Dez jovens completamente diferentes acordam em um dia qualquer e percebem: todas as pessoas do mundo desapareceram, exceto eles. Após se encontrarem em um supermercado abandonado, passam a conviver e pensar em como, juntos, reconstruirão a humanidade. Com essa história o espetáculo “Os Donos do Mundo” estreia dia 12 de agosto, no Teatro Itália Bandeirantes, em São Paulo. Criada e dirigida por Luccas Papp, a produção traz aos palcos uma história para debater aspectos mais profundos da sociedade.
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“Escrevi a história em 2012, quando tinha 19 anos, na época tinha aquele hype de que o mundo acabaria em 2012, segundo o calendário maia. Todos os veículos de mídia falando sobre o assunto, e eu pensei: “e se realmente o mundo fosse acabar?”, mas isso de uma forma diferente, imagina se todos sumissem, com exceção de 10 jovens, o que aconteceria? Então peguei perfis completamente diferentes que eu conhecia, representando classes sociais, sexualidades, educações, vivências, gostos. ‘Os Donos do Mundo’ tentam “criar uma microssociedade” de bilhões de pessoas naqueles jovens em formação, as noções de justiça, de verdades absolutas, composições éticas são formadas dessa vivência”, reitera Papp.
Para ajudar a contar a história, que é dividida em quatro atos, a produção terá uma cenografia que mistura um pouco do clima árido de produções sobre o apocalipse, além de andaimes, pois grande parte do espetáculo se passa nas alturas, para dar o ar de solidão e finitude. “A peça passa por diversos momentos, o primeiro ato é o fim, que é o início da história quando tudo acaba, depois vem a ascensão, o declínio e a redenção. Para isso vamos trazer uma linguagem cinematográfica para os palcos, sendo mais acessível ao público que consome histórias no streaming e cinema, e personagens facilmente adaptáveis e reconhecíveis por eles”, explica o diretor.
“Nossas referências, principalmente as estéticas, tem muito de “Mad Max”, “Eu Sou, a Lenda”, “O Livro de Eli”, dessa linguagem árida, o deserto do apocalipse, porque mesmo que na história não tenha havido um evento catastrófico, as pessoas simplesmente sumiram, tem um pouco dessa destruição da sociedade como um todo. Com a cenografia rústica, a história se passa em andaimes, grande parte é feita nas alturas, e as mudanças de cenários, a luz, além da trilha sonora inédita feita pelo Pedro Lemos e figurinos assinados por Thaís Boneville ajudam a criar a atmosfera e fazer com que o público esteja em uma experiência imersiva”, complementa Papp.
Para desenvolver a temática, Luccas escolheu para os seus personagens temas e histórias pessoais que acabam criando embate um com os outros. “O foco não é necessariamente o que aconteceu, mas como essas pessoas vão se reorganizar em uma sociedade nova, a formação de caráter, os valores, a construção da moralidade. Como podemos ser capazes de cometer atos positivos e negativos e ser influenciados por outros. A ideia é que percamos nossos preconceitos e consigamos, acima de tudo, se colocar no lugar do outro. Uma série de elementos e temas que serão debatidos, como homossexualidade, homofobia, relacionamento abusivo, ciúme parental, capacitismo, uma das atrizes é deficiente visual, e temos personagens que mostram diversos aspectos para o público se identificar e pensar esses temas a partir daí”, completa Papp.
SERVIÇO
Peça “Os Donos do Mundo”
Onde: Teatro Itália Bandeirantes
Endereço: Avenida Ipiranga, 344, Ipiranga, São Paulo
Quando: 12 de agosto a 30 de setembro
Horário: 17h
Quanto: R$ 70 (inteira) R$ 35 (meia)
Classificação etária: 12 anos
Informações: através do site