Tim Maia: A vida do sujeito da música, do beco e dos beques

17 anos que algo ou alguém levou um dos ícones da música nacional
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16.03.2015

Divulgação / Site Tim Maia

Das grandes questões que norteiam a humanidade, sem sombra de dúvidas, aquela que envolve a vida e a morte se torna a mais complexa. Vislumbrar o outro lado, imaginar como é e pensar como vive quem para lá foi já faz parte do contexto.

Assim, como tentar descobrir o destino dos que partiram se tivesse continuado entre nós. Não é tarefa das mais fáceis, é verdade, mas em alguns casos se torna algo simples. Tim Maia é um exemplo.

Nascido em 1942, no Rio de Janeiro, o 18º filho em uma família de 19 irmãos, ele cresceu na Tijuca. Personalidade forte desde sempre, iniciou sua atividade artística ainda na infância, quando compunha suas primeiras canções. Desde pequeno, apaixonado por música e por um bom prato de guloseimas, Tim era vítima de apelidos nada gentis dos vizinhos.

Mas até aí, tudo bem, a preocupação do garoto era com o seu futuro. Queria ser cantor. Aos 14 anos, já tinha seu próprio grupo musical, Os Tijucanos do Ritmo. Gostava tanto de instrumentos, que não só aprendeu a tocar violão como, após certo tempo, passou a dar aulas para Erasmo e Roberto Carlos. Com o Roberto, integrou a banda Os Sputniks.

Só por aí, Tim já tinha feito história, mas ele não se contentava. Após o falecimento do pai, foi estudar inglês nos Estados Unidos. E até aprendeu alguma coisa, a linguagem da rua, dos becos e dos beques. Foi preso por porte ilegal de maconha e só foi solto seis meses depois.

Deportado, passados alguns anos, o rebelde lançou seu primeiro compacto solo, em 1968. Daí para o reconhecimento foi um pulo. Sua significativa importância na Música Popular Brasileira foi principalmente ter inserido nesta vertente musical a interpretação em estilo soul. Sua voz grave e intensa contribuiu para a fusão destes dois elementos, convertendo-o, a partir dos anos 70, em um dos principais intérpretes e compositores brasileiros, um campeão de vendas.

Na década de 80 ele gravou os álbuns O Descobridor dos Sete Mares, de 1983; Um dia de Domingo, de 1985; e Tim Maia, de 1986, seus mais significativos trabalhos. Premiadíssimo, já nos anos 2000 foram resgatados vários trabalhos de seu estágio racional, entre eles Escrituração Racional, Brasil Racional, Universo em Desencanto Disco, entre outros, encontrados somente na internet.

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Ao longo de sua carreira ele enfrentou sérias dificuldades com o álcool – ingeria pelo menos três garrafas de uísque todo dia -, com a maconha e a cocaína. Tinha um gênio difícil, cultivava inimizades, processos de trabalho, conflitos com críticos, rejeição de antigos amigos e ausências nos próprios shows.

Tim Maia morreu no dia 15 de março de 1998, na cidade de Niterói, de infecção generalizada e com a saúde frágil.

Neste último domingo (15), fez 17 anos que algo ou alguém levou um dos ícones da música nacional. Tim Maia, carioca, visionário e um dos malucos mais lúcidos que a humanidade já viu se foi sem nos deixar, pois com o seu legado transformou-se em figura onipresente. Está na terra, no céu e no inferno. E em todos os lugares faz festa e é bem recebido.

Por Alisson Matos

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