Foi há 2.797 anos a realização oficial dos primeiros Jogos Olímpicos da Grécia Antiga. É no ano de 776 a.C que se consolida este festival esportivo em honra a Zeus, no santuário de Olímpia, que reunia atletas de várias cidades-estado em competições amistosas. Apenas homens livres de origem grega podiam participar e se exercitavam completamente nus.
Uma das justificativas para esse desprendimento todo era que deveriam competir em igualdade de condições – mas também evitar que as mulheres participassem das competições disfarçadas. As mulheres casadas não tinham permissão nem para assistir ao festival, no entanto, as mulheres solteiras foram eventualmente agraciadas com seus próprios jogos em homenagem a deusa Hera – a esposa de Zeus.
De acordo com os relatos deixados pelo escritor grego Pausanias, o festival feminino chamado de Heraea era organizado e supervisionado por um comitê de 16 mulheres das cidades da península do Peloponeso e também era realizado a cada 4 anos, quando uma túnica nova (peplos) era tecida e oferecida à Hera em seu templo. As atletas treinavam com os cabelos soltos, usando túnicas com um ombro de fora, de algodão ou lã, que desciam quase até os joelhos – uma vestimenta tradicional da Grécia naquele período, que provavelmente ia do cuidado com a casa até os esportes olímpicos, afinal na Antiguidade não era comum um guarda-roupa cheio de novidades a cada estação.
A palavra “atleta” vem da língua grega antiga e significa ‘aquele que compete por um prêmio’. Num primeiro momento os prêmios oferecidos aos competidores (homens) incluíam caldeirões, metais valiosos, bois e dinheiro. Mas de acordo com o autor romano Phlegon, a guirlanda com folhas da Oliveira foi instituída como prêmio para os vitoriosos em 752 a.C – um conselho do Oráculo de Delphos – e até hoje traz o significado de vitória.
A última Olimpíada da Era Antiga foi disputada em 393 d.C., quando o imperador romano Teodósio I converteu-se ao Cristianismo e proibiu a adoração aos deuses pagãos da Grécia conquistada, encerrando então os Jogos Olímpicos.
Foi apenas em 1896 que o historiador francês Pierre de Coubertin revitalizou as competições, sendo o idealizador das primeiras Olimpíadas modernas, realizadas em Atenas. E de lá para cá os uniformes e trajes esportivos ganharam primeiramente os tecidos sintéticos para, no século 21, atingirem o patamar dos tecidos tecnológicos inteligentes – e muitas vezes sustentáveis – que se tornaram coadjuvantes no desempenho dos atletas de mais de 200 países nesta Olimpíada de Tóquio. Um longo caminho de quase três milênios desde que os primeiros competidores da História da Humanidade decidiram se despir de suas túnicas e mantôs para atingirem a liberdade de movimentos que o exercício físico preconiza.