“Folha Sagrada”, o segundo de uma série de três videoclipes que integram o projeto Dessa Ferreira – Música Afro-Indígena Contemporânea, patrocinado pela Natura Musical, acaba de ser lançado no Youtube, no mês consagrado dos povos originários no Brasil. Com roteiro de Raquel Kubeo, o vídeo tem direção e produção audiovisual de Luis Ferreirah, direção de arte de Vanessa Rodrigues, produção de elenco de Gerônimo Franco e coordenação de produção de Silvia Mara Abreu.
DUO FUZAKA UNE RITMOS AFRO-INDÍGENAS COM MÚSICA ELETRÔNICA NO EP VISUAL “FORRÓ ELETRÔNICO”
A música de autoria de Dessa Ferreira, demarca as suas raízes indígenas, uma vez que ela desconhece, ao certo, o seu povo de origem, mas sabe que é do território piauense, de onde vem sua família. O videoclipe propõe um diálogo com uma das maiores etnias presentes no sudeste e sul do Brasil (além do Paraguai, Argentina e Uruguai), onde o projeto está sendo realizado, mais especificamente na Tekoa Yvy Poty, em Barra do Ribeiro no Rio Grande do Sul, e contou com a brilhante participação da comunidade, que também se propôs a contar no clipe como é o modo de viver Mbya Guarani.
Assim foi construída cuidadosamente a narrativa audiovisual que une o roteiro da multiartista e pedagoga Raquel Kubeo, que é indígena amazônica do povo Kubeo, à vivência e ao cotidiano de uma aldeia Mbya Guarani do Rio Grande do Sul, com a composição de Dessa Ferreira, que tem raízes indígenas nordestinas. A sua composição fala sobre as características e história de um encantado da floresta, o caboclo Tupinambá, cultuado em diversas casas de religião de matriz afro-indígena, como a Jurema Sagrada e a Umbanda.
O elenco é protagonizado por Dessa Ferreira e conta com a participação de artistas Mbya Guarani. São eles: Fátima Fernandes, Joana Morinico, João Miguel Benites, Julinho Fernandes, Mikaela Franco, Roberta Fernandes, Sandra Franco, Santiago Franco, Tauane Fernandes. O vídeo também estará disponível em sua versão inclusiva (audiodescrição e libras).
O trabalho de Dessa Ferreira demarca o protagonismo negro e indígena na música e na cultura e se propõe a pensar essas duas raízes como base da formação cultural brasileira, que, devido à colonização, foi e segue sendo apagada, desvalorizada e invisibilizada. Sua produção também aborda racismo e etnocídio, bem como o apagamento das referências indígenas e negras na história da sua família, que também se reflete na história de muitas pessoas no Brasil. Assista ao clipe: