ENTRE ‘GUERRA E PAZ’, CANDIDO PORTINARI DEIXOU SUA MARCA NA HISTÓRIA DA ARTE

AOS 60 ANOS DE SUA MORTE, O ARTISTA É CONSIDERADO UM DOS PRINCIPAIS NOMES DA ARTE MODERNA DO PAÍS
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30.01.2022

Divulgação / Reprodução

Há 60 anos, a arte moderna dava adeus a um de seus mestres, Candido Portinari (1903-1962), o artista trazia como tema em suas obras, o Homem, mas transitava pelo lirismo, fase menos explorada pelo público, e a temática social. Nascido em Brodowski, interior de São Paulo, em uma família pobre de imigrantes italianos, começou a pintar aos nove anos, o dom da pintura já se fazia presente em sua vida. Aos quinze anos viaja para o Rio de Janeiro e se matricula na Escola Nacional de Belas Artes, conquistando o prêmio de uma viagem à Europa com o retrato ‘Olegário Mariano’ (1926). Com o reconhecimento, iniciou definitivamente sua trajetória artística. Após um ano em Paris retornou à sua cidade com o propósito de pintar sua terra, seu povo, fauna e flora.

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Contemplando mais seus trabalhos percebi que até os assuntos mais sombrios como a guerra, fome, desigualdade social era retratado por ele com leveza e delicadeza. Só temos essas características no seu trabalho, pois existia muito amor, consciência e religiosidade. A preocupação com os menos favorecidos e com uma mensagem social sempre existiu pensando numa vida melhor para todos.

Obra “Olegário Mariano”

Uma de suas principais obras “Os Retirantes” (1944), feita com a técnica de óleo sobre tela, está exposta no Masp (Museu de Arte de São Paulo), e retrata a triste realidade da imigração nordestina, onde uma família deixa para trás sua casa, sonhos e familiares para fugir da seca, fome e miséria que assola até hoje inúmeras regiões. Portinari passa a mensagem de sua obra através da paleta de cores e expressões de seus personagens retratados com maestria pelo artista.

Obra “Os Retirantes”

Através de sua arte leva o negro para sala de visita dos mais favorecidos. Vale destacar as obras “Cabeça de Negro” (1934) e “O Mestiço” (1934). O artista fazia grandes murais como uma forma de mostrar a arte para um número maior de pessoas. Temos que aproveitar a pintura como um facilitador e um consolador de nossas experiências aqui na terra, colorindo, encorajando e fazendo um possível contato com nossa divindade que todos temos.

“Cabeça de Negro”

Impossível falar dos famosos murais de Candido Portinari e não citar “Guerra e Paz” (1952-56). Em 1950, o norueguês Trygve Lie, primeiro Secretário Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), solicitou que todos os países membros doassem uma obra de arte à nova sede da instituição em New York, o Brasil entregou a missão para Portinari e deu a ele uma lista de temas dentre os quais estava “Guerra e Paz”, tema recorrente da própria obra do pintor.  

“O Mestiço”

O artista produziu o painel em nove meses. Durante o período de criação, Portinari foi proibido pelos médicos de continuar o trabalho, pois queriam parar a intoxicação pelas tintas que o pintor sofria. Mas Portinari não recuou ao desafio e ao trabalho maior de toda a sua vida. “Guerra e Paz” foi o coroamento na trajetória de vida do artista, que não pintava apenas por pintar. O mural foi instalado no hall de entrada da sala da Assembleia Geral, em 1957, o espaço mais importante da sede da ONU.

Mural “Guerra e Paz”

Infelizmente, em 6 de fevereiro de 1962, Candido Portinari faleceu aos 59 anos, vitima de intoxicação pelas tintas, devido ao alto teor de chumbo que possuía em seu material. Eu como artista plástica me conscientizo cada vez mais que todo trabalho feito com a alma ganha muita força e luz para continuarmos.

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