Em 2019, Fernanda Motta foi diagnosticada com câncer de mama por meio de um auto-exame de rotina. Desde então ela se tornou uma voz da causa para alertar sobre a importância do diagnóstico precoce. Hoje ela está livre do câncer há quase dois anos e continua os exames de rotina a cada seis meses. Foram 11 meses de tratamento, alguns deles no ar com as gravações da novela “Bom Sucesso”, na TV Globo.
OUTUBRO ROSA: MULHER, APRENDA A RESTABELECER SUA AUTOESTIMA ATRAVÉS DO AUTOCONHECIMENTO
“Passar por um tratamento ou ter um diagnóstico que é associado a algo tão pesado na nossa visão (sociedade) tem sim o poder de moldar a forma como vemos a vida e nós mesmos. O tratamento me deixou abatida de várias formas, obviamente, não é um processo leve, mas ele não me derrubou. Eu não me deixei cair, muito pela minha fé, minha filha, as pessoas mais próximas e por mim. Na época eu optei por continuar trabalhando e tendo uma rotina além do tratamento – isso foi algo possível na minha realidade. Isso me fez ficar cara a cara com a minha força e com a minha fé. Acho que hoje me vejo como uma mulher mais forte”, explica a atriz.
Em suas redes sociais, Fernanda compartilha suas experiências vividas e recebe inúmeros depoimentos de outras mulheres que vivem ou viveram um quadro semelhante. Entre as mensagens mais recebidas estão as inseguranças de cada uma em relação a mastectomia e a queda de cabelos.
Para a primeira, ela explica como se manteve firme e positiva: “Fiz várias sessões de quimioterapia e, depois, a mastectomia. Houve momentos delicados em todo o processo, mas nunca deixei que a doença me tomasse completamente. Foi o mesmo com a minha autoestima. A cirurgia abala, claro, e se você deixar se torna um fluxo muito delicado de pensamentos e baixa autoestima. Eu procurei através de outros recursos me ver linda, sabe? Acessórios que eu amo e um poderoso batom vermelho. Tentei seguir sendo a mulher que já era, com minhas vaidades e desejos”.
Outubro Rosa é o mês dedicado à conscientização do câncer de mama, a campanha tem como principal objetivo alertar sobre a importância de exames preventivos para o diagnóstico precoce que agora inclui o câncer de colo de útero. Como parte do tratamento, algumas mulheres fazem mastectomia para retirada parcial ou completa da mama. “A partir deste procedimento existem opções de reconstruções que podem ser feitas no mesmo dia da retirada do câncer ou após a cicatrização da primeira cirurgia”, explica Thamy Motoki, cirurgiã plástica.
A médica conta que na maioria dos casos de setorectomia, a reconstrução é realizada com o próprio tecido mamário. “Em pacientes que realizaram a retirada somente da glândula (com preservação da pele), podemos optar pelo uso de próteses de silicone”, diz. Nas cirurgias mais extensas é possível reconstruir a mama com retalhos locais.
“Em alguns pacientes existe a necessidade de colocar um expansor de tecido. Este dispositivo permite o estiramento progressivo da pele remanescente da mama, para a posterior confecção de retalhos e colocação da prótese”, completa. Também há a possibilidade de optar por retalhos de tecidos de outras regiões do corpo, como o dorso e abdome. Motoki revela que também é possível operar a mama sadia (sem câncer), para deixá-las proporcionais por meio do procedimento de simetrização.