Gaúcha de Santa Rosa, no Rio Grande do Sul, Engenheira de Controle e Automação pela UFRGS e pelo Programa Sanduíche na Technische Universitat Berlin, Maria Kopacek, é a CEO e co-fundadora da iDez, fintech que oferece autonomia para empresas no desenvolvimento do seu próprio ecossistema financeiro, unificando operações bancárias e proporcionando uma solução completa em infraestrutura e tecnologia na criação de um banco 100% digital, seguro e inovador.
Atuando na área de tecnologia, com um forte background técnico, a jovem de 28 anos iniciou sua carreira trabalhando com projetos de indústria 4.0 e manufatura aditiva no Instituto IPK Fraunhofer na Alemanha. “Ainda na Alemanha trabalhei na High Yag, uma empresa de tecnologia em solda a laser. Nessa experiência tive a oportunidade de trabalhar com a calibração de um sistema de visão para uma solda robótica a laser. De volta no Brasil tive experiências com gestão de desenvolvimento de software atuando diretamente com produto. Em 2018 fundei minha primeira empresa, a Lab, uma software house focada em logística. Em 2019 fundamos a iDez e essa foi minha primeira experiência no mercado financeiro”, conta a CEO.
A iDez, tem base em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e surgiu durante o desafio de fazer uma integração bancária ainda para um cliente, ainda quando Maria estava na Lab, sua empresa anterior. Nesse momento, a empreendedora sentiu o quanto era difícil o acesso aos grandes bancos e a complexidade técnica e burocrática de se construir uma solução financeira.
“Vimos no surgimento do Baas (Bank as a service) a possibilidade de facilitar e democratizar o acesso a soluções financeiras para empresas que jamais imaginaram se tornarem fintechs”, conta. E assim nasceu a fintech que é referência no atendimento de empresas que não possuem core de tecnologia. Conforme ela explica, a iDez desenvolve um produto, jornada de vendas e um atendimento totalmente acessível e democrático.
“Nosso objetivo é possibilitar com que ecossistemas fora do Sudeste e grandes centros, possam também aproveitar essa evolução do mercado financeiro. Destaco aqui nossa iniciativa de educação, a Escola Fintech, um projeto que visa explicar para qualquer pessoa, independente do seu background, o que cada termo do mercado significa (afinal trata-se de uma sopa de letrinhas Baas, Faas, Caas…) e como criar uma fintech do zero“, conta a empreendedora.
Sobre os diferenciais da startup de serviços financeiros, ela ressalta que eles ajudam as organizações a desenvolver soluções financeiras inteligentes para que possam usufruir e oferecer aos seus clientes o melhor ambiente para transações bancárias, acesso a crédito e benefícios do Brasil.
Para ela, o momento da tecnologia no Brasil e no mundo é “único e promissor e em minha opinião, cada vez mais teremos empresas com core tecnológico, e, naturalmente muitas startups deixarão de existir nesse processo, mas as que permanecerem, se consolidarão com grandes empresas”.
Sobre ser mulher e empreender na área de tecnologia no Brasil, Maria expõe que é algo bastante desafiador. “Enquanto empreendedora vale dizer que é bastante solitário uma vez que estamos em um contexto (especialmente no mercado financeiro) com presença predominantemente masculina. Felizmente vejo já mudanças nesse cenário e venho conhecendo cada vez mais empreendedoras incríveis liderando negócios inovadores e ao mesmo tempo com propósito sustentável”. Para ela, o setor de tecnologia ainda é um espaço com pouca participação feminina, mas há programas de incentivo que já estão mudando esse cenário.
“Ao longo da minha graduação em Engenharia de Controle e Automação, tive somente duas colegas mulheres, formei em uma turma onde eu era a única mulher e fui a terceira bacharel mulher em um curso com mais de 10 anos de existência. Existe um grande trabalho a ser feito nesse sentido, desde iniciativas educacionais focadas em mulheres na tecnologia a programas de recrutamento direcionado ao público feminino. Precisamos fomentar plataformas e comunidades de empreendedorismo feminino. Precisamos engajar grandes marcas nesse processo. Sobretudo, precisamos criar programas de educação, recrutamento, profissionalização e recolocação focados no público feminino e que promovam essa mudança, que é uma mudança cultural, com empatia. Posso citar a B2 Mamy como uma excelente iniciativa nesse sentido”, finaliza Maria Kopacek.