Foram colocados cerca de 150 cartazes com quatro crianças nuas no norte da Espanha entre os dias 10 a 16 de janeiro, até que surgiu a polêmica com os dizeres: “Há meninas com pênis e meninos com vagina. É simples assim. A maioria deles sofre diariamente, porque a sociedade não conhece essa realidade”.
Chrysallis a responsável pela campanha, é uma associação de famílias de menores transexuais, o objetivo é dar visibilidade e acabar com o preconceito que essas crianças sofrem diariamente.
Em pouco tempo a campanha viralizou e causou a maior confusão, um dos cartazes foi rasgado, outro foi colocado uma cruz sobre ele e um terceiro foi desenhado uma vagina e um pênis, segundo informações de Beatriz Sever, porta-voz da associação.
“Na organização, temos membros que são católicos e de diferentes inclinações políticas. Só um grupo bem pequeno da sociedade rejeitou a campanha. Não tem nada de ofensiva. São corpos de crianças, é parte da natureza. O cartaz mostra como nossas genitálias não têm nenhuma importância, mostra crianças felizes independentemente do que têm entre as pernas. Queremos transmitir a mensagem de que a natureza não é uma máquina de xerox, que a natureza é diversidade”, explica Beatriz.
A organização Centro Jurídico Tomás Moro encabeçou um abaixo-assinado contra a campanha, desde então já reuniu mais de 9 mil assinaturas, segundo o advogado e membro da organização, Javier María Perez-Roldón, a campanha é “ilegal e enganosa”.
“A transexualidade é a condição em que o gênero de uma pessoa (aquele percebido por ela) não corresponde com o que lhe foi designado com base em sua genitália ao nascer”, explica a organização Chrysallis em dos seus folhetos informativos.
Uma das razões para a criação da organização Chrysallis é que as famílias de transexuais não recebiam respostas dos órgãos públicos nem da comunidade LGBT. Por isso, decidiram organizar-se para apoiar as famílias com filhos transexuais e tentar gerar mudanças na legislação por meio das campanhas como a realizada na semana passada.