Apesar da literatura gay existir há tempos, a cena literária LGBTQIA+ nunca esteve tão vibrante. Porém, na maioria dos livros com a temática, as dores e as delícias da experiência homossexual passam por uma jornada de descoberta da sexualidade. Mas, o escritor, roteirista premiado e dramaturgo Saulo Sisnando, em “Terra de Paixões”, quebra o padrão. Leva a representatividade a outro patamar: evidencia, de fato, a paixão dos protagonistas gays.
RENAN QUINALHA: “EM VÁRIOS MOMENTOS DA HISTÓRIA, A POPULAÇÃO LGBTQIA+ FOI O BODE EXPIATÓRIO”
Outra diferença da trama é o público para qual foi escrita. No lugar de conversar com adolescentes ou jovens adultos, o enredo é voltado para pessoas maduras de 35 anos ou mais que estão acostumadas a consumir obras de romancistas como Nara Roberts, Barbara Cartland, Janet Dailey e Danielle Steel. A trama se assemelha as novelas com paixões tórridas, em que os protagonistas encontram no amor a salvação. Enrico é estilista com futuro promissor no mundo da moda e Bernardo é um cowboy que vive em uma fazenda isolada. Por causa de um acidente de carro, passam a morar juntos em uma cidade histórica no interior de Minas Gerais.
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“Quis escrever um livro ‘rasgadamente’ romântico inspirado no universo dos livros de banca. De leitura rápida, com uma trama rocambolesca e divertida, mas que também dialoga com um público que não vejo abraçado pelas atuais obras LGBTQIA+”, analisa o autor, que é conhecido no Norte do Brasil por escrever diversas peças teatrais.
“Terra de Paixões” é o primeiro volume de uma coletânea de dez livros voltados ao público gay, intitulada Infinita Coleção. A série passará pelos clichês clássicos das histórias românticas, mas sempre voltado para os que amam um casal de novela, mas nunca se sentiu representado. 244 páginas. R$ 30.