Ícone é uma representação artística de divindade ou de temas religiosos, mas há um ícone tão difícil de definir, em uma única imagem, estilo ou mesmo profissão, que vamos chamá-lo apenas de ‘Cher’. Muito antes dos looks extravagantes e posicionamento político de Lady Gaga ou mesmo da liberdade sexual e empoderamento de Madonna, Cher já “causava” nos anos 60.
A MAQUIAGEM E A CULTURA POP – UMA PARCERIA DE SUCESSO
“Sempre corri riscos e nunca me preocupei com o que o mundo poderia realmente pensar de mim”, disse em entrevista à revista Vogue America. Nascida Cherilyn Sarkisian, garota californiana de personalidade forte, carismática, camaleônica e com looks tão icônicos quanto suas dançantes músicas.
Foi a primeira mulher a mostrar o umbigo na TV norte-americana em 1971, muito antes de Bárbara Eden em “Jeanie é um Gênio”. É a artista com maior longevidade na indústria da música e é a única a ter alcançado o primeiro lugar nas paradas da Billboard em seis décadas consecutivas, dos anos 1960 até os anos 2010 e considerada pelo Museu Madame Tussauds uma das cinco mulheres mais bonitas da história.
Seu primeiro grande sucesso, marco cultural foi “I Got You Babe”, um dueto entre ela e seu ex-marido, Sonny, em 1965. Nos anos 70, Cher teve três sucessos no topo das paradas: “Gypsys, Tramps & Thieves”, “Half Breed” e “Dark Lady”, bem como a canção nº 1 de Sonny e Cher, “All I Ever Need Is You”.
Nos anos 80, a cantora novamente teve dois sucessos nº 1 com “If I Could Turn Back Time” e “After All”, um dueto com Peter Cetera. Na década de 90, Cher liderou a parada de singles e dance chart da Billboard com “Believe”, um dos singles mais vendidos de todos os tempos e outras duas músicas “Strong Enough” e “All or Nothing”.
Já nos anos 2000, chegam ao topo “Song For the Lonely”, “A Different Kind of Love Song” e “When The Money’s Gone”. Ganhadora de diversos prêmios: Emmy, Golden Globe, Cannes, Oscar, entre outros, Cher nunca teve medo de se reinventar e aqui, vou dividir com vocês alguns looks de maquiagem desta musa que me chamam muito a atenção.
CHER E O VISAGISMO
Entrou em cena em 1965 com o então parceiro Sonny Bono (que mais tarde viraria seu marido). Franja, longos cabelos lisos negros e os olhos bem marcados com delineado grosso. Um look bem marcante da década de 60.
Na década seguinte, 1970, época em que o movimento hypie começava a tomar conta da cultura pop, seus looks começam a ser referência de moda. Extravagantes, com muito brilho e maquiagens mais elaboradas, abusando da sombra azul ou mesmo outros tons metalizados.
Cher torna-se referência e musa do movimento “Flower Power” e também passa a estrelar na televisão um programa musical e para toda a família chamada “The Sonny and Cher Comedy Hour”, que lhe renderia seu primeiro dos três Globos de Ouro. As maquiagens/caracterizações para o programa tinham a assinatura do makeup artist, Louis Phillip, e os cabelos assinados por Rena Horten. Nessa mesma época Cher foi capa de cinco revistas Vogue.
Seu sucesso era tanto que chegou a ganhar uma boneca em sua homenagem, que tinha como “efeito mágico” a mudança de corte de cabelo. No final dos anos 70, em um especial para a TV, ela surpreende o público com uma performance curta do musical “West Side History”, onde a própria interpretou todos os personagens principais (assista abaixo). Com perucaria de Rena Horten e maquiagem de Ben Nye.
A década de 80 foi a época do seu reinado cinematográfico. Foi indicada ao Oscar de melhor atriz coadjuvante pelo filme “Silkwood – O Retrato de uma Coragem”. Nos anos seguintes, estrelou filmes de sucesso como “Marcas do Destino”, “As Bruxas de Eastwick”, em minha opinião – o auge de sua beleza, “Minha Mãe é uma Sereia” e “Feitiço da Lua“, pelo qual ganhou o Oscar de melhor atriz em 1988.
ALÉM DO ELENCO PODEROSO, A SÉRIE POSE DITOU TENDÊNCIA NA MAQUIAGEM
Quem não se lembra do icônico vestido de Bob Mackie que ela usou nessa premiação? Nesta época muitas de suas fotos contavam com a maquiagem assinada pelo mito Kevyn Aucoin, onde maquiava 10 entre 10 celebridades, e ficou responsável pela atualização da maquiagem da diva pop.
Nos anos 90, entre tantos trabalhos, é impossível não ir direto à 1998, quando mais uma vez ela revoluciona com a música “Believe”. Surge linda, com uma maquiagem iluminada, lentes de cor clara nos olhos que dão à ela um visual mais etéreo e jovial.
Em 2010 surge absoluta como dona de uma boate no filme “Burlesque”, o lado de Christina Aguilera. Nos Estados Unidos a arte burlesca foi muito popular entre as décadas de 1860 a 1940 e era apresentada em clubes, cabarés e também em teatros, mostrando, principalmente, comédia erótica e strip-tease.
Recentemente, em 2018, fez uma participação na continuidade do filme “Mamma Mia”. Cher é uma mulher absolutamente a frente do seu tempo, aliás, tempo é uma coisa que não existe para ela.