Em seu terceiro álbum na carreira, Joana Castanheira transborda suas emoções em um disco empolgante que reflete a sua maturidade. O disco trabalhado por cerca de cinco anos revela a vocação da artista, enquanto a reafirma como uma das maiores vozes catarinenses. Compositora, atriz, dançarina, figurinista, mas acima de tudo, cantora. É a partir deste reconhecimento que a artista de Santa Catarina apresenta onze faixas que surpreendem pela qualidade, alcance vocal e a forte carga emocional.
JOANA CASTANHEIRA CANTA SOBRE SUPERFICIALIDADE NAS RELAÇÕES NO CLIPE DE “CASO QUEBRADO”
“Falo para os meus amigos que esse é o disco da minha vida, pelo menos até agora. Foi o trabalho que eu mais idealizei, que mais quis fazer até hoje e é o que talvez mais me represente como pessoa e como artista. Acredito que seja por esse motivo que ele fique com esse apelo emocional tão forte. Essa energia que eu coloquei nele acaba sendo transmitida”, avalia Joana Castanheira.
O disco foi antecedido pelos singles “Átame”, primeira canção em espanhol lançada por Joana; “Impressão Digital”, ao lado do ícone do queernejo, Gabeu; “Caso Quebrado”, uma aventura em um bolero abrasileirado; e “Ferida Aberta”, com participação de Paulo Novaes, ganhador do Grammy Latino.
Durante todo o processo de “Desapreço” um elemento foi recorrente na construção da alma do disco: Elis Regina. Foi durante a montagem do show “Especial Elis Regina”, em 2018, ao lado de João Peters, que Joana Castanheira começou a compor as músicas que hoje fazem parte do disco. Neste ambiente de criação, a cantora conheceu o álbum “Carminho Canta Tom Jobim”, da portuguesa Carminho, que logo se tornou referência para a produção de “Desapreço”.
JOANA CASTANHEIRA E PAULO NOVAES EXPLORAM INFLUÊNCIAS LATINAS E DO POP NO SINGLE “FERIDA ABERTA”
Das referências à produção, passando por diversas funções exercidas na confecção e divulgação de um disco, as mulheres estão presentes como fonte de troca e de inspiração para Joana.
“Quando comecei o processo de composição, produção e gravação do disco, percebi que ele estava sendo feito majoritariamente por homens e isso me incomodou um pouco. Amo os homens com quem eu trabalho, eles são profissionais e pessoas incríveis, mas acho que é importante, principalmente pra mim, como mulher, abrir espaço para outras mulheres. Então, a partir desse momento, sempre que eu tive oportunidade de escolher entre profissionais homens ou mulheres, igualmente capacitados para funções que eu ainda precisava contratar no projeto, eu preferi contratar mulheres”, conta Joana.
É no contraste da voz feminina com a masculina que Joana Castanheira investe nas faixas “Ferida Aberta”, com Paulo Novaes; “Impressão Digital”, com Gabeu; e “Soneto de Amor Puro e Simples”, com David Toledo. Vindos de diferentes áreas da música, Paulo é da MPB; Gabeu é do queernejo; e David circula entre o violão erudito e o canto popular; as participações agregaram novo ritmo ao disco: “Sou muito fã dos três que eu chamei pra cantarem comigo no disco e acho que eles trouxeram coisas muito ricas para ele”, elogia Joana. Ouça o álbum na íntegra: