O Centro Cultural Banco do Brasil, em parceria com o Consulado-Geral da Hungria, oferece a Mostra de Filmes Contemporâneos Húngaros, que acontece de 18 a 28 de novembro no CCBB São Paulo e, em seguida, no CCBB Rio de Janeiro, de 8 a 12 de dezembro de 2021. Os ingressos são gratuitos.
AS MARAVILHAS FASCINANTES DO LESTE EUROPEU
A mostra apresenta uma seleção das melhores criações cinematográficas contemporâneas húngaras para o público brasileiro na semana do 65º aniversário da Revolução Húngara de 1956, coincidindo também com o ano da presidência húngara do Grupo Visegrád, que representa uma aliança cultural e política de quatro países da Europa Central: Eslováquia, Hungria, Polônia e República Tcheca.
“Com a realização desta mostra gostaríamos que o público brasileiro se familiarizasse ainda mais com este sentimento de vida e histórias tipicamente centro-europeias. Acreditamos que a qualidade da sétima arte no Brasil e a perceptividade dos cinéfilos do país contribuirão para uma boa apreciação destes longa-metragens” comenta o diplomata do Consulado-Geral da Hungria em São Paulo, Balázs József.
A seleção dos filmes escolhidos para esta mostra, que conta com a curadoria do embaixador da Hungria no Brasil, Zoltán Szentgyörgyi, apresenta algumas das melhores obras da última década. Os filmes representam os trabalhos mais conceituados dos cineastas da atualidade.
O Cinema Húngaro
Na virada do século passado, os imigrantes húngaros ajudaram a fundar Hollywood. Eles chegaram ao Novo Mundo não como cineastas, mas como imigrantes muito talentosos e com grandes sonhos.
Alguns dos mais conhecidos são Adolph Zukor (Adolf Zucker, 1873 Ricse – 1976 Los Angeles) que fundou a Paramount Pictures, em 1917 e William Fox (Vilmos Friedman, 1879 Tolcsva – 1952 New York) fundador da Fox Film Company (que mais tarde se tornaria a 20th Century Fox), em 1914. É impossível não mencionar Michael Curtiz (Mihály Kertész 1888 Budapest- 1962 Hollywood), que foi o diretor de “Casablanca” (1942), um clássico do cinema.
Mas as contribuições de húngaros em Hollywood não se limitaram ao seu início, se mantendo também após a Segunda Guerra Mundial. Há outros talentos na cinematografia do país, entre eles, Miklós Rózsa, compositor da trilha de “Ben Hur” (1959); Joe Eszterhas, escritor do roteiro de “Basic Instinct” (1992); Vilmos Zsigmond, diretor de fotografia de Steven Spielberg, Brian de Palma, Martin Scorsese ou Woody Allen e, naturalmente, Andy Vajna, produtor das séries “Rambo” e “Exterminador do Futuro”.
Na indústria cinematográfica, a atração por Hollywood é um fenômeno natural. Ao mesmo tempo, porém, cineastas húngaros conseguiram criar grandes filmes na própria Hungria. István Szabó fez “Mephisto” em 1981 ganhando o primeiro Oscar para um filme húngaro. Outros diretores também tiveram enormes sucessos. Miklós Jancsó, Károly Makk, Márta Mészáros, Béla Tarr, Péter Gothár são ícones do cinema húngaro na segunda parte do século 20.
A conquista da democracia na década de 90 contribuiu para o sentimento de liberdade da população, mas não afetou significativamente o estilo do cinema húngaro. Após longas discussões profissionais, a Motion Picture Foundation da Hungria foi criada em 1991, encarregada de distribuir fundos apropriados para apoiar o cinema. Hoje, é chamado de Instituto Nacional de Cinema, responsável pelo sistema de financiamento e incentivos fiscais da produção audiovisual, um dos mais fortes da Europa.
Andy Vajna, produtor americano de origem húngara, que retornou ao país depois de uma carreira de sucesso, contribuiu para a reformulação do sistema de financiamento do Instituto e fundou o Korda Stúdios, em Etyek. O complexo é um dos mais bem equipados com alta tecnologia do continente, tornando Budapeste a “Hollywood Europeia“; a segunda plataforma europeia de filmagens depois de Londres.
Veja a programação
Dia 18/11 – quinta-feira e 27/11 – sábado
16h30 – “1945”
Diretor: Ferenc Török
Ano: 2017
Gênero: Drama
Sinopse: Em agosto de 1945, uma pequena aldeia húngara se prepara para o casamento do filho de um importante secretário da cidade. Mas um acontecimento estranho os apavora repentinamente: um grupo de judeus ortodoxos chegou na estação ferroviária da cidade portando caixas misteriosas. O medo deles é que tudo aquilo faça parte de algum plano de vingança, pelos atos cometidos na Segunda Guerra Mundial.
Duração: 91 minutos. Classificação: 14 anos
Dia 19/11 – sexta-feira e 26/11 – sexta-feira
16h – “O Bandido” (A Viszkis)
Diretor: Antal Nimród
Ano: 2017
Gênero: Ação/Crime baseado numa história verídica
Sinopse: A história real de um atleta que se transforma em bandido. Átila não é um criminoso comum, mas sim um ladrão de bancos muito charmoso ao estilo Robin Hood. Ele nunca deixa vítimas ou vestígios pelo caminho, tornando a vida da polícia muito difícil.
Duração: 120 minutos. Classificação: 14 anos.
Dia 20/11 – sábado e 25/11 – quinta-feira
16h30 – “Valan: Vale dos Anjos” (Valan: Angyalok Völgye)
Diretor: Béla Bagota
Ano: 2019
Gênero: Drama
Sinopse: Peter investiga os desaparecimentos de jovens mulheres num caso de tráfico sexual. A cada menina que encontra, lembranças de sua irmã Juli, sumida há mais de vinte anos, vêm à tona. Após uma ligação, Peter é convocado a voltar à sua cidade natal na Transilvânia para investigar o aparecimento de um cadáver que, supostamente, pode ser de sua irmã. Agora, além de enfrentar os criminosos locais, Peter também terá de lutar contra os próprios demônios.
Duração: 97 min. Classificação: 16 anos
Dia 21/11 – domingo e 24/11 – quarta-feira
16h30 – “Aurora Borealis”
Diretor: Márta Mészáros
Ano: 2017
Gênero: Drama
Sinopse: Olga é uma advogada de sucesso em Viena. Ela descobre um segredo de família obscuro que a faz questionar sua vida toda. Ela começa a buscar respostas, mas sua mãe, Maria, tem feito de tudo que pôde para evitar que a verdade fosse revelada. Enquanto Olga está viajando pelo passado de sua família, ela tem que encarar sua própria vida também.
Duração: 104 min. Classificação: 16 anos.
Dia 28/11 – domingo
16h30 -“Aqueles que ficaram“ (Akik maradtak) 88 min
Diretor: Barnabás Tóth
Ano: 2019
Gênero: Drama
Sinopse: Na Hungria, após o fim da Segunda Guerra Mundial, uma nação de sobreviventes do holocausto tenta se curar por meio do amor. Em meio ao conflito nacional e ao trauma, um médico de meia idade e uma jovem menina, de luto por familiares perdidos em campos de concentração, formam uma conexão e ajudam um ao outro a retomar suas vidas.
Duração: 88 minutos. Classificação: 16 anos
SERVIÇO
Mostra de Filmes Contemporâneos Húngaros
Onde: CCBB – Centro Cultural Banco do Brasil – São Paulo
Endereço: Rua Álvares Penteado, 112 – Centro
Quando: 18 a 28 de novembro
Horário: descrição de cada filme acima
Quanto: entrada gratuita
Informações: através do site ou (11) 4297-0600