Talvez ele não tenha sido tão famoso quanto os Beatles, afinal, ambos são crias de Liverpool, cidade britânica conhecida por seu clima fresco e suave, deve ser por isso, que sua arte traduz certo frescor e vivacidade. Walter Crane ficou conhecido por ser um dos principais ilustradores de livros infantis de sua geração, nasceu em 15 de agosto de 1845, completaria 177 anos, mesmo ao logo da linha cronológica, seu nome é pouco conhecido e mencionado no mercado artístico.
A arte sempre esteve presente em sua vida, filho de Thomas Crane, pintor de retratos e miniaturista, logo na adolescência, tornou-se aprendiz de William James Linton, com quem aprendeu xilogravura e conheceu um pouco mais sobre artistas italianos renomados. Suas primeiras ilustrações para crianças aconteceram em 1865, aos 20 anos de idade, os livros eram constituídos por seis páginas de texto e mais seis com desenhos impressos coloridos.
Em 1871, casou-se, e passou uma temporada na Itália, onde conheceu inúmeros artistas da época, absorvendo todo o conhecimento para aplicar em sua arte. Walter Crane era muito preocupado pelas questões sociais de sua região, devido ao fato, começou a ser procurado para fazer ilustrações de cunho político, mas seu foco principal e o que colocava comida à mesa – eram as ilustrações infantis.
Fábulas, alfabetos, rimas e livros educacionais estavam em seu portfólio. O artista acreditava que através de seus desenhos, as crianças poderiam adquirir conhecimento. Em sua fase em terras italianas, Crane trabalhou como professor e designer de papéis de parede, tecidos e cerâmicas. O artista foi aprendiz de William Morris, associado ao movimento socialista e membro do movimento Crafts and Arts – essa tal influência do movimento pode ser notada em seus livros.
Sob forte influência das gravuras japonesas e medievais, Crane acrescentava em suas ilustrações textos narrativos, famosa técnica das histórias em quadrinhos ao qual conhecemos atualmente. Seu talento para o público infantil é notório na obra “A Ópera do Bebé” e “Bouquet do Bebé” – o impressor inglês, Edmund Ewans o caracterizou como “pai do livro infantil ilustrado”. Entre suas ilustrações mais conhecidas estão “A Rainha das Fadas” e “The Shepheardes Calender”, ambas datadas de 1897.
Suas composições lúdicas e espirituosas convidam as crianças a viajar na leitura e deixar fluir sua imaginação. O reconhecimento mundial veio após sua morte, em 1915.