma vivência sobre essa realidade afirmem o que é ou não essencial ao nosso corpo, é urgente.

Pelo direito e pela dignidade menstrual de todas as pessoas que menstruam.

(Esse texto é direcionado a todas as pessoas que menstruam, sem distinção de gênero)

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