No penúltimo episódio desta quinta temporada de “Mano a Mano”, Luedji Luna compartilha com Mano Brown e Semayat Oliveira os bastidores do lançamento de dois álbuns – “Uma Mar Pra Cada Um” e “Antes Que a Terra Acabe” – com apenas 17 dias de intervalo, refletindo sobre o seu processo criativo e o mergulho emocional que marca sua obra.
Luedji também comenta sobre estética e posicionamento artístico em seus shows: “Quem é protagonista aqui não é a diva, não é a artista, é a música! No meu show, eu e os músicos estamos na mesma paleta, tem um véu em minha frente. Não é pelo story, é sobre a música!”. A conversa atravessa ancestralidades em comum, Luedji e Brown compartilham vínculos hereditários e espirituais com o terreiro da família Santa Rita e se expande até o continente africano, onde a cantora gravou parte de seu disco e visitou diversos países.

Sobre a África e os julgamentos precipitados ao visitar regiões marcadas pela desigualdade, ela afirma: “A gente é brasileiro, miséria, pobreza, desigualdade a gente conhece. É muito arrogante a gente ir pra outro país, outro continente, e fazer esse tipo de julgamento. Eu não vi nada lá que eu não tenha visto no interior da Bahia ou em New York”.
Ao longo do episódio, os dois também falam sobre influências musicais, o espaço das cantoras negras no mercado e a importância dos Beatles como referência, incluindo sua presença nas regravações feitas por artistas negros. Luedji Luna compartilha que suas maiores influências são Luiz Melodia, Milton Nascimento e Djavan, além de destacar o impacto dessas sonoridades na construção de sua identidade artística.
Luedji ainda reconhece a relevância histórica de Mano Brown como símbolo e construtor de narrativas para o povo preto: “O que você fez com os Racionais MCs e segue fazendo é muito importante, você não pode se perder disso. A sua figura é muito importante pras pessoas negras do Brasil, pra tudo que temos invocado nos últimos 500 anos”. Ouça na íntegra: