Recentemente fiz um evento, onde dentro do visagismo proposto, incluía a cor usada nas unhas. Bem, eu leigamente propus o tom azul levemente escuro. Mal sabia eu a dificuldade na hora de comprar a tonalidade que eu queria, já que eu não tinha um nome ou marca específico, mas o que mais chamou a atenção foram os nomes bizarros dados as diversas cores – “Ninfa”, “Rio Continua”, “Aventura na Selva”, “Topless”, “Paz Interior”, “Ai, Amiga”, “Conte Tudo”, “Preguicinha”, entre tantos outros. Eu só queria um azul escuro.
OS VERDADEIROS INFLUENCIADORES DA BELEZA
No meio desta loucura toda, eis que eu pergunto para a vendedora: Você sabe dizer como nasceu o esmalte? Uma pergunta simples, para uma pessoa que vende aquele produto. Claro que ela me olhou com um desespero absoluto e perguntou para a colega ao lado, que sorriu, sacudiu a cabeça negativamente e saiu de perto. Eu me senti fazendo a pergunta mais absurda do mundo. Naquele momento eu fiquei sem resposta, mas como bom virginiano que sou e tendo Laura Wie como musa inspiradora, que adora uma pesquisa, fui atrás.
Existem registros que datam 5.000 anos a.C. na Índia, onde utilizavam a henna com seus desenhos milenares. No Antigo Egito, por volta de 3500 a.C., as egípcias aplicavam também uma henna de coloração preta nas unhas. As cores mais vibrantes ficavam exclusivas para a realeza. Segundo um artigo publicado por Rainer Gonçalves Sousa, Cleópatra tinha preferência pela cor vermelho-escura, já Nefertiti gostava mais do tom rubi. Entre os chineses, os registros são de meados do século 3 a.C. – O uso de tons mais metálicos (feitos com soluções de prata) significavam a ocupação de um lugar privilegiado naquele reinado.
Há registros também na Roma antiga. A cor dava lugar a tratamentos com produtos naturais que ajudavam a polir as unhas. Até o século XIX não houve avanços na tecnologia de produtos para as unhas, porém já havia livros que continham instruções para fazer a pintura das unhas. O estigma contra qualquer forma de cosméticos era muito forte e a maioria das mulheres simplesmente lustravam suas unhas com cremes e pós-coloridos, utilizando uma tira de couro.
No inicio do século XX, os esmaltes começaram a ganhar espaço com o uso de soluções coloridas que não permaneciam tanto tempo assim nas unhas. Em 1920, graças à francesa Michelle Ménard, é que o esmalte se transforma oficialmente em um produto cosmético. Somente em 1925, durante pesquisas para novas tinturas para carros, foram descobertas as primeiras soluções que se assemelham com os esmaltes de hoje. Em 1930, já podemos notar a “pintura” nos dedos, tanto dos pés como das mãos, já fazia muito sucesso entre as estrelas de cinema, como Rita Hayworth e Jean Harlow.
Em 1932, os irmãos Charles e Joseph Revson investiram na pesquisa e produção de um novo tipo de esmalte, mais brilhante e com um leque variado de cores. A empresa nasceu como Revlon Nail Enamel Corporation, com Charles Revson como presidente, Joseph Revson como tesoureiro e gerente geral, e Charles Lachman como vice-presidente e consultor técnico. O irmão mais novo da Revson, Martin Revson, ingressaria na empresa em 1935 e se tornaria seu gerente de marketing.
Desde então, a tecnologia está cada vez mais sendo aplicada e unhas postiças aparecem como uma boa alternativa de chamar a atenção sem gastar horas na manicure.
ALÉM DO ELENCO PODEROSO, A SÉRIE POSE DITOU TENDÊNCIA NA MAQUIAGEM
Unhas postiças, acrílicas, em gel, com desenhos mirabolantes, impressão digital, efeito 3D – A indústria da beleza vem se superando cada dia mais para inovar e principalmente atrair a atenção das pessoas, dando assim um estilo ou identidade própria.
Este texto é dedicado a atendente da gôndola de esmaltes e a todos os profissionais de manicure que embelezam nossas mãos.