“NINA LAFAYETTE E O SALTO TEMPORAL” INSERE PÚBLICO JOVEM NO CONTEXTO SOCIAL ARTISTICO DA DÉCADA DE 1920 NO BRASIL

A SAGA ESCRITA POR MANDI CASTRO É UMA CONTINUAÇÃO ELOGIADA POR LAURENTINO GOMES
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19.01.2023

Divulgação

Anita Malfatti está na sala de casa enquanto lê para os amigos, Mário de Andrade e Di Cavalcanti, a crítica que Monteiro Lobato fez sobre uma de suas exposições. Ele desaprova as tendências artísticas da época e afirma que os talentos da pintora estão sendo gastos com uma “arte caricatural”. Ao escutar os argumentos do autor de “Sítio do Picapau Amarelo”, a adolescente Nina, que havia sido convidada a participar daquele encontro com pessoas famosas, defende Anita Malfatti.

“A SEMANA DE ARTE MODERNA: SÃO PAULO, 1922”, DE DOUGLAS TUFANO, CONTA A HISTÓRIA DE FORMA DESCONTRAÍDA EM 13 CAPÍTULOS

Porém, o que uma menina do ensino médio está fazendo na casa de uma grande artista? Em Nina Lafayette e o Salto Temporal”, continuação da saga de Mandi Castro, a protagonista viaja no tempo para salvar a humanidade. Com um enredo que mistura fantasia e ficção científica, a autora traz para a obra o contexto sociocultural da década de 1920 e mostra a influência da arte na formação histórica do país.

“A arte brasileira depende da realidade brasileira e é, ao mesmo tempo, reveladora dessa realidade. Por isso, nossa expressão é ainda em grande parte lírica. Como pode o Brasil ter uma arte trágica e grandiosa sem que se faça a revolução social? Como podemos pegar tamanha necessidade e representação e condensá-la em três dias?” – “Nina Lafayette e o Salto Temporal”, pg. 79.

A IMPORTÂNCIA DA ARTE MODERNA NO BRASIL COM A SEMANA DE 1922

Na trajetória, a garota contará com a ajuda do irmão, Martim, para fugir de um antigo guardião do tempo que quer destruí-los e roubar seus poderes. Por causa da força que detêm, os Lafayette serão perseguidos por Mestres do Tempo-Espaço. Em meio a esses acontecimentos, a personagem vivencia de perto situações que culminariam na Semana de Arte Moderna de 1922, como um diálogo entre Heitor Villa-Lobos e Di Cavalcanti para acertar detalhes do evento.

Já no primeiro volume da saga, “Martim Lafayette e o Contra-Tempo”, Mandi Castro leva o leitor a 1822. Naquele período, o Brasil enfrentava a luta pela independência da coroa portuguesa, dentro de um regime escravocrata e de exploração dos povos indígenas. O título foi descrito por Laurentino Gomes como uma leitura “divertida e bem fundamentada”.

Pós-graduada em roteiro para o audiovisual, a escritora tem ampla experiência com produção de textos no setor cultural. Com o primeiro volume da série ganhou o Prêmio Brasil entre Palavras, realizado pelos blogs CuraLeitura e As 1001, nas categorias “Melhor Romance de Época”, “Melhor Autora” e “Capa Mais Bonita” em 2020. Também foi finalista dos prêmios Odisseia Fantástica 2021, um dos maiores eventos do gênero de fantasia no Brasil, e Minuano de Literatura 2021, promovido pela Secretaria da Cultura do Rio Grande do Sul. 200 páginas. R$ 40.

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