O tema “Capacitismo” ganhou destaque na internet, a partir de outubro, quando foi abordado de forma impactante e ao mesmo tempo poética e informativa com grandes personalidades da internet, da TV e das Artes. Este tema está entre um dos 3 assuntos que a campanha “Em Desconstrução” irá tratar nessa nova onda temática durante o mês: Capacitismo, Etarismo e Gordofobia.
LEANDRINHA DU ART: “O MEU CORPO INCOMODA A SOCIEDADE”
A segunda campanha de conscientização e combate aos preconceitos estruturais, do Movimento Em Desconstrução (a primeira teve início em 2020 com nomes como Fabio Porchat, Fafá de Belém e Nany People), iniciou evidenciando um tópico complexo e ainda pouco discutido e muito incompreendido: o “capacitismo”.
Com o objetivo de informar e estimular a discussão pública sobre o tema, a iniciativa irá potencializar as vozes de muitas personalidades como Laís Souza, Leandrinha Du Art, Victor Di Marco, entre outros influenciadores da causa, que trouxeram suas vozes e histórias para de forma singular, exaltar os talentos de cada um, onde juntas, somam milhões de seguidores no Instagram e outras redes sociais e, posteriormente numa exposição que será exibida em diversas capitais e interior do país e um livro de fotografias com as imagens da primeira e segunda campanha.
Para propagar essa mensagem de forma a facilitar o entendimento de um grande número de pessoas, além dos rostos das personalidades estampados, a campanha contará com um precioso time de embaixadores como Fabio Porchat, Alexandra Loras, Dra. Ana Escobar, Nany People, Bruno Motta, Alex Duarte, André Rochadel, entre outros, que abraçaram e levam para o grande público, a divulgação da ideia genuína do projeto.
Capacitismo é o termo usado para se referir ao preconceito e discriminação em relação a pessoas com deficiência. Em sociedades capacitistas, a ausência de qualquer deficiência é tida como o “normal”, fazendo com que as pessoas com alguma deficiência sejam consideradas “exceções”. Dessa forma, por diversas questões históricas, sociais e culturais, a deficiência é vista como algo a ser superado ou corrigido, se possível por intervenção médica. A postura capacitista se manifesta frequentemente na sociedade.
Por exemplo: muitos recrutadores de empresas acabam não dando oportunidade, por achar que pessoas com deficiência são incapazes de desempenhar certos papéis. Outro exemplo comum, é o caso de se dirigir ao acompanhante ao invés de falar diretamente com uma pessoa com deficiência, desconsiderando não só a presença dele (a) como seus direitos, singularidades, capacidades, etc. Vale destacar que o conceito de “deficiência” se refere à carência ou a disfunção de uma estrutura psíquica, fisiológica ou anatômica. Existem vários tipos de deficiência, podendo ser física, visual, auditiva, intelectual, psicossocial ou múltipla, quando duas ou mais delas estão associadas.
ETARISMO – ESTRANHO PENSAR QUE “JOVEM” É ELOGIO E “VELHO” É XINGAMENTO
A edição do movimento conta com o ator, poeta e roteirista Giovanni Venturini. Nascido em São Paulo (SP), iniciou sua carreira com 16 anos, em projetos sociais que utilizavam da linguagem do clown. Em 2012, estreou na TV, como Moacyr, da série “Família Imperial” (canal Futura, Disney e Disney XD). Participou de três longas metragens, dentre eles “Veneza”, com direção de Miguel Falabella, premiado no Festival de Cinema de Gramado 2019. O autor do livro “Anão Ser” (Editora Selo Doburro, 2015), está em fase de pós-produção dos longas “Três Reis” e “Maior que o Mundo”.
Outro nome confirmado é Clarinha Mar, que é licenciada em Letras, pela Universidade de Brasília (UnB) e se apresenta como “escritora em construção”, em seu perfil no Instagram, que ultrapassa 175 mil seguidores. A iniciativa conta, ainda, com a participação da escritora e fotógrafa mineira Leandrinha Du Art, 26 anos. Graduanda em Teologia, Leandrinha é CEO do projeto Galeria, militante nas causas LGBT e PCD e colunista da Mídia Ninja.
A campanha também conta com a ex-ginasta Lais Souza, um dos principais nomes do esporte feminino, que já ganhou três medalhas de ouro em olimpíadas, entre outras grandes conquistas. Laís passou por um grande desafio em 2014, quando treinava para os Jogos Olímpicos de Inverno e sofreu uma queda que lhe causou uma torção na coluna cervical, a deixando tetraplégica. Mesmo com todas as dificuldades impostas pelo acidente, Laís segue buscando por seus direitos e qualidade de vida e agora atua como palestrante, falando de superação a partir de suas próprias vivências.
Fechando o time sensacional que ilustrará o tema, o movimento também conta com a participação dela que é um dos maiores sucessos nas redes sociais, a psicóloga mineira Lorrane Silva, mais conhecia como Pequena Lo. Com mais de três milhões de seguidores apenas no Tik Tok, em dezembro de 2020, foi destaque da Forbes Under 30, na categoria Web – Criadora de Conteúdo. A influencer já contou como o capacitismo atrapalhou a sua jornada pessoal e profissional.
Segundo o designer ativista Marcos Guimarães, idealizador do movimento, a nova campanha do movimento Em Desconstrução, além de uma outra concepção estética, terá um Imagem criada especialmente para cada personalidade participante, como forma de valorizar a singularidade de cada um. Foram convidados fotógrafos e artistas visuais, que criaram uma atmosfera diferente para cada rosto, a partir do briefing criado por Marcos. Cada personalidade estará inserida em um contexto diferente, para que através desses retratos, propague-se consciencia e empatia.
Desta vez, todas personalidades vivenciam situações em que são rotuladas, categorizadas e inferiorizadas por fugirem de uma estética considerada padrão. Como aconteceu no ano passado, as redes sociais, como Instagram, Facebook e outras, serão usadas para veicular com a provocação “Você me vê como eu me vejo?”, junto da imagem das personalidades convidadas. Após atrair a atenção das pessoas com os posts de lançamento, a iniciativa pretende ampliar a desconstrução dos preconceitos evidenciados, por meio de lives, vídeos, salas de discussão, em diferentes mídias digitais. Em Desconstrução também ganhará desdobramentos em eventos e publicações, que serão anunciadas mais para frente.
“Minha expectativa é exaltar a singularidade de cada ser humano, e tratar como ‘único’ o que, infelizmente, muitos percebem como ‘falho’. Gostaria que enxergassem a história, talento, experiência e humanidade em todas as pessoas, sem exceção”, diz Marcos Guimarães. A edição, que mantém sua intenção em trazer à luz e para debates a conscientização popular na desconstrução de preconceitos, também abordará, no decorrer dos meses de outubro e novembro, outros dois importantes temas: Etarismo e Gordofobia.
“Em Desconstrução” é um movimentode conscientização e combate aos preconceitos estruturais. Lançada em agosto de 2020, no Brasil, ganhou abrangência nacional, abordando três grandes temas Racismo, LGBTQFobia e o Machismo. Na época, um total de 90 personalidades “assumiram” publicamente seus preconceitos. O diferencial da campanha está no fato de que seus participantes, de forma corajosa, falam em primeira pessoa, como uma espécie de confissão, sem apontar o dedo para terceiros. A iniciativa cresceu rapidamente e ganhou visibilidade internacional ao ser replicada em Portugal, ainda no ano passado.
A missão do movimento continua sendo a de construir novas formas de consciência para um mundo com mais equidade, justiça e empatia buscando, assim, um filtro que ainda não foi inventado em nenhuma rede social: aquele que é visto pelos olhos do amor.