“SWEET TOOTH”, NOVA SÉRIE DA NETFLIX, TRAZ MENSAGENS SUBLIMINARES DO ATUAL CENÁRIO EM QUE VIVEMOS

CRIAÇÃO DE UM VÍRUS MORTAL, CRIANÇAS HÍBRIDAS E O VERDADERO SIGNIFICADO DE FAMÍLIA, MARCAM ESSA PRIMEIRA TEMPORADA
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06.06.2021

Divulgação / Reprodução

O novo assusta e a diferença apavora, ainda mais quando o combo vem acompanhado de um cenário pós-apocaliptico com parte da humanidade extinta por um vírus mortal, parece à descrição da atual situação em que vivemos, a pandemia, mas as semelhanças são mera coincidência, ou não, pois trata-se de “Sweet Tooth”, nova série da Netflix, baseada nas histórias em quadrinhos homônima da DC, do selo Vertigo (2013), assinada por Jeff Lemire e produzida por Susan Downey e Robert Downey Jr., que traz o surgimento de uma doença chamada “flagelo” e o nascimento de bebês híbridos (metade ser humano e a outra metade animal).

Com metade da humanidade extinta e o surgimento de seres híbridos, onde muitos os enxergam como a cura do novo vírus e outras como aberrações, ao qual é preciso exterminá-los para a salvação da espécie humana – seria uma mensagem subliminar que o ser humano foi uma experiência que deu errado e que os animais foram subestimados esse tempo todo, assim o nascimento dos novos seres, com a inteligência do ser humano e a empatia e o instinto dos animais seria a nova era no planeta?

A série conta a história de Gus, garoto-cervo, que foi criado e isolado por seu pai, em meio à floresta, para sua proteção contra alguns seres humanos. Seu pai sempre dizia que para a sua segurança, jamais poderia passar a cerca, a jornada inicia após a desobediência do garoto, já que seu maior e único protetor que o ensinou tudo, inclusive a falar, está morto. Gus se vê desprotegido até a chegada de Jepperd (Grandão), que se tornaria seu amigo inseparável e o ajudaria a partir em busca de algumas respostas sobre a sua existência, incluindo conhecer sua mãe.

E por que um garoto-cervo seria protagonista de uma história catastrófica em meio a tantas espécies animais? O cervo está associado ao renascimento e a uma renovação cíclica, o animal é um símbolo de pureza, vida, fecundidade, esperança e liberdade, tudo o que buscamos ao passar por um momento delicado, como traz a narrativa da trama – o apocalipse. A história mostra os dois lados da moeda – a crueldade e ganância pelo poder e o real significado de uma família e tornar o mundo um lugar melhor para se viver. Gus carrega em si a ingenuidade, a pureza de uma criança que está em busca da felicidade, e claro, é apaixonado por doces, daí o nome que intitula a série (dentes doces ou bico doce).

A hipocrisia, crueldade e falsidade reinam nesta primeira temporada, de forma ‘normalizada’, os amigos e vizinhos ao descobrirem que alguém próximo está infectado pelo vírus, logo tratam de esquecer a afetividade e empatia e os queimam dentro de suas próprias casas, com o intuito de eliminar a bactéria. Cantarolando uma cantiga de amizade, todos observam os gritos de desespero, em meio às chamas, em forma de homenagem. O vírus que na trama foi criado em laboratório não tornará a humanidade melhor, pois a raça humana é ruim e egocêntrica, perseguindo seus desejos, vontades e tudo que os cercam – egoístas natos.

Com uma fotografia impecável, o telespectador vibra enraivecido com a perseguição e logo em seguida se comove com a conquista momentânea do personagem, bem diferente da verdadeira história contada na HQ que traz uma versão sanguinária e selvagem. O roteiro foi certeiro em transformar um cenário cruel em uma fábula. “Sweet Tooth” transmite todas as sensações para um futuro eloqüente e esperançoso ao longo de seus oito episódios. A adaptação para a série iniciou-se em 2016 e a gravação do piloto realizada em 2019, na época nem imaginavam que no futuro próximo, enfrentaríamos uma realidade parecida.

“De certa forma, a mudança é para melhor, porque a natureza volta a dominar o planeta e surgem híbridos mágicos, como Gus, que embarca em uma aventura extraordinária com os novos amigos e descobre um mundo cheio de vida e de novas possibilidades. Isso nos dá muita esperança. É uma história incrível de beleza, aventura e, principalmente, família. Todos aprenderam muito sobre esses temas no ano passado, então é um prazer poder compartilhar essa história com o mundo”, finalizam Beth Schwartz e Jim Mickle, co-criadores da série.

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