Originalmente, os versos de “Coração no Lixo” descreviam uma relação em crise por conta de uma traição. Bem ao estilo Nelson Rodrigues, um terceiro elemento entra na história de um casal e desanda a receita. Mihay, autor da letra e da música, se inspirou no clima cinema noir para criar os personagens e o universo esfumaçado da canção. Mas esse significado inicial ganhou novas dimensões a partir da gravação, e também do videoclipe, em que o cantor e compositor carioca contou com a participação de Assucena e Thiago Pethit. A partir do encontro das três vozes, o vídeo ganhou ares de trisal.
NO CLIPE DE “HOJE EM DIA”, O CANTOR PIETTRO FORMA UM TRISAL COM OS ATORES HUGO BONEMER E LUIZA LAPA
“Essa canção aborda uma questão muito atual que são as ‘novas’ maneiras de amar”, diz Mihay. “Nossa sociedade tem descoberto e discutido formatos de relações afetivas que até pouco tempo não eram nem sequer enxergadas pela grande maioria. Hoje, o trisal, o poliamor, a não-monogamia e o amor livre estão na fronteira das discussões sobre afetividade, amor, sexo, gênero”, complementa.
Diretor artístico do novo trabalho de Mihay, Marcus Preto concorda. “É como se o ‘amante’ dessa história tivesse sido assimilado pelo casal em crise, na busca talvez de transformar a relação para salvá-la”, diz Preto, que assina a produção da faixa junto com o diretor musical Lucas Vasconcellos. “E Mihay, que é um cara com cabeça de cinema, radicaliza essa leitura no clipe que ele e Pri Garcia criaram para a música. Protagonizado justamente por Mihay, Assucena e Thiago Pethit, o filme abre o caminho para essa e para muitas outras interpretações”.
O single “Coração no Lixo” chegou às plataformas de música, ao mesmo tempo em que o respectivo videoclipe foi lançado no Youtube. Além das vozes de Mihay, Assucena e Pethit, a faixa conta com Guizado no trompete e Lucas Vasconcellos no arranjo e em todos os outros instrumentos: guitarra, violão, baixo, trompete e banjo.
“Coração no Lixo” é a primeira amostra de “Maré Vermelha”, quarto álbum de Mihay, que chegará às plataformas de música dois meses depois do single, em setembro, pelo selo Samba Rock Discos. O álbum inteiro tem produção de Lucas Vasconcellos e Marcus Preto, exceto por duas faixas, que foram pilotadas por Jongui e Guto Brant. Assista ao resultado: