Eike Batista já esteve na disputada lista da Forbes dos homens mais bilionários do mundo, com uma fortuna estimada em mais de US$ 30 bilhões, com uma biografia inspiradora e ensinamentos financeiros, o empresário logo alcançou o auge da carreira, cercado de bajuladores, sucesso, mulheres, admiradores, mas o protagonismo era sempre ofuscado por alguém – primeiro viveu na sombra de seu pai, Eliezer Batista da Silva, ex-presidente da Companhia Vale do Rio Doce, não demorou muito para seu brilho sumir novamente, desta vez, pelo furacão Luma de Oliveira, ex-esposa e mãe de seu dois filhos.
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Eike tentava ser o dono da própria história, afinal, o ego inflado falava mais alto, sua busca incessante pela fama e poder o deixou cego pela ganância, partindo desse viés, surge “Eike – Tudo ou Nada”, obra inspirada no livro homônimo da jornalista Malu Gaspar, que chega aos cinemas no dia 22 de setembro com direção e roteiro assinados pelos premiados Andradina Azevedo e Dida Andrade, com produção de Tiago Rezende da Morena Filmes.
Coincidência ou não, a trama será lançada em pleno período eleitoral brasileiro, já que o roteiro narra a decadência do ex-bilionário que mexeu com a economia do país. Estrelado brilhantemente por Nelson Freitas, o filme percorre um breve, mas intenso período da vida de Eike Batista. A história começa em 2006, quando o Brasil passava por uma expansão econômica com o pré-sal e o empresário decide criar a petroleira OGX. E segue até a sua prisão em 2017, alvo da Operação Eficiência, um desmembramento da Operação Lava Jato, no Rio de Janeiro. Eike foi acusado de fazer parte de um esquema de corrupção do ex-governador Sergio Cabral, preso desde 2016.
Sem exceção, o elenco escalado por Ciça Castello, dá um show de interpretação – Thelmo Fernandes, Marcelo Valle, Bukassa Kabengele, Isabel Fillardis, Lipy Adler, Carol Melgaço, Pablo Spyer e Xando Graça imergem o telespectador para dentro da narrativa que traz muitos diálogos (inteiros) retirados do livro que inspirou o filme, destaque para Jonas Bloch e André Mattos (que dá vida ao ex-governador carioca) e também para Juliana Alves (Zita), papel pequeno, porém de suma importância, interpretando a única mulher negra do time de funcionários da OGX – ambiente extremamente machista e preconceituoso. Adriano Toloza simboliza o povo brasileiro, leigo em finanças e que acredita fielmente nas palavras de Eike ao comprar ações de uma empresa sonhadora, e por último, falar do empresário e não citar sua ex-mulher, Luma, seria um grande equivoco, Carol Castro faz uma participação especial dando vida a ex-modelo. Na adaptação, os ex-colaboradores da Petrobras que saíram da estatal para fundar a OGX ganham nomes fictícios: Laerte, Kopas, Nelson, Zita e Odorico (Dr. Oil).
Sétimo homem mais rico do mundo em 2012, Eike foi do auge ao declínio em poucos anos. Em 2014, já não integrava mais a lista da Forbes. “Eike – Tudo ou Nada” revela os bastidores dessa história extremamente midiática, mas que até hoje provoca controvérsia e curiosidade. A linguagem pop que é marca dos diretores confere ao filme uma estética moderna e ágil. Os planos megalômanos e uma série de decisões e alianças equivocadas fazem seu império ruir de forma tão espetacular quanto havia crescido. E o Brasil assiste perplexo, à queda de Eike, que perde toda sua fortuna, poder e prestígio. Assista ao trailer: