Madonna conseguiu imprimir seu status de estrela com muito trabalho. Rebelde em muitos momentos, mas sempre com muito glamour e maquiagem. Cantora, compositora, dançarina, atriz, empresária, diretora de cinema e produtora musical. Ufa! São tantos os momentos desta moça, que é quase impossível descrever cada um deles. Porém, vou listar aqueles que considero marcantes.
A MAQUIAGEM E A CULTURA POP – UMA PARCERIA DE SUCESSO
São mais de duas décadas de carreira, com 14 álbuns de sucesso, Madonna é uma das artistas mais aclamadas de todos os tempos, com mais de 275 prêmios, como Grammy, Brit Awards, VMA, Billboard, American Music Awards, Globo de Ouro e até um Oscar, por sua atuação no filme “Evita”, em 1996. Mesmo se dedicando tanto ao trabalho, ela ainda se tornou mãe. A diva pop tem seis filhos: dois biológicos, Lourdes Maria e Rocco e quatro adotivos, David, Mercy e as gêmeas Estere e Stelle.
Em sua primeira aparição na TV, no programa American Bandstand em 1984, apresentado por Dick Clark, ele perguntou a cantora qual era o seu maior desejo naquele momento e sua resposta foi: “Dominar o mundo”. E dominou! Como domina até hoje. Muito antes de ser a diva do pop, ela era a diva da cena underground de New York. Estamos falando do final dos anos 70, inicio dos 80.
Madonna Louise Ciccone, nasceu em Bay City, Michigan, nos Estados Unidos, e chegou ao cenário dos clubes de New York com sua tonalidade morena natural. Em meio a aulas de dança, testes para musicais ou sessões como modelo vivo, ela integra sua primeira banda, a “The Breakfast Club”. Mais tarde se apresentaria em outra banda pós-punk e estrelaria um filme estudantil de 8mm como uma dominatrix que realiza um ritual satânico no homem que a estuprou, antes de embarcar em uma orgia.
Em pouco tempo, Madonna tinge seus cabelos de loiro, na altura dos ombros e mergulha no período “Like a Virgin”. Momento este que a colocou aos olhos do mundo. Aliás, este look se tornaria quase que um “sinônimo” para defini-lá e até serviria de referência para aquela década. Na capa do disco “Material Girl” lançado em 1984, os cabelos escuros, as sobrancelhas naturais e a pinta acima dos lábios, homenagem clara a Marilyn Monroe, que mais tarde ganharia maior proporção no videoclipe.
De repente, 1989, eis que um furacão de polêmicas entre videoclipe ousado, proibido pela igreja católica e um contrato milionário sendo rompido com a Pepsi, tudo isso por conta do lançamento do single “Like a Prayer”. Madonna apareceu com os cabelos castanhos levemente acobreados, compridos e cacheados, pele limpa, com maquiagem muito leve – irreconhecível.
Em 1990, o single “Vogue” alcançou a primeira colocação em 30 países – e o “voguing”, estilo de dança nascida nas boates nova-iorquinas, é impulsionado para o reconhecimento internacional. O clipe, todo em preto e branco, com ares da era de ouro de Hollywood, se torna fenômeno mundial. Para a turnê do disco, Madonna surge com outro visual que se tornaria icônico em sua carreira. Foi para a turnê “Blond Ambition”, onde surpreendeu o público com uma imagem mais forte. Sobrancelhas bem marcadas e escuras, batom vermelho profundo, rabo de cavalo alto e longo. Para impactar ainda mais, um sutiã cônico. Figurinos exclusivos de Jean Paul Gaultier.
Logo em seguida, surge “Erótica”, de 1992, Madonna chocou o mundo com o visual andrógino, maquiagem pesada, olhos bastante esfumados e dente de ouro. As sobrancelhas mais finas e o visual intimidador traziam Dita, seu alter-ego . Ainda na mesma época, ela traz o clipe de “Human Nature”, de cabelos pretos e tranças nagôs, pele perfeita, um delineador preciso e batom quase preto. Um visual que muitos apontam como referência para Michael Jackson em “Scream”.
Em 1994, para as filmagens de “Take a Bow”, Madonna estava de tirar o fôlego. Maquiagem clara com um delineador retrô e batom vermelho. Detalhe, a maquiagem do clipe é assinada pela maquiadora francesa Laura Mercier.
Em 1998, veio o aclamado disco “Ray of Light”. Nos clipes uma alternância de visual entre loiros e castanhos, mas nenhum look me chamou mais a atenção do que “Nothing Really Matters”. Cabelos pretos e lisos, com corte reto na altura dos ombros, maquiagem pálida e sobrancelhas vermelhas para encarnar uma gueixa. Aliás, o bloco Oriental do show Drowned World Tour, para mim, está entre as melhores performances da carreira da estrela.
No ano 2000, para o clipe de “American Pie”, a cantora voltou para um visual mais natural e maquiagem super leve, mas lançou moda com a pequena coroa na cabeça. Mas nada chocou mais neste novo álbum do que o videoclipe da música que dá nome ao disco, “American Life”. Uma crítica dura aos Estados Unidos, em especial ao governo de George W.Bush. O clipe traz um desfile de moda repleto de armamentos pesados e violência, chegou a ser proibido na época e uma versão mais light foi divulgada.
Em 2013, Madonna impressionou os fãs no Met Gala ao surgir com uma peruca preta na altura dos ombros com franja super curta, dando um tom quase punk.
Por fim, Madame X, trabalho realizado durante sua morada em Portugal e que além de seus ritmos diversos , trouxe um novo alter ego, mas logo no primeiro single, “Medellin”, vemos uma homenagem clara a Martha Graham. Madonna surge morena, com um visual bastante próximo de uma dançarina, mas ao mesmo tempo, percebemos um ar de mulheres portuguesas dos anos 40. Para mim, o destaque desta fase é o clipe “Batuka” (assista abaixo), com participação das Batukadeiras de Cabo Verde. Um primor!
MADONNA DESTACA MÚSICA NEGRA DE CABO VERDE NO VIDEOCLIPE DE “BATUKA”
A maior estrela pop, conhecida por sua atitude agressiva e provocante, chegou esta semana aos 63 anos de idade, mais jovial e enérgica do que uma das suas “futuras sucessoras”, com metade ou menos da sua idade. Usando dente de ouro, com imagem andrógina, dominatrix, musa cowboy, gueixa ou pin up, quantas vezes mais Madonna irá se reinventar?
