Filho de artistas, Gonzaguinha compôs a primeira canção, Lembranças da Primavera, aos 14 anos de idade. Herdara o talento do pai, Luís Gonzaga, e da mãe Odaleia Guedes dos Santos, conhecida cantora do Dancing Brasil.
Resolveu morar no Rio de Janeiro e cursar Economia. O Brasil talvez perdera um grande economista, porém, ganhara um estupendo músico. Pelos lados da Guanabara, conheceu Ivan Lins. Juntos formaram, ao lado de Aldir Blanc, Márcio Proença, Paulo Emílio e César Costa Filho, o Movimento Artístico Universitário (MAU).
Tal movimento teve importante papel na música popular brasileira nos anos 1970 e em 1971 resultou no programa na TV Globo, o Som Livre Exportação. Insatisfeito com a situação política que o país vivia, submeteu-se ao DOPS. Foi censurado.
Neste início de carreira, a apresentação agressiva e pouco agradável aos olhos dos meios de comunicação lhe valeu o apelido de cantor rancor, com canções ásperas. Mas como quase sempre na vida, o amadurecimento vem e, para alguns, a necessidade de rebeldia se vai.
Com o inicio da abertura política, ele começou a modificar o discurso e a compor canções de tom mais aprazível para o público da época, como Começaria Tudo Outra Vez, Explode Coração e Grito de Alerta, e também temas de reggae, como O Que é O Que é e Nem o Pobre nem o Rei.
Muitas composições foram gravadas por grandes intérpretes da MPB, como Maria Bethânia, Simone, Elis Regina, Fagner, e Joanna. Tornou-se artista independente, em 1975, mostrando que ainda restava algo a ser contestado.
Em 29 de abril de 1991, em um acidente automobilístico, Gonzaguinha partiu antes da hora. Deixou um imenso legado e uma dolorosa saudade.
Por Alisson Matos