Começa neste domingo (21) – Dia Internacional contra a Discriminação Racial – o Festival Bixanagô – Empoderamento e Estética Negra, desta vez em sua versão online, devido a pandemia em que vivemos. A programação é aberta com uma exposição inédita e traz shows, rodas de conversa e oficinas para todas as pessoas. Com curadoria de Micaela Cyrino e Paulete Lindacelva, a exposição de abertura “Como quebrar uma linha” reúne um grupo de cinco artistas que se aprofundaram em suas travessias, caminhos e inquietações, entre contextos históricos e sociais, de afetação dos corpos, das almas e a amálgama que todos esses espaços preenchem. São eles: Alexandre dos Anjos, Karolyne Kimberbeli, Mayara Amaral, Micaela Cyrino e Manauara Clandestina.
MILITÂNCIA – DESVALIDAR ESTAS LUTAS POR CAUSA DO CARÁTER DOS LUTADORES É NÃO OLHAR NO ESPELHO
“Cada um dos artistas escolhidos tem sua própria trajetória e nós, o público, precisamos acompanhar e conhecê-los para desfazer esse ciclo colonial de produção e consumo de arte, garantindo que de alguma maneira possamos viver de arte no Brasil. Entre os temas diversos, todas trazem de alguma maneira a existência de corpos dissidentes. Me sinto representada em todas as obras”, conta Micaela Cyrino, co-curadora da mostra.
Entre os shows estão apresentações de cantoras e cantores de prestígio e destaque na cena preta e LGBTQIA+ como Tássia Reis, Rico Dalasam, Alice Guél, Lys Ventura, Enme, Tasha e Tracie, Mateus Fazeno Rock e Urias. Maravilhosos, né? E não acabou. A edição traz também performances das dançarinas Babiy Querino e Renata Prado e showcases com talento de sobra como as Irmãs de Pau, Gê de Lima e Victor Bebiano.
Com transmissão online, as rodas de conversa e oficinas desta edição do Festival Bixanagô trazem temas de relevância para todas as pessoas, com a participação e mentoria de convidados inspiradores e verdadeiras referências em suas áreas de atuação.
Os assuntos das rodas de conversa vão desde economia, passando por identidade das periferias, direitos da população LGBTQIA+, até prevenção contra ISTs (infecções sexualmente transmissíveis). Confira: “Bixa cadê meu dinheiro: Sustentabilidade econômica e economia criativa nas artes”, com Guilherme Calixto; “Bixa cadê meu dinheiro: espaços de captação e mobilização de recursos”, com Élida Mirando e Allyne Andrade; “Criminalização da cultura e das identidades periféricas”, com Jaqueline Santos, Juliana Bragança e Maitê Freitas; “Das margens, ao centro do debate: Direitos, Políticas Públicas e Pop LGBTQIA+”, com Felipa Brunelli e Thiago Amparo; “Pega ou não pega: ISTs, transmissão e prevenção”, com Beto de Jesus; e “Prevenção combinada – novas tecnologias para o controle da AIDS”, com Dr. Alvaro Costa, Lorangeles Thomas, Emer Conatus e Raul Nunnes do projeto Preto Positivo.
Já os temas das oficinas são “Planejamento Financeiro”, com Gabriela Chaves da plataforma NOFRONT; “Meu Corpo Meu Templo: cuidados e imunização pela boca”, com Isis Appes da Menina Brasileira ecogastronomia; “Produção Musical e Processo criativo”, mentoria com Badsista e “Um close é um close: moda urbana e identidade BixaNagô”, com curadoria de Vicenta Perrota e Dil Vaskes.
“HIV/AIDS: AME+, CUIDE+, VIVA+” É O TEMA DA PARADA DO ORGULHO LGBTQIA+ DE SÃO PAULO DESTE ANO
“Para as oficinas, tivemos o trabalho de observar quais eram as necessidades do cotidiano das BixaNagôs, como por exemplo, pensar em sua alimentação, ou em arranjos produtivos que consigam gerar alguma fonte de renda. Assim também foi feito com as rodas de conversa, onde tivemos o cuidado de pensar questões que interferem diretamente no cotidiano como a criminalização da cultura periférica, sustentabilidade econômica e espaços para pensar na prevenção combinada de ISTs”, explica Marcelo Morais, idealizador do festival e curador das atividades.
SERVIÇO
Festival Bixanagô – Empoderamento e Estética Negra
Onde: Online através do site
Quando: 21, 25, 26 e 27 de março
Rede social – @festivalbixanago