Clayton Barros, um dos grandes instrumentistas do Brasil, conhecido principalmente por integrar a banda Cordel do Fogo Encantado, ultimamente vem produzindo música a partir de seu instrumento, o violão. Depois de estrear em carreira solo e lançar uma inspirada versão de “Assum Preto” (Luiz Gonzaga), Clayton libera a inédita “Açude Negro”, em parceria com Chico César.
“Eu tinha uma base com letra e uma melodia em mente, daí nesses tempos de reclusão, procurando tecer parcerias, entrei em contato com Chico César, que topou. Ele me devolveu uma música linda com uma reformulação incrível, incluindo um novo título”, comentou ele. Chico César conta como foi sua parte no processo de criação: “Já tinha tido a oportunidade de colaborar com Clayton Barros numa gravação com o Cordel do Fogo Encantado tempos atrás. Sou admirador de seu violão, que é pura psicodelia nordestina. Gosto dos tons escuros de sua música e de sua voz, um nordeste nem sempre solar. Por isso não foi difícil escrever a letra de ‘Açude Negro’, que chegou a mim como ‘Lago Negro’”, explica.
“Me remeti à nosso universo sertanejo, Arcoverde (PE) e Catolé do Rocha (PB), à infância e a adolescência de mergulhos literais e psicanalíticos, às águas escuras e misteriosas do desconhecido a nos revelar e desafiar através do outro e das paixões e pulsões que nos provocam”, completa o cantor.
Quando Clayton recebeu a música com a voz gravada e já com as alterações sugeridas por Chico César, passou a trabalhar com a nova versão ainda no formato voz e violão, mas sentiu falta de algo mais. “Decidimos fazer um teste adicionando cordas. Falei com o maestro Emanuel Barros, que estava em João Pessoa (PB), e ele fez o arranjo. Aí chamamos um quarteto de jovens músicos daqui de Recife (PE), formado por Gabriel Francisco da Silva (viola), Samuel Oliveira de Amorim (violino), Silverson Henrique de Sousa Silva (violino) e Gabriel David Silva dos Santos Marques (violoncelo). Realmente era o que faltava na canção”, declarou Clayton.
“Açude Negro” foi produzida por Rodrigo Coelho. A mixagem ficou a cargo de Léo D e a masterização foi realizada em Miami (USA) por Felipe Tichauer. A arte da capa é uma ilustração de Elvira Paes. Ouça o resultado: