O mundo vive uma pandemia do novo coronavírus. As pessoas estão desesperadas, outras estão morrendo, milhões estão presas em seus lares sem poder sair na rua e abraçar quem ama, mas há algo capaz de aliviar a solidão: a música.
João Suplicy é o caçula de três irmãos. Seu primeiro estímulo com a música foi com seu irmão mais velho, Supla, que tocava bateria numa banda cover dos Beatles.
“A música com a arte em geral, pode ser uma porta-voz para sentimentos coletivos e quando isso acontece há uma aproximação instantânea, que vem de certa cumplicidade e de identificação com o outro”, ressalta João.
Pai de dois adolescentes, Maria Luisa e Felipe, fruto do relacionamento com a atriz e apresentadora Maria Paula, o músico diz que “não força a barra” para incentivar a música para os filhos, “gosto muito de apresentar coisas pra eles conhecerem, e o contrário também acontece e acho ótimo. Quando eles demonstram interesse em aprender algum instrumento ou se aperfeiçoar eu ajudo com muito prazer”.
Vários vídeos foram divulgados na internet mostrando a população italiana cantando nas sacadas dos prédios durante a quarentena. Essas ações inspiraram outros lugares no mundo, até aqui no Brasil, onde mostra que a música acalenta e traz esperança em tempos difíceis.
A quarentena imposta pelo governo acabou unindo as pessoas, familiares que moravam sob o mesmo teto e não se falavam agora se comunicam, fazem ações juntos. Pessoas que eram distantes por conta da tecnologia acabaram se aproximando ainda mais virtualmente.
“Tenho trabalhado muito em casa, compondo, produzindo material pra internet, estudando, e não me incomodo com essa rotina (ao menos por um tempo). O grande problema é a questão financeira, pois minha principal fonte de renda são os shows, todos cancelados até o final de abril. Também retomei o programa “Violão ao vivo do quarto”, que fiz por 3 anos e agora voltei a apresentar às segundas feiras às 20h no meu Instagram @joaosuplicy”, disse.
“O governo deve promover a cultura, não cortar leis de incentivo, criar novos espaços, facilitar e incentivar projetos culturais, acredito que a música pode salvar vida, e que temos muitos exemplos disso por aí que às vezes nem desconfiamos”, finaliza.