Acaba de chegar ás plataformas digitais “O Clube dos Jovens de Ontem”, o novo trabalho de Wado. O álbum reúne oito canções, sendo seis parcerias do cantor, uma composição solo, a regravação de um hit da banda Naurêa e duas colaborações, os feats com Saulo Schwartzmann e May Honorato. O lançamento é do selo Saravá Discos, do amigo Zeca Baleiro, com distribuição da ONErpm.
“Quando vi Wado surgindo na cena musical, em 2001, com o seu já emblemático ‘Manifesto da Arte Periférica’, simpatizei de cara com o cara – seu universo estético particular, com melodias líricas e às vezes tomadas de certa estranheza, sua poesia crua e visceral, e seu despudor de passear por muitos mundos musicais, do axé ao samba, do rock à bossa. O acaso fez o favor de nos juntar em alguma encruzilhada da estrada, que eu já não lembro mais onde era, ou onde começava. Certo é que logo viramos amigos de infância”, relembra Baleiro sobre a conexão com Wado.
“O Clube dos Jovens de Ontem” chegou às plataformas promovido por “Dente D’ouro”, rara parceria de Marcelo Camelo, com Wado e Momo. “Lançada por Beatriz Pessoa em Portugal, essa é a primeira gravação deste xote no Brasil. Remete a composições de Flávio José e Alcimar Monteiro, com paisagens bastante nordestinas nas imagens da letra”, conta Wado. O lyric vídeo de “Dente D’ouro” também já está rodando no canal de Wado no Youtube (assista abaixo).
“Este novo trabalho, sugestivamente chamado de ‘O Clube dos Jovens de Ontem’, revela um Wado cada vez mais maduro como compositor e intérprete, dono de uma voz artística cada vez mais própria, e nem por isso indisposta ao diálogo com o que chamamos utópica e romanticamente de ‘popular’. Posso afirmar, sem medo de errar, que Wado é um dos maiores, se não o maior compositor popular brasileiro de sua geração. Um jovem de ontem, que será (ainda) jovem amanhã, dado o frescor de suas canções”, comenta Zeca Baleiro.
“O Clube dos Jovens de Ontem” reúne oito canções. A pesquisadora musical e comunicadora Roberta Martinelli traça um fio sobre o repertório: “o disco parte do ‘Terminal Marajoara’, parceria de Wado com Carol Tomasi e Saulo Schwartzmann, canção que fala sobre essa partida, a trajetória, o movimento, o vento. Depois vem ‘Álcool ou Acetona’, dançante e dual, uma regravação de uma música da Naurêa, banda de Aracaju. Na ‘Dente d’ Ouro’, Wado repete a parceria já acertada com Marcelo Camelo e Momo e mostra a maturidade dos três, do tempo, da vida ‘sou couro curtido’. ‘Copa Larga’ é a única composição solitária do disco, Wado clama pelo tempo entre as coisas, entre as distâncias, evoca seu espanhol. Em ‘Constelações’, parceria com May Honorato, as vozes se encontram em saudades. A batida chega na frente em ‘Meu caso preferido’, mostrando que ‘O Clube dos Jovens de Ontem’ curte a juventude atual. ‘Cazimi’ traz a conjunção solar que favorece o amor. O disco encerra com ‘Trovejar’, parceria de Wado e Thiago Silva, ‘com ou sem véu o amor viver'”.
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Roberta Martinelli destaca ainda o fato de Wado ser um artista em constante movimento. “A tentativa de encaixá-lo em uma prateleira é simplesmente impossível. Sempre foi. Desde o primeiro trabalho até hoje, Wado sempre propõe um novo caminho, não imaginado, nunca previsível e dessa vez até o caminho está presente no disco, o décimo terceiro de sua carreira ‘O Clube dos Jovens de Ontem’, trazendo reflexões entre o novo e o velho, o que foi, o que é, o que virá, e também um tanto sobre as tantas sonoridades propostas e sua trajetória nesse mercado intenso. Certa vez Wado disse que nunca tinha acertado o suficiente para ter que se repetir. Discordo. Acho que o grande acerto dele é justamente esse, independente de resultados mercadológicos, não repetir seus desejos artísticos. Nunca sabemos o que esperar. E essa é a fagulha mágica”, completa Roberta. Ouça na íntegra: