“EM QUALQUER GOVERNO AUTORITÁRIO, A PRIMEIRA COISA QUE SE ATACA É A CULTURA”, DIZ TICO SANTA CRUZ

ROCK NACIONAL, POLÍTICA, CENSURA E NOVO ÁLBUM SÃO OS TEMAS DISCUTIDOS PELO MÚSICO
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27.08.2021

Reprodução / Bruno Kaiuca

Ao falar em Tico Santa Cruz, músico e vocalista da banda Detonautas, certamente a palavra polêmica domina a sua mente, mas por trás de suas convicções políticas e militância nas redes sociais, se encontra um pai de família zeloso pela segurança e educação de seus filhos, Lucas, 19 anos, e Bárbara Odara, 12 anos, fruto do relacionamento com Luciana Rocha, além de ser um profissional gabaritado para expressar de forma coerente e precisa o seu posicionamento.

Prestes a lançar seu novo livro, ainda sem título, Tico trará a tona, em forma de narrações e documentos, todas as ameaças que sofreu e ainda sofre por se posicionar politicamente, deixando o músico em estado de alerta. Artista que mais se posicionou durante a pandemia, Tico Santa Cruz fala sobre o cenário do rock nacional, com o recém lançado “Álbum Laranja”, ao qual faz criticas ao atual governo brasileiro e ainda pretende lançar um novo disco até o final do ano, fato inédito para a banda. Confira abaixo a entrevista:

Portal Pepper: Não é de hoje que o rock nacional sofre ataques, seja por meio do público ou até mesmo de forma mascarada do atual governo.  Censura do gênero musical vem desde a ditadura militar, no período do AI5. Como enxerga o cenário atual?

Tico Santa Cruz: Particularmente, a minha impressão é que o rock, com exceção do Detonautas que é uma banda que se posiciona publicamente, que fez um disco falando sobre isso, foi bastante tímido até, em relação a essa questão, não vejo outras bandas falando sobre isso, com exceção do Deadfish, que é uma banda que faz isso há muitos anos, e algumas bandas do underground que estão ali, mas que não tem uma visibilidade a ponto de incomodar, então é ao contrário, eu vejo o rock muito conectado em alguns aspectos com o bolsonarismo, o que me preocupa bastante. A questão da censura está relacionada a tudo, você vê censura em relação a vacina, censura da mídia, da imprensa e a cultura de modo geral, mas quando você fala de rock no Brasil, estou tentando me lembrar, mas não me lembro de nenhuma banda efetivamente que tenha se posicionado abertamente como nós nos posicionamos.

PP: E em relação ao governo?

TSC: De modo geral, esse governo atual é contra a cultura, ele se incomoda com qualquer coisa que de alguma maneira possa representar uma ameaça a reflexão, ao imaginário, a criatividade, a liberdade, a questões que estão muito preocupadas, obviamente, com que a cultura tem como proposta, a cultura é a parte do imaginário da população, então em qualquer governo autoritário, a primeira coisa que se ataca é a cultura, você pode ver que historicamente em todos os governos autoritários, a primeira coisa que se ataca é a cultura.

PP: A expressão “o rock não morreu” vem crescendo consideravelmente. Em algum momento o rock nacional ficou à beira da morte, para tal afirmação?

TSC: O rock hoje representa 3% do segmento, ele é um estilo, assim como a bossa nova, o blues e outros estilos que pode passar por momentos de protagonismo e outros momentos menos, se o rock não se reinventar ele não vai morrer, mas ele vai ficar num lugar pouco acessível, teve uma época na história da música que o jazz era música popular, assim como a música clássica num período histórico foi música popular, então se você não se reinventa para poder se comunicar com a geração que está comandando a comunicação nesse momento, o risco que corre não é de morrer, mas é de você falar para pouca gente. Eu não me proponho a falar para pouca gente, me proponho a falar para o grande público e todas as pessoas. Estou constantemente me reinventando para fazer com que minha música chegue a todo mundo, agora se o rock vai conseguir fazer isso, vai depender obviamente de uma forma de abordagem. Contrariando as estatísticas, quando tudo parece que está acabando, hoje o primeiro lugar no Spotify é uma banda de rock, o Måneskin, uma banda italiana, normalmente são ingleses ou norte-americanos, mas é uma banda italiana que está estourada no mundo todo, talvez a gente possa ter uma nova fase no futuro, onde o rock volte a ter protagonismo.        

PP: O cenário do gênero musical sofreu algumas mudanças desde a década de 80, onde as bandas traziam questões políticas importantes e atuais nas letras. Hoje o estilo se transformou em algo comercial focado no lucro, o Detonautas vem na contramão e levanta assuntos sérios. Como enxerga essa mudança?

TSC: Nos anos 80 estávamos saindo da ditadura militar, então era natural as bandas falarem sobre o contexto daquela época, aí você tem Barão, Titãs, Paralama, Ultraje, Lobão e um monte de banda falando sobre essas questões, os anos 90 já tinham avançado um pouco, mas o Brasil sempre foi um pouco mais problemático e temos bandas que também falam sobre política – Chico Science, Nação Zumbi, Planet Hemp, o próprio Charlie Brown Jr., o Rappa, Marcelo Yuka. A Legião Urbana veio nos anos 80, mas ela transpassou os anos 90 com um discurso político muito forte, nos anos 2000 você vê uma arrefecimento desse tema dentro das músicas, pelo menos por parte das rádios, talvez porque politicamente o Brasil estava passando por uma outra fase, talvez não fosse tão necessário, no ponto de vista de quem detém os direitos dos veículos de comunicação, então é um hiato muito grande, o Brasil volta a dialogar sobre política novamente no campo público em 2013, na primavera brasileira, naquelas manifestações que desencadearam tudo o que a gente está vendo aí

PP: Sofreram algum tipo de retaliação ou censura pelo público, mídia, governo ou autoridades?

TSC: Preciso de um tempo para analisar se sofremos retaliação. Estou revisitando vídeos com as minhas entrevistas, e eu estou vendo que falo a mesma coisa que falava naquela época. Na verdade o Detonautas sempre teve músicas tocando nas rádios de alguma maneira e mesmo quando muitos fecharam as portas, a gente conseguiu sobreviver. Agora com o Álbum Laranja ouve um ensaio de censura que não deu certo, acabou tendo um efeito reverso, o chamado efeito Streisand, quando você quer que uma coisa não ganhe notoriedade e aciona a justiça e a censura piora a situação, foi o que aconteceu com a música da Micheque (assista abaixo), quando ela [Michele Bolsonaro] acionou a policia, ela explodiu a música, estourou e virou um sucesso chegando ao quarto lugar no Spotify e trouxe atenção para o disco do Detonautas. Apesar de todos os esforços que foram feitos, se é que foram feitos, ou porque não interessava de alguma maneira a gente sobreviveu, estamos aqui firmes e fortes. Assinamos um contrato com a Sony, foi a banda que talvez tenha tido mais visibilidade durante a pandemia, mais lançamentos, mais presença nas redes sociais, nosso canal cresceu mais de 200% em todas as mídias sociais, estamos fazendo um caminho que retoma o diálogo com uma parcela grande da população que talvez tivesse desconectado com a banda.

PP: Prova disso é o lançamento do novo disco intitulado “Álbum Laranja” onde faz criticas sociais e políticas ao atual governo. Como foi o processo de criação desse novo trabalho?

TSC: Fizemos uma música por mês, não tínhamos nada planejado, fui sentindo que estava rolando, fui escrevendo, são crônicas do que acontece com o Brasil durante esse período que estamos vivendo, no futuro se alguém quiser um documento histórico em relação à música e ouvir o Álbum Laranja está tudo aí, fundamentalismo, negacionismo, corrupção, toda essa loucura que estamos vivendo só que condensado em músicas – questão racial, questão da igreja se misturar com a política, a gente condensou nesse disco Laranja o suco do que é o Brasil em 2020/2021.

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PP: Você acha que o seu posicionamento político atrapalhou de alguma forma a sua carreira?

TSC: Se tivéssemos ficado calado esse tempo todo, a gente seria uma dessas bandas que têm uma visibilidade maior, um alcance maior financeiramente, porque os empresários sempre chegaram pra gente e falavam “não se mete com isso não, fica na tua, isso aí dá problema, você perde um show aqui, não participa de uma rádio ali, um festival lá” – se você colocar no papel o custo disso não dá para mensurar, isso não é de agora não, isso aí é do Brasil. Os artistas são de certa forma aconselhados a não se meter em política, isso vem desde sempre. Agora estamos vendo um modelo autoritário, do presidente, nos últimos governos nós não vimos isso, mas sempre dentro do meio artístico foi orientado de todo mundo ficar calado e não falar sobre isso. O preço de todo mundo ter ficado calado está sendo cobrado agora.

PP: O que podemos esperar do Detonautas para o final do segundo semestre (2021) ou até mesmo para o primeiro semestre de 2022?

TSC: Temos um álbum pronto que foi feito antes do álbum Laranja e acabou não sendo lançado, mas vai ser lançado até o final deste ano, e esse ano lançaremos dois discos, uma coisa inédita na carreira do Detonautas. Estamos vendo um monte de coisa sobre o conceito do novo álbum, vamos precisar revisitar ele. Trata-se de um álbum existencial, foi composto no inicio da pandemia, então tava fazendo muito contato com aquela fase de introspecção, luto, reflexões a respeito da vida.

PP: Rock e política devem caminhar juntos?

TSC: Você como cidadão é político o tempo inteiro, não tem como dissociar, as pessoas têm esse problema, política é tudo, ao sair de casa e pisar na rua você está vivendo política, é o reflexo da política, o buraco que seu carro vai passar, ônibus lotado, hospital que você vai precisar usar, tudo está ligado a política, não consigo entender muito bem as pessoas que dizem para separar uma coisa da outra, você pode não levantar uma bandeira, que é uma coisa, sou Lula ou sou Bolsonaro, isso é uma bandeira, você pode escolher querer ver o projeto e a ideia, agora não sei como separa, tudo o que eu olho vejo política, não para você dissociar. A condição de vida que eu tenho hoje e que outras pessoas talvez não tenham é política, agora na música, você pode fazer canção de amor, existenciais, sociais, políticas, você como artista escolhe de que lado quer estar, se você tem uma voz que dá para chegar até muita gente e essa voz pode colaborar no debate e ajudar a melhorar o país e você quer fazer uso dela, ótimo, se você não quer é uma escolha, o silêncio é também uma posição política.

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PP: Quando o assunto é política e criticas sociais, seu nome é o mais lembrado nas redes. Muitos esperam polêmica, mas seus argumentos são necessários para essa juventude. Em uma rápida aparição, criticou o posicionamento do surfista Gabriel Medina por não ter se vacinado. O que falta para a população se conscientizar da importância da vacinação?

TSC: Estamos vivendo uma era de muita informação e muita informação gera desinformação, o Gabriel Medina é um atleta foda, uma personalidade do esporte, um cara jovem ligado a saúde, então ele tem uma responsabilidade muito grande com o público dele que é um público jovem e quando ele fala que teve a oportunidade de se vacinar e não se vacinou, ele joga um sinal para a galera mais jovem que se espelha nas atitudes dele – “o Gabriel Medina não se vacinou, então está ok”. É uma escolha dele do ponto de vista individual, pode até ser, mas do ponto de vista coletivo, quando está numa crise sanitária que é uma pandemia, você não tem salvação se não sair todo mundo junto, ele poderia estar usando a força que ele tem nas redes sociais, por exemplo, que ele mostrou pra pleitear a ida da Yasmim Brunet para os jogos, e poderia ter usado a mesma força para estimular a vacinação dos jovens, mas isso é uma sugestão, se ele não fizer, também é um direito dele.

PP: Alguns artistas estão cobrando posicionamento de outros artistas quando o assunto é pandemia e política. O que acha desse tipo de cobrança? É necessário todos os artistas se posicionarem?

TSC: Não é necessário todos os artistas se posicionarem, de forma alguma, assim também quando você é uma pessoa pública e receber uma cobrança e ficar chateado de ser cobrado publicamente. Se for se posicionar, deve se posicionar com conhecimento, se for abordar delírio comunista, negacionismo, vacina é um chip e teoria da conspiração, é melhor ficar em silêncio, agora se for trazer um debate para um campo interessante, onde as pessoas de alguma maneira possam debater ideias, sejam elas de direita, esquerda, de centro, mas dentro do campo democrático, eu acho super importante. Faltam os artistas, esses que queiram se posicionar e tenha insegurança o hábito de ler e estudar sobre o assunto, para quando for falar não cometer um equivoco. Uma pessoa que tem 18 milhões de seguidores no Instagram não está falando para pouca gente. Tem que ter a responsabilidade de pegar um livro, pegar uma aula particular, de repente sobre história, geografia, geopolítica para se comunicar de forma embasada, isso vai ter conseqüências na equalização e como vai chegar ao ouvido das pessoas, se não tiver nada para acrescentar é melhor ficar calado.

PP: Recentemente, circulou pelas redes sociais um áudio em que o cantor Sérgio Reis defendia a paralisação dos caminhoneiros para pressionar o Senado e afastar ministros do Supremo Tribunal Federal. O que acha desse episódio?

TSC: Conheço o Sérgio Reis há muitos anos, a obra dele é indiscutível, é uma obra belíssima, não dá para pegar o que o cara fez e a obra dele e anular, mas confesso que me assustei quando ouvi o áudio dele – o bolsonarismo tem uma coisa na psiquiatria das pessoas, ela de alguma maneira entrou e acionou alguns gatilhos que as pessoas tinham e não sabiam em relação ao autoritarismo, uma serie de ações que são prejudiciais ao coletivo da sociedade. Quando você entra nesse modo de crença que a sua psique é alterada de alguma maneira, você mostra facetas da sua personalidade que talvez antes, você não tenha estimulado a mostrar, ai não ficava público, a gente não sabia, talvez o Sérgio Reis falasse isso com os amigos dele, nos lugares íntimos, e hoje como o Bolsonaro entrou e ele se sente confortável para falar essas besteiras ele também traz o conforto para as pessoas se manifestarem dessa maneira. Quando ele se manifestou, não deve ter tido a dimensão do ponto de vista de quão grave era, se ele tivesse prestado atenção no que estava falando, não tivesse ido como gado, o gado faz um movimento de manada, que é o movimento de ir onde está todo mundo indo sem saber o porquê de você esta indo, sem saber qual é a motivação e sem saber o que é que está te levando para aquele lugar, então você vai e segue o fluxo, e quando você segue o fluxo corre o risco de acontecer do que aconteceu nessa situação – dele falar uma coisa que é muito grave, sobre fazer um movimento para tentar fechar o STF. Ele é uma pessoa pública, ele não tem consequências e ai nenhum artista vai querer se juntar com uma pessoa que coloca algo dessa maneira.

PP: Em qual momento da sua carreira conheceu o significado da palavra cancelamento?

TSC: Sempre fui um artista que me posicionei, então sempre estive no meio dessa coisa de estarem falando ou tentar de alguma forma me anular. Quando estamos falando de uma atitude racista de uma pessoa que se coloca de uma maneira ostensivamente, ela não cometeu um equívoco, ela acredita nisso, é diferente de uma pessoa que cometeu um equívoco que pode ser revertido, por exemplo, um cara jovem diz uma fala racista, mas você percebe que ele está falando isso por causa do racismo estrutural, ou seja, ele esta reproduzindo um modelo que ele talvez não tenha se dado conta do quão grave é, não dar oportunidade para essa pessoa se revisitar e aprender a respeito do tema seja o racismo, machismo, LGBTfobia ou qualquer assunto desse porte – temos que  tomar um cuidado – o cara está errado, falou merda, então vamos mostrar pra ele de que não é assim que funciona  e vamos dar elementos pra ele não repetir, se o cara repetiu o ato, beleza, excluímos no sentido de não fazer mais parte da nossa vida, agora quando você fala de alguém que impõe de forma racista, como o Constantino por exemplo, é um racista, um fascista, um negacionista, é um cara que usa a mídia que ele tem para falar besteira, pregar coisas que são absurdas, esse tipo de pessoa não precisa ser considerada. O exemplo da Karol Conka, ela foi cancelada porque se comportou de uma maneira indevida dentro de um reality show, mas cancelar a vida dela inteira por conta disso, não acho correto, temos que dar uma oportunidade para a pessoa se rever, fazer uma reflexão

PP: O que acha do cancelamento e linchamento virtual?

TSC: Essa palavra cancelamento não me agrada, eu não gosto dessa palavra, eu acho ela muito pesada. Não podemos dar o monopólio da existência de uma figura pra alguns grupos que estão efetivamente organizados na internet, não estou me referindo aos grupos identitários que têm um trabalho importante dentro da construção dessa nova forma de se comunicar, as pessoas precisam entender que o que foi feito historicamente com o silenciamento desses grupos não vai se repetir, porque agora todos eles têm voz, mulheres tem voz, os pretos tem voz, os indígenas tem voz, os LGBTQIA+ tem voz, se você vai tentar enfrentar, você vai ter que ouvir. Várias vezes eu cancelei e fui cancelado, e não sou favorável a esse tipo de comportamento com quem pode ser revertido. Quando está todo mundo indo para um lado, eu paro para fazer uma auto-avaliação, estou indo para o lado certo ou estou indo porque as pessoas estão indo e eu tenho consciência de estar indo? Estar junto da maioria não significa necessariamente estar do lado certo, a maioria foi a favor do nazismo, fascismo, a maioria já foi contra a libertação dos escravos, a maioria já foi contra o voto das mulheres, a maioria já foi fundamentalista no sentido de queimar livros, queimar pessoas, então você deve tomar cuidado com a maioria, pois nem sempre a maioria está certa.

PP: Assim como milhões de brasileiros, é nítida sua indignação com o governo Jair Bolsonaro. O que pode ser feito? Acha que teremos um impeachment antes das eleições de 2022?

TSC: O Bolsonaro conseguiu comprar o centrão que era o objetivo dele, e o centrão está ganhando com o Bolsonaro, tem muita emenda, muito dinheiro, muito cargo sendo distribuído, então esquece, não teremos o impeachment, estamos em setembro praticamente, um processo de impeachment é um processo longo, estamos falando de no mínimo uns seis meses até concluir, isso demanda uma energia do Congresso muito grande pra você conseguir fazer com que o Bolsonaro fosse fichado, então acho improvável, praticamente impossível, mesmo que a CPI revele crimes que são gravíssimos, mas acho importante a população estar mobilizada para que mostre que não há uma conivência com esse tipo de atitude do governo e acredito que essa mobilização também seja importante para que em 2022, ele até pode lançar a candidatura dele, mas que a população tenha consciência de que sendo de direita e não quiser votar no Lula que vote em outro candidato.

PP: Além dos ataques verbais. Você e sua família já sofreram ataques físicos ou ameaças de morte?

TSC: Tomo todas as minhas precauções, já passei por situações bem delicadas, no livro eu conto sobre isso, o livro não possui título, mas estou no processo de escrita desde o inicio do ano, deverá ser lançado no segundo semestre do ano que vem, talvez, e conta essas questões, mas como documento, não é só eu falando, trago os boletins de ocorrência que foram feitos, os processos que foram movidos, os cuidados que foram tomados, quando sai o livro, a galera vai ter uma dimensão maior do que foi essa passagem. Hoje recebo bem menos ameaças, as pessoas estão despertando para a realidade, mas ainda recebo.

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