Oscar 2021 tem recorde de inscritos na categoria filme internacional

Entre produções de mais de 90 países, oito já estão disponíveis online no Brasil
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29.01.2021

Divulgação / Reprodução

Ao todo, 97 países inscreveram um representante na categoria filme internacional do Oscar 2021 – um recorde. Desses, por não cumprirem todos os requisitos, quatro tiveram suas produções excluídas pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas norte-americana, restando 93 na disputa – ainda assim, um recorde, já que dos 94 inscritos no ano passado (maior número até então), três foram desqualificados.

Essa imensa relação será drasticamente reduzida em 9 de fevereiro, quando apenas 15 pré-finalistas serão anunciados. A lista final com os indicados em todas as categorias sai em 15 de março. O Oscar acontece em 25 de abril.

Dentre os que acabaram de fora este ano, Belarus teve ‘Persian Lessons’ retirado da disputa devido ao alto número de profissionais de outros países envolvidos na produção. Já o candidato do Uzbequistão, ‘2000 Songs of Farida’, não enviou toda a documentação necessária a tempo. Além destes, os representantes de Algéria (‘Heliópolis’) e Butão (‘Lunana: A Yak in the Classroom’) não constam na lista final da Academia até o momento.

Canadá e Portugal também chegaram a ter seus postulantes excluídos, ambos por conterem mais da metade de seus diálogos em inglês, mas conseguiram substituí-los antes do encerramento do prazo. O primeiro trocou ‘Funny Boy’ por ‘14 Days, 12 Nights’, enquanto o país europeu enviou ‘Vitalina Varela’ para o lugar de ‘Listen’.

Três nações participam do processo pela primeira vez: da África, Lesoto (‘This Is Not a Burial, It’s a Resurrection’) e Sudão (‘You Will Die at 20’), além do Suriname (‘Wiren’), da América do Sul.

Grande vencedor no European Film Awards em dezembro, e indo muito bem no circuito de premiações da crítica americana, o favorito até o momento é ‘Druk’, inscrito pela Dinamarca, sobre o qual falamos na semana passada (leia aqui). O filme ainda não tem previsão de estreia no Brasil, mas outros oito concorrentes já estão disponíveis online por aqui, incluindo o representante brasileiro. Confira:

Babenco – Alguém Tem Que Ouvir o Coração e Dizer: Parou’ (Brasil / Looke)

Estreia de Bárbara Paz como diretora e roteirista, seu filme está entre os cerca de um terço das produções inscritas nesta edição dirigidas por estreantes. Com sua homenagem ao ex-marido, o cineasta Hector Babenco, falecido em 2016, Paz endossa, ainda, os cerca de 36% dos concorrentes deste ano comandados por mulheres, maior índice na história da categoria.

Além disso, ‘Babenco’ é um dos sete documentários inscritos – ao lado dos representantes de Chile (‘El Agente Topo’), Itália (‘Notturno’), Luxemburgo (‘River Tales’), Quênia (‘The Letter’), Romênia (‘Colectiv’) e Venezuela (‘Era Uma Vez na Venezuela’) – o que, pelas regras da Academia, os tornam aptos a também conquistarem indicação na categoria dedicada ao gênero. Disponível para compra no YouTube e Google Play, pode ser alugado em plataformas como Looke, Now e Vivo Play.

‘Quando a Vida Acontece’ (Áustria / Netflix)

 Assim como Bárbara Paz, a austríaca Ulrike Kofler também assina roteiro e direção de um longa-metragem pela primeira vez. Seu bom filme de estreia nos conta sobre um casal que tenta sustentar o relacionamento após tentativas frustradas de engravidar.

‘A Trincheira Infinita’ (Espanha / Netflix)

Dirigido pelo trio Aitor Arregi, Jon Garaño e Jose Mari Goenaga, o representante espanhol inspira-se em espantosos relatos verídicos sobre cidadãos que passaram décadas vivendo confinados em suas próprias casas, dados como mortos ou desaparecidos, temendo severas punições do regime ditatorial de Francisco Franco. Com quase duas horas e meia de duração, é o segundo mais longo dentre os inscritos, e melhor seria se fosse formatado como uma minissérie, pois sua interessante premissa torna-se inevitavelmente enfadonha em certo ponto.

‘Ya No Estoy Aquí’ (México / Netflix)

Escrito e dirigido por Fernando Frias, o concorrente mexicano é apontado com chances razoáveis de figurar entre os 15 pré-finalistas, e acompanha a jornada de Ulises Sampiero entre a saída apressada de seu país, o exílio em Nova York e o desejo constante do retorno à terra-natal. Sim, o nome do personagem não foi escolhido à toa, remetendo ao herói grego de Homero, com a diferença de que este Ulisses (com um S a menos na grafia espanhola) trava suas batalhas ao som da cumbia, ritmo musical e estilo de dança que compartilha com sua turma.

‘Happy Old Year’ (Tailândia / Netflix)

Nawapol Thamrongrattanarit escreve e dirige esta bela reflexão sobre desnecessários pianos psicológicos que carregamos sem nos dar conta, afetando diretamente as relações familiares e sociais à nossa volta. Vale o play.

‘A Sun’ (Taiwan / Netflix)

Considerado o mais forte candidato dentre os aqui citados, o filme de Mong-Hong Chung é o mais longo dos 94 concorrentes, com pouco mais de duas horas e meia de duração. Contudo, ao contrário do representante espanhol, as surpresas que vão surgindo em seu enredo nos mantém em estado de alerta, ora aflitos, ora atônitos, por vezes solidários, outras vezes comovidos, imersos nas desventuras de uma aparentemente típica família vivendo na tênue linha entre conduzir a vida em segurança e deixá-la desgovernada como um carro sem freios.

 ‘Milagre na Cela 7’ (Turquia / Netflix)

 Possivelmente o mais assistido dessa pequena lista, este emotivo filme de Mehmet Ada Öztekin, versão mais pesada de um leve drama sul-coreano de 2013, já arrancou muitas lágrimas mundo afora ao romantizar uma improvável e absurda situação em que uma garota de 6 anos de idade se vê por diversos momentos convivendo numa cela com homens acusados dos mais graves crimes. Ela tenta comprovar a inocência do pai, mentalmente deficiente, acusado falsamente de assassinato.

‘Alelí’ (Uruguai / Netflix)

Família parece ser tema recorrente este ano, e o filme de Leticia Jorge reforça a ideia, nos mostrando, na chave entre comédia sutil e drama leve, como duas irmãs e um irmão assimilam, cada qual à sua maneira, a partida do pai e as rupturas que isso acarreta. Vale o play.

Confira os principais eventos da temporada de premiações de 2021:

28 de fevereiro – Globo de Ouro 2021

7 de março – Critics Choice Awards

15 de março – anúncio dos indicados ao Oscar 2021

24 de março – premiação do Sindicato dos Produtores (PGA)

4 de abril – premiação do Sindicato dos Atores (SAG)

10 de abril – premiação do Sindicato dos Diretores (DGA)

11 de abril – Bafta 2021

25 de abril – Oscar 2021

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