É uma pergunta que tenho me feito essa semana. Estudando as origens das descobertas do funcionamento comportamental, indo principalmente por Freud, fiquei pensando aqui em como, mesmo sem nos darmos conta, somos seres altamente reprimidos, em especial, sexualmente. Se analisarmos a história, as mulheres (e mais uma vez) são os seres mais reprimidos. Vale lembrar que essa repressão foi obrigatória, visto que o mundo foi feito por e para homens. Para se ter uma ideia, a palavra histeria veio do grego “útero”, numa alusão de que ter um útero deixa a mulher louca, descontrolada – alguns pesquisadores na época do surgimento da definição de histeria, consideravam o útero como um ser a parte da mulher, e, por isso, causador das loucuras.
O fato é que o prazer sexual sempre foi negado à mulher. E tanto se fez para justificar que a culpa não era masculina. Se temos hoje, em várias pesquisas mulheres que passaram uma vida sem sentir um orgasmo, fiquemos agora com a função de abrir o leque. Com quantas repressões nós vivemos? Você já se perguntou de quantas foram às vezes que gostaria de fazer algo e não fez por medo da reação da sociedade, da família, dos amigos e da religião? – Os pilares das nossas relações e do nosso aprendizado, assim como os pilares das nossas repressões.
SAM FISCHER E DEMI LOVATO TRAZEM PRESSÕES DA SOCIEDADE NO CLIPE “WHAT OTHER PEOPLE SAY”
Podemos citar, a priori, quantos homens se casam com mulheres sabendo que são gays, mas por pressão familiar se reprimem ao desejo do outro, fazendo uma mulher infeliz, sendo infeliz, para ver outras pessoas felizes. Mas podemos citar as coisas mais simples, o desejo de comer algo que você se nega, pois falaram que você vai engordar (mas você queria tanto comer aquilo), e acaba aceitando o discurso do outro ao invés do seu. “É, ele tem razão”. E fica depois pensando em como seria bom comer o que você desejava.
O leque de repressões é tão gigantesco que poderíamos ficar falando de exemplos por horas. O não saber falar não, uma roupa que você queria usar, mas falam que você estaria vulgar, ou feio, deselegante. Um cabelo que gostaria de cortar/pintar, mas seu marido (a) / namorado (a) acharia ruim, etc… E conforme o tempo vai passando, os tipos de repressões vão aumentando, somando, e paralelamente se unindo no inconsciente. E aí do nada vem sensações estranhas, doenças sem explicação, mudanças de comportamento. E você se pergunta: O que foi que eu fiz para acontecer isso?
Talvez a pergunta correta fosse: “O que eu tenho deixado de fazer para que isso aconteça?”. Temos um inconsciente extremamente inteligente que trabalha mesmo enquanto nós dormimos. E sua função é fazer com que nossos desejos e vontades sejam realizados, da maneira que for. E essa força (ou impulso) vai encontrar um caminho para se satisfazer, mesmo que seja através de uma dor física e mental, ou de tiques comportamentais. Por isso cada vez mais é necessário o conhecer a ti mesmo. Se perguntar quais sonhos e desejos têm deixado para traz para conseguir viver na sociedade. E se realmente esse sacrifico que você tem feito vale a pena ser colocado na balança do que você tem passado. Vale à pena deixar de ser quem você é – fazer o que você gosta – amar quem você queira amar – comprar o que você quiser comprar – sonhar o que você quiser sonhar – em nome de uma sociedade? De uma religião? De uma família?
Algumas religiões não combateriam com tanta força o sexo se ele não fosse uma forma de controle. Para Freud, praticamente todas as repressões tinham um fundo sexual. E o impulso da energia sexual seria umas principais energias a se olhar com carinho. Pois não é somente a energia do ato em si, mas a energia da criatividade, da criação, da descoberta de novas tecnologias, da arte, do impulso e do progresso, segundo os estudos do Chacras. O Chacra básico, que é situado na região do pênis/vagina e ânus, e cor vermelha, também é uma parte responsável por um tipo de alimentação do corpo. Além do ar, da alimentação, a energia vital que sai do centro da Terra também é ingerida através desse local.
EXISTEM MOMENTOS QUE ESTAR SOZINHO É UMA GRANDE OPORTUNIDADE PARA OUVIR A VOCÊ MESMO
É preciso fazer um balanço geral de quem você é hoje, para quem você gostaria de ser hoje. E quando encontrar os pesos diferentes, entender, em cada um deles, o que vale ou não a pena ser feito para que sua vida seja mais plena e mais saudável. Afinal, o tempo não perdoa nada nem ninguém e continua a passar. Eu mesmo, enquanto escrevo esse texto, poderia estar realizando um desejo meu. O tempo é implacável, especialmente com pessoas que não sabem quem são e o que querem.
E a sujeira varrida para debaixo do tapete continuará ali, esperando o momento certo para ressurgir e te dizer “eu estou aqui, eu existo, e agora você precisa me dar atenção”. Não deixe de procurar ajuda, uma terapia, um psicólogo e comece hoje mesmo a tentar se entender e se encontrar no meio de tantos desejos impostos inclusive. Que não são seus, mas que fizeram você crer que eram. Que você vê tantas propagandas e tanta gente dizendo que para você ser respeitado você tem que ter isso ou aquilo que você passa a crer nesses desejos.
Separe o joio do trigo na sua vida, e aprenda a usar toda energia, inclusive a do impulso sexual, para se realizar plenamente sendo você, e não quem quer que você seja. É fácil? Nunca foi. Mas se você continua vivendo sem saber quem é, vão fazer o que quiserem com você. Dica de quem já foi esse que deixava todo mundo fazer o que quisesse com ele, e que sofreu demais com isso, e ganhou várias repressões de presente. Vá por mim, não é nada bacana e dói demais. O momento de colocar em suas mãos as rédeas da sua vida é você quem escolhe. Sugiro que seja hoje, sem nenhum minuto a mais ou a menos.
