Nesta semana comemoramos o Dia Mundial do Rock, a data está relacionada ao Festival Live Aid, realizado em 13 de julho de 1985 com transmissão simultânea entre as cidades de Londres e Filadélfia, idealizado pelos músicos Bob Geldof e Midge Ure. A sugestão para a criação de um dia dedicado ao estilo musical foi dada por Phill Collins durante sua participação no evento.
Foi um dia histórico, onde reuniu grandes nomes da cena rock como: Tina Tunner, Madonna, Queen, Mick Jagger, Keith Richards, Elton John, Paul McCartney, David Bowie, U2, Kiss entre tantos outros astros da música com aproximadamente um bilhão de expectadores. O rock tem uma forte influência no comportamento de muitas pessoas. Maquiagens, roupas e o estilo musical montam características únicas e cheias de atitude. É impressionante como um estilo predominantemente masculino, é o meio mais eclético e liberto de preconceitos, em especial no quesito maquiagem.
A MAQUIAGEM E A CULTURA POP – UMA PARCERIA DE SUCESSO
Independentemente do estilo/gênero da música, seja no rock raiz do Elvis Presley ou no rock pesado da banda Kiss, todos, sem exceção, fizeram e fazem uso da maquiagem para expressar sua arte e sua personalidade. Nós usamos maquiagem desde sempre, mas foi no Egito Antigo, tempo dos faraós, que a maquiagem começou a ser vista como forma de expressão. Eles já usavam o Kohl, um precursor do delineador. Um pigmento preto que tinha propriedades químicas que protegiam os olhos da claridade da areia do deserto e que depois de um tempo passou a simbolizar status.
Já na Idade Moderna, os nobres usavam maquiagem para corrigir imperfeições, clarear a pele e realçar traços do rosto. Mas em algum momento da história, alguém decidiu que a maquiagem era algo mais feminino do que masculino. Homens usando maquiagem ganharam tom pejorativo, até mesmo em meios artísticos como cinema, teatro e música. Então surge o rock n’ roll, trazendo a subversão e quebrando preconceitos.
A REBELDIA DO MOVIMENTO PUNK ROCK ESTAMPADA NO ROSTO DE CRUELLA
O estilo musical nasceu na segunda metade do século XX, vários artistas roqueiros ousaram desafiar os padrões estéticos, fosse à vestimenta, nas ações ou mesmo na maquiagem. Elvis Presley, por exemplo, anos 50, não abria mão dos contornos definidos, ressaltando seu rosto bem geométrico, com pancake e o tradicional cabelo em estilo Rockabilly. Já no final dos anos 60, surge o Hard Rock e o rompimento dos padrões de gênero. Com um visual andrógeno, eles usavam a maquiagem (lápis de olho, sombra, unhas pintadas e até mesmo batom) para confrontar padrões e criar um estilo próprio de expressão.
O punk chegou aos anos 1970 para virar tudo de cabeça para baixo. Com cabelos moicanos e maquiagens excêntricas fizeram o gênero musical se consolidar rapidamente como um movimento icônico. Não posso chegar aos anos 70 e não falar dele, David Bowie. Por meio do alter ego Ziggy Stardust, Bowie foi à direção contrária dos subgêneros da época. Com muita sombra, glitter e teatralidade, ele criou cenários e figurinos para as performances de seus shows tão impactantes que viraram o símbolo de uma geração, com o estilo New Wave.
Chegamos ao Heavy Metal e ao espetáculo a parte das maquiagens, a elevando a outro patamar. A maquiagem deixou de ser apenas um complemento do visual e passou a definir a persona que seria encarnada por aquele artista nos palcos. Com o rosto branco com desenhos pretos e prateados, eles deram vida aos personagens criados pela banda Kiss – (lembrando que a maquiagem da banda norte-americana foi inspirada no grupo tupiniquim Secos & Molhados).
Ainda nos anos 80, temos o Rock Alternativo. Solidão, questionamentos, dramas e muita sombra preta, o rock alternativo e melancólico ganhou destaque com as bandas The Cure e Siouxsie and the Banshees. Influenciados pela moda gótica, medieval e punk. Aliás, o vocalista do The Cure, Robert Smith, ganhou fama com as músicas tristes, os cabelos bagunçados e a maquiagem carregada, sem contar com Billie Joe, vocalista do Green Day e o brasileiro Supla que ousou muito com seus looks extravagantes, maquiagem esfumada e cabelo platinado todo arrepiado. E como esquecer Boy George. Pele esbranquiçada, olhos esfumados, batom e as tranças coloridas.
Mas não pense que tudo acabou nos anos 80. Chegamos à década de 90 com Marilyn Manson e sua estética bizarra. Lentes de contato brancas, sombras escuras e o batom vermelho-escuro foram um dos fatores que levaram o cantor a chocar e causar frisson. Os anos 2000 foram marcados pelo auge da melancolia e do sentimentalismo Emo. A maquiagem surge com uma releitura dos anos 80, porém de uma forma mais leve e colorida.
Para não fazer desta coluna o “Clube do Bolinha”, não podemos deixar de citar Amy Winehouse – responsável por reeditar o delineado gatinho dos anos 60. Com sua voz marcante, ela surgiu com uma maquiagem que virou sua marca registrada, o delineado gatinho de forma bem, mas bem exagerado. Um estilo retrô, que era ainda mais valorizado com os cabelos penteados de forma volumosa. Maquiagem é isso, muito mais do que um olho esfumado, maquiagem também é forma de expressão! Qual delas faz o seu estilo?