EM SEU TERCEIRO DISCO DE ESTÚDIO, FRANCISCO, EL HOMBRE SE REENCONTRA COMO UM ORGANISMO-BANDA EM “CASA FRANCISCO”

O PROJETO TRAZ AS PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS DE DONA ONETE, RUBEL, LA PEGATINA, JOSYARA E CÉU. OUÇA
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22.10.2021

Divulgação

“Hay que perderse para encontrarse”, passagem de um dos poemas do autor uruguaio Eduardo Galeano, é a síntese dos processos que desencadearam em “Casa Francisco”, terceiro álbum da Francisco, el Hombre. Ressignificando o tom negativo de perda, os integrantes buscaram se perder em novas sonoridades e projetos-solo para que, assim, pudessem se reencontrar como um organismo-banda.

DE FORMA FILOSÓFICA, FRANCISCO, EL HOMBRE E RUBEL REFLETEM SOBRE O PASSADO E O PRESENTE NO SINGLE “SE NÃO FOSSE POR ONTEM”

“Entendemos que estávamos a fim de fazer um disco em que não reinventássemos a roda: viemos ser Francisco, el Hombre”, compreende Mateo Piracés-Ugarte, que integra o grupo ao lado de Lazúli, Sebastianismos, Andrei Kozyreff e Helena Papini. É dessa forma, livre de ansiedades e frustrações individuais, que a banda compõe o disco “Casa Francisco”, que acabou de chegar às plataformas digitais. Definido pelo quinteto como o álbum “mais Francisco, el Hombre de todos”, o trabalho lista as participações especiais da cantora paraense Dona Onete, o carioca Rubel, os catalães da La Pegatina, a artista baiana Josyara e a paulistana Céu.

Sem o anseio em colocar tudo o que estava entalado na garganta em um mesmo álbum, o grupo ampliou a lupa para o que realmente importa: “Foi crucial que cada um também desenvolvesse sua carreira solo ou paralelas, tendo mais válvulas de escape criativo para focarmos mais no que nos une e menos no que nos diferencia”, explica Mateo. Lazúli completa: “termos vivenciado outras paradas musicais, decantou qualquer ansiedade de cada ego querer botar tudo para fora no mesmo disco, abrindo espaço para estarmos a serviço da música e do que este momento, como banda, nos pede”. Assim, os processos foram tomando forma, de modo mais maduro, sendo diluídos em algumas “Casas Francisco”, imersões que acabaram por intitular o disco.

FRANCISCO, EL HOMBRE SEMEIA UM FUTURO COM MAIOR ESPERANÇA EM “NADA CONTERÁ A PRIMAVERA”

Ao longo de 10 faixas, o quinteto se reconectou com as suas raízes latino-americanas. “Elas nunca saíram de nós, é que, agora, com maior consciência, corporalidade e organicidade, estamos honrando-as com mais naturalidade”, conta Lazúli. Este pilar de reconexão esbarra em “Loucura”, faixa que abre o trabalho como um “chamado para um salto de coragem”, como interpreta a vocalista. A canção ainda se desdobrou em “Pele Velha”, um interlúdio de “Loucura” que, originalmente, seguiria ao final da tracklist, mas acabou dando lugar a “Nada Conterá a Primavera”, o primeiro single já lançado.

Em “Arbolito”, o reencontro com as raízes se fortalece ao passo que marca a primeira composição de Lazúli na língua castelhana. “Ela veio como um chamado de aterramento, para espelhar-se nas árvores e na potência que cada ramificação tem, até porque a força e leveza que vem de se conectar com a terra e com o céu, se tem apenas existindo e confiando na vida”, conclui a artista. Entregues aos sentidos, o grupo canta sobre o coração por meio de “Coração Acorda”, ao lado da baiana Josyara, e da divertida lovesong “Ocê”, uma homenagem à companheira do guitarrista Andrei Kozyreff.

Com produções assinadas a muitas mãos, temáticas intrínsecas, como a vida e a morte, marcaram presença no trabalho em “Se Não Fosse Por Ontem”, uma ode à vida com a participação do cantor Rubel. Já como um contraponto, em “Solo Muere El Que Se Olvida”, o grupo trata a morte sob uma perspectiva influente na cultura mexicana. Inspirada pelo “Dia de Los Muertos”, a faixa mostra a transnacionalidade da Francisco, el Hombre e traz a presença da banda catalã La Pegatina.

JU STRASSACAPA, VOCALISTA DA FRANCISCO, EL HOMBRE, ADOTA NOME ARTÍSTICO LAZÚLI EM CARREIRA SOLO

Por fim, a fusão de sensações e referências que o disco propõe, que vão dos chilenos do Chico Trujillo aos pernambucanos da Academia da Berlinda, também vai desde abstrações, como o desapego cantado em “Arrasta”, faixa que traz a participação da cantora Céu, a momentos concretos que integram a rotina, como correr para recolher a roupa do varal quando a chuva forte chega, inspiração para “Olha a Chuva”, com a voz de Dona Onete.

“Em ‘Casa Francisco’, fizemos construções de canções como se estivéssemos no nosso show, cantando em coro e fazendo aquela união de musicalidades latino-americanas como se elas fossem todas de um gênero musical só”, resume Mateo sobre o projeto realizado com o apoio do 4º Edital de Apoio à Criação Artística – Linguagem Música – Secretaria Municipal de Cultura. Ouça o álbum na íntegra:

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