Capitão de torcida e presidente do grêmio estudantil, Jeremy não vai permitir que se assumir um garoto trans arruíne o último ano escolar. Ele é um dos narradores-personagem do livro “Que Vença o Melhor”, publicado no Brasil pela Plaforma21. Em vez de se esconder e dar espaço aos transfóbicos de plantão, decide fazer barulho e se candidatar ao título de Rei do Homecoming, o evento anual mais importante do colégio.
O detalhe é que o ex-namorado dele, Lukas, estrela do futebol americano da escola e líder do comitê do baile, é um dos principais candidatos a ganhar a coroa. Além de não entender porque Jeremy terminou o relacionamento de uma forma tão brusca e violenta emocionalmente, o jovem ainda enfrenta a perda recente do irmão e as dificuldades de ser autista em uma escola que não aceita adaptações.
O embate entre os personagens pela coroa do Homecoming transcende a disputa infantojuvenil. O escritor Z. R. Ellor se aproveita do enredo escolar para aprofundar temas tão comuns entre os jovens, mas pouco abertamente falados na vida real. A dificuldade de lidar com o luto, preconceito LGBTQIA+ na sala de aula, a falta de adaptação aos alunos diagnosticados com autismo e a insegurança pelo futuro incerto.
Mais que disputar quem será o rei do baile, Jeremy e Lukas encaram cicatrizes escondidas e as borboletas no estômago que insistem em aparecer quando se encontram. “Que Vença o Melhor” é, acima de tudo, uma história sobre o amor: será o sentimento dos personagens mais forte que ambição nutrida pela coroa e tudo o que ela representa? 432 páginas. R$ 69,90.