O músico e compositor Davi Mascarenhas acaba de lançar seu álbum, “Mareos”. Fruto de anos de um desenvolvimento totalmente autodidata, o artista brasiliense reúne no álbum algumas de suas composições mais representativas, em uma obra que explora as profundezas e texturas da música instrumental brasileira. O artista estreou sua carreira solo em 2023, com o elogiado EP “Mangangá”.
Se em seu projeto de estreia o instrumentista se utilizou da paisagem da caatinga e do cerrado para criar suas texturas sonoras, desta vez recorre às belezas litorâneas para contar histórias embaladas por uma embriaguez provocada pelo mar e pelo próprio ato de compor.
“FUNK ILHOA” TRAZ MÚSICA INSTRUMENTAL E NATUREZA SELVAGEM NO SINGLE DE ESTREIA DE DOUG FELÍCIO
Assim como em seu EP de estreia, seu material solo coloca a percussão ao lado do violão e da viola em um lugar de protagonismo. Com uma sonoridade essencialmente instrumental, “Mareos” remete às paisagens litorâneas, fazendo jus à temática do mar que permeia o trabalho. A faixa título, “Mareos”, foi composta durante uma viagem e traduz a sensação que Davi descreve como um leve torpor, uma “embriaguez” natural que surge no momento da criação artística.
“Como autodidata, eu comecei a tocar criando ideias, ritmos e assim fui me desenvolvendo no instrumento. Já tinha muitos anos que eu queria gravar um álbum selecionando algumas das mais relevantes composições que venho criando ao longo desses anos. No final de 2019, minha banda (Transquarto) acabou e eu decidi fazer uma viagem, que eu já estava meio que planejando pra Argentina. Foi onde eu compus ‘Mareos’”, afirma Davi Mascarenhas.
“Enquanto eu criava a música, eu pensei em como era a sensação de estar inspirado para criar. Parecia uma leve tontura, um torpor, que dei o nome de mareo. E assim nasceu a ideia do álbum. Pensei numa narrativa conectada com essa ideia litorânea”, conclui.
A inspiração para o álbum reflete essa experiência, mas também bebe da fonte de nomes como Baden Powell, Villa Lobos, Clube da Esquina, Naná Vasconcelos, Almir Sater e Metá Metá, culminando numa variedade de estilos que refletem uma identidade bem brasileira, evocando a profundidade do oceano e a suavidade da brisa litorânea.
O álbum conta com dez obras, tendo como faixa de abertura “Ululo a Lobos”, peça chave para o conceito de “Mareos”, segundo Davi. O repertório é composto por faixas instrumentais e por duas canções letradas em parceria com sua mãe, Nívea Mascarenhas, cujas letras trazem a força de um Brasil profundo. São elas: “Fuga”, que conta com a voz de George Lacerda e com uma belíssima percussão, e “Rodamoinho”, que ganhou a elegante voz de Juliana Maria. As duas canções ampliam o potencial de alcance do álbum. Ouça o álbum na íntegra: