LEANDRA LEAL E IRANDHIR SANTOS ESTRELAM “OS ENFORCADOS” QUE TRAZ O JOGO DO BICHO COMO PANO DE FUNDO

COM DIREÇÃO DE FERNANDO COIMBRA, O LONGA ACABA DE ESTREAR NOS CINEMAS DE TODO O PAÍS. ASSISTA AO TRAILER
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14.08.2025

Laura Campanella / Helena Barreto

Com distribuição da Paris Filmes, o novo longa de Fernando Coimbra, Os Enforcados” acaba de chegar aos cinemas de todo o Brasil. Com ótima repercussão em festivais internacionais, o filme traz Leandra Leal e Irandhir Santos nos papéis principais, além de contar com participações especiais de Irene Ravache e Stepan Nercessian.

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Assim como “O Lobo Atrás da Porta” (2013), que marcou a estreia de Coimbra na direção de longas-metragens, “Os Enforcados” marca a primeira produção brasileira do cineasta após a direção de episódios das séries internacionais “Narcos“, “Outcast” e “Perry Mason” e do filme “Castelo de Areia“, com Nicholas Hoult e Henry Cavill“Estava morrendo de saudade de voltar a trabalhar no Brasil, falando na minha língua do que conheço profundamente e vivo diariamente”, diz Coimbra

Em “Os Enforcados”, Valério (Irandhir Santos) e Regina (Leandra Leal) formam um casal vivendo confortavelmente na Zona Oeste do Rio de Janeiro, graças ao império do jogo do bicho construído pelo pai e pelo tio dele. Valério, que acredita ter mantido suas mãos limpas, precisa lidar com as pendências de sua família, em um meio que obedece a leis próprias. Incentivado pela ambiciosa mulher, ele tenta uma jogada que ambos consideram infalível. 

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“‘Os Enforcados’ é, antes de tudo, sobre um casamento”, diz Fernando Coimbra. “O casal sela um pacto e faz um plano de vida que é incapaz de cumprir. Só que esse plano, aqui, se faz a partir de um crime. Um último crime que os levaria em direção à realização dos seus sonhos. Mas a realidade é muito diferente do sonho, e as coisas desandam.

O cineasta inspirou-se em “Macbeth”, de William Shakespeare, mas quis contar a história pela perspectiva de Lady Macbeth. Em “Os Enforcados, como na peça, os dois personagens se veem presos em uma escalada de ambição e violência, em uma tragédia à brasileira, com uma boa dose de humor ácido. “O jogo do bicho é um pano de fundo para retratar esse universo corrupto que eles habitam. Mas o filme é construído em cima dos personagens”, diz o diretor. “Ele disseca essas personalidades em todas as suas camadas e explora essa dinâmica de jogo de poder que a grande maioria das relações passionais tem”.

Fernando Coimbra precisava de atores que dessem conta de traduzir essas complexidades na tela. O diretor repete a parceria com Leandra Leal, que interpretou Rosa em “O Lobo Atrás da Porta”. “Eu sabia do que a Leandra é capaz e que ela potencializaria as camadas de Regina”. Irandhir Santos era um ator com quem desejava trabalhar havia muito tempo. “Os dois são muito focados e criativos. Construímos os personagens juntos”. A ambiguidade dos personagens é o traço comum entre “Os Enforcados” e “O Lobo Atrás da Porta”. “Não tem bem e mal. Eles mesmos são seus piores antagonistas, cruzam um limite que não deveriam e que vai levá-los à ruína”.

A diferença entre os dois filmes é que, em “Os Enforcados“, Fernando Coimbra queria tratar da realidade brasileira e da elite econômica do país. A ideia começou a surgir ainda durante as filmagens de “O Lobo Atrás da Porta”, quando Coimbra passava pela Barra da Tijuca a caminho de locações. 

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“A gente tem um índice de criminalidade gigante, uma desigualdade de renda absurda, mas o audiovisual tende a olhar para o crime na parte baixa da pirâmide: a periferia, o subúrbio, a comunidade. E onde está o dinheiro? Boa parte da nossa elite é extremamente corrupta. São aqueles que se declaram cidadãos de bem, mas na verdade fazem muita coisa ilegal para enriquecer”. 

Em 2015, o roteiro passou pelo Laboratório de Sundance, sendo premiado dois anos depois com o Sundance Global Filmmaking Awards, de reconhecimento e apoio a cineastas independentes emergentes. Os trabalhos fora do Brasil e a pandemia adiaram as filmagens, mas Fernando Coimbra nunca parou de trabalhar no roteiro. “Eu tinha vontade de refletir o momento que a gente estava vivendo, que foi ficando cada vez mais louco. Eu precisava constantemente adaptá-lo para aquele sentimento de absurdo”.  A produção é da Gullane com coprodução da Fado FilmesGlobo FilmesTelecine Pavuna Pictures.

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