“O empreendedorismo de verdade se encontra na periferia”, comenta Facundo Guerra

O empresário prepara o lançamento de seu segundo livro “Destruir para Criar”
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11.06.2020

Reprodução / Instagram

Conhecido na noite paulistana, Facundo Guerra é responsável por várias empresas no setor do entretenimento e gastronomia, entre elas – Riviera, Bar dos Arcos, Blue Note, Cine Joia, entre outras – e está pronto para lançar seu segundo livro. Para o empresário seu primeiro lançamento, “Empreendedorismo para Subversivos”“antecipou muita coisa daquilo que a gente esta vivendo agora, ele fala do pequeno produtor e do provável apocalipse que está ai”.

“Para esse segundo livro, tenho um titulo provisório “Destruir Para Criar”. Eu estava no Uruguai no começo do ano, e estava visitando um stand, numa cidadezinha pequena chamada Ipy quase Cabo Apolônio, e encontrei por acaso uma feira de artesanato, e tinha um garoto argentino e anarquista com aproximadamente 18 anos, e tinha vários fanzines sobre anarquismo e analises contemporânea e comprei vários, muitos assuntos interessantes, assuntos falando contra a monogamia, interessante pra cara*&@ e títulos que nunca seriam publicados, por isso estavam em fanzines. O nome da editora do menino era destruir para criar, e disse a ele “que nome lindo tem sua editora”, “pois é eu sou muito orgulhoso dele”, comentou, “você me permite usá-lo?” – “Hermano sou anarquista” e agradeci. Eu achei muito poético. O ato de criação seja de um negócio, obra de arte ou filme ele parte de uma destruição, a destruição é importante, as obras mais fortes que eu li na vida elas destruíam o mundo ao qual elas tinham nascido e propunham um novo mundo”, explica Facundo.

Quando o assunto é empreendedorismo, o nome do empresário surge entre os mais comentados, pelo seu ponto de vista diferente dos demais. “Eu não acredito em meritocracia. A meritocracia é uma grande mentira que se conta dentro do capitalismo. Essa é a maior mentira que se conta inclusive para os empreendedores gurus, que vendem cursos, ou vendem livros, que ficam falando que você vai conquistar aquilo que é seu porque a tua alma precisa ser forte pra riqueza vir, você canta o mantra do desejo, você fala “eu sou foda” dez vezes na frente do espelho, acorda 4 horas da manhã e trabalha 20 horas pra gerar riqueza, só que isso é besteira, porque não chega ao sucesso desse jeito”, pontua.

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Facundo Guerra é visionário, recuperou antigos prédios da capital paulistana, e os transformaram em verdadeiras minas de ouro. Seu primeiro empreendimento, a balada “Vegas” nasceu em meio uma crise de ódio ao levar um golpe de sua antiga sócia. “O motor do verdadeiro empreendedorismo que conheço é a dor, a fome, a raiva, ninguém acorda e diz “achei meu propósito e vou abrir minha startup”, grande besteira. Meu primeiro empreendimento que deu certo foi o Vegas e foi por puro ódio, que tinha levado um golpe”, relembra.

Guerra diz que seu maior aprendizado vem da periferia – “O empreendedorismo de verdade se encontra na periferia e não no centro. Eu não posso criar nada pra periferia, porque eu não conheço a periferia. Não é meu território, não seria legitimo nem verdadeiro, eu sou um playboy da região central, o que eu posso fazer é me juntar com empreendedores de lá e junto com eles mostrar o que funciona pra mim e que provavelmente pode funcionar pra eles. É ao contrário eu tenho que aprender com esses caras”.

O empresário é referencia em meio aos pequenos empreendedores, não só em São Paulo, mas em outras cidades do país, devido suas palestras. Questionado sobre quebrar no inicio do negócio e como enfrentar a crise em meio à pandemia, Facundo pontua – “Quebrar é uma lição muito dura. Hoje eu valorizo muito mais o dinheiro, a fome metafórica que a falta de dinheiro representa. Quando eu quebre, fiquei deprimido, procurei analista. Estou há três meses sem faturar, o fracasso hoje é coletivo, e hoje eu sou capaz de controlar o que afeta ou não me afeta. Nessa quarentena segurei o quanto eu pude, mas comecei a demitir, reduzi salário, fiz uma assembleia virtual pra falar sobre isso. Não toco no caixa, o caixa é deles. Eu não tenho vergonha de expor o lucro que eu tive num mês”, finaliza

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