A MODA E O CENÁRIO CULTURAL

Mudanças de interesses e hábitos da sociedade dão identidade à moda
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07.01.2021

Armando Prado / Reprodução / Instagram

Posso dizer que vi de perto a moda mudar substancialmente nas últimas décadas. Acompanho o setor de “dentro” desde que comecei uma carreira como modelo profissional nos anos 80, o que me deu a chance de viajar pelo país e para o exterior, experimentando com meus próprios olhos ecorpo a evolução dessa indústria.

No final do século XX, todas as referências para a moda “criada” no Brasil vinham principalmente da Europa e Estados Unidos. As tendências, designs e tecidos especialmente, mas também novidades culturais e sistemas de comunicação. O que significa que nossas roupas e revistas de moda eram praticamente uma réplica de material produzido em países considerados desenvolvidos. Nossa produção interna tinha esse “aroma” internacional e, como modelo, muitas vezes tive que reproduzir poses e movimentos “importados” que serviam de base para um editorial de moda – as famosas referências.

Laura Wie – Década de 80

De lá pra cá tem sido um alento acompanhar a evolução da moda brasileira, que tem desenvolvido uma trajetória exemplar dentro desta área que inclui estilo, corte, modelagem, tecelagem, estamparia, tecnologia e um “modus operandi” bastante criativo. Grande parte das marcas nacionais atualmente reflete a nossa cultura urbana, mantendo um olho nas influências regionais e outro no inevitável e imprescindível movimento global de sustentabilidade (a preocupação com o meio-ambiente era inexistente neste meio durante os anos em que fui modelo fotográfico e de passarela).

E este rápido olhar para a moda brasileira pode ser estendido para a moda mundial. Os interesses, necessidades e preocupações dos consumidores em todo o planeta felizmente começaram a ser entendidos e atendidos pela indústria da moda. Hoje as novas gerações têm acesso a informações consistentes e sabem exatamente o que precisam e desejam, fazendo uma pressão saudável sobre o setor – principalmente através das mídias sociais.

Sophia de Lucca

Não consumir o que eles consideram impróprio também é um movimento poderoso para assinalar novos valores. Ou seja, as gerações Millenium e Z não querem apenas vestir marcas que tragam um diferencial e legitimidade, mas que sejam também honestas com o cliente final, exercitando bons procedimentos ao longo da cadeia de produção:  funcionários com remuneração justa; uso de tecidos e práticas conscientes, e claro, modernidade e identidade. Essas são algumas das influências dominantes no ato de vestir nos dias de hoje.

Felizmente, a comunidade da moda tem se mostrado inteligente e comprometida, absorvendo as exigências atuais e representando-as em peças de roupa que comunicam um novo e admirável momento histórico.

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