Todo mundo acha que conhece Zeeba. Afinal, a Billboard apurou que ele é dono da voz brasileira na música mais ouvida do mundo, superando até Roberto Carlos. Mas somente agora o público tem a chance de conhecer Zeeba integralmente, com o lançamento do EP audiovisual de duas faixas “Never Too Late”.
Nascido em San Diego, na Califórnia, e crescido no Brasil, o cantor escreveu as duas canções em inglês pela habilidade que ganhou ao se formar no Musicians Institute, em Los Angeles. O EP marca o renascimento do artista depois do sucesso estrondoso que fez, principalmente com as parcerias com Bruno Martini e Alok, no universo eletrônico.
Em “Too Late” e “Runaway” ele não renega o acento eletrônico nas faixas, mas este vem embalado em presença bem maior de instrumentos orgânicos, conforme seu nascimento solo na música, quando lançou “Photographs” (2016) ou com a banda Bonavox, com a qual levaram o troféu Grammy Amplifier, de astros em ascensão.
A lacuna que precisa ser preenchida na linha do tempo e após o vendaval que foram os sucessos de “Hear me Now” (mais de 320 milhões de views no Youtube e contando) e “Never Let me Go”, principalmente, mostra um artista tentando vencer a pressão para seguir compondo.
“Depois disso, veio a depressão, de tanto que as pessoas tentam te controlar e apontar os caminhos que você deve seguir, quando na verdade quem decide somos nós mesmos”, diz o músico.
“Too Late” foi escrita nessa época turbulenta. Vem acompanhada de clipe que ilustra bem a mensagem, com Zeeba de olhos vitrificados por implante cerebral e cercado por pessoas em plena diversificação (de opiniões).
A canção, que tem produção de Bruno Martini, mostra o artista reiniciando a trajetória onde os instrumentos – guitarra, baixo etc. – ganham protagonismo na linha melódica e suportam beat eletrônico de cadência afinada com a mensagem do texto. “You need to change your ways and clothes/Change your name/Add some new goals/Maybe you should sing like that(…)”.
“Runaway”, com produção da Mugshot, reforça o momento contemplativo de Zeeba com versos que tanto podem remeter a relacionamento abusivo quanto a um vício: “You bring me up/Then you pull me down/I Run away/You wanna chase me now”.
A levada é conduzida por riff de guitarra, upbeat eletrônico reforçado por linha de baixo que a deixa tão dançante quanto envolvente, em pop contemporâneo que flerta com indie rock.
O artista que rodou o mundo colhendo discos de platina duplo na Itália, ouro na França e mais uma enormidade de reconhecimento planeta afora está de volta ao que considera seu lar em apropriado renascimento musical. E melhor do que nunca. Assista: