Composta como uma guarânia – estilo musical mais lento e de origem paraguaia, mas arranjada com todo o drama de uma balada, com mesclas de jazz e um toque latino. Essa é a descrição sonora de “Abrir-Se”, novo single do artista brasiliense Gaê, em parceria com o mineiro Renato Enoch.
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A letra, que traz a concepção de encontrar-se no outro, é de autoria de Antônio Umberto de Souza Junior, pai de Gaê. “Essa canção fala de entregar-se, de se arrepender depois, de ser intenso e contraditório, e estar confortável assim”, comenta o cantor.
“Abrir-Se” faz parte do primeiro álbum do músico, que será distribuído a partir do mês de março. “Essa foi uma das últimas músicas a entrar no disco. Ela parecia um compêndio de várias imagens que estarão nele: a chuva, a rua, as esquinas e, principalmente, a cidade”, revela.
Com produção musical de Cauê Lemes, os vocais intensos e complementares dos dois artistas são adicionados a um arranjo orgânico e crescente. O artista Renato Enoch comenta que o convite lhe trouxe uma oportunidade. “Senti que era a possibilidade de gravar algo um pouco diferente do que eu estava acostumado, mas que ainda trazia elementos que me lembram a música mineira”, conta.
Tal oportunidade é mais uma parceria musical para a conta da amizade de Gaê e Renato Enoch. Juntos, já fizeram versões de “Clube da Esquina n.2”, de Milton Nascimento e Lô Borges e “Amor de Índio”, de Beto Guedes. “Ele tem uma voz sem igual e canta com uma intensidade que é de poucos. Queria muito tê-lo no álbum, então refizemos o arranjo algumas vezes para ter certeza de que ele se veria representado e confortável em estar comigo na canção”, declara Gaê sobre o amigo.
A ligação dos músicos surge a partir da disponibilidade e disposição recíprocas. “Renato foi o primeiro ‘cara’ na música que eu disse ‘vamo’ e ele foi. Tenho muito orgulho do que já fizemos juntos e fico feliz de ter surgido, em meio a isso, uma amizade também”, finaliza.
O brasiliense Gabriel Estrela – hoje, conhecido como Gaê – começou a vida artística em Brasília, no teatro musical. A projeção nacional veio em 2015 quando lançou o projeto “Boa Sorte”, espetáculo teatral sobre a experiência do ator ao ser diagnosticado com HIV. A peça colocou sua história em voga e o levou a se dedicar a trabalhos sobre saúde sexual. Ouça o resultado: