A cantora Iza tem uma consciência rara de sua própria trajetória. Ela sabe exatamente de onde veio e onde quer chegar. Como uma observadora atenta das várias vertentes da música, sua carreira é o reflexo de tudo que viveu, construída com a resistência de quem soube transformar cada obstáculo em um degrau para o seu crescimento.
Com uma trajetória consolidada e a segurança de quem já tem o seu lugar, Iza agora pede licença para entrar na cena do reggae com o lançamento dos singles, “Caos e Sal” e “Tão Bonito”, que chegaram às plataformas de música. Para completar a imersão, as faixas chegam acompanhadas de visualizers, cuja missão é traduzir por meio de elementos imagéticos, a energia e as mensagens de cada canção.
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Nessa nova sonoridade, Iza resgata sua afinidade com Kemet, nome original do antigo Egito, que significa “terra preta”. Com a fusão de conceitos, que passa ainda pela Etiópia e aterrissa no Maranhão, a artista mergulha em uma profunda jornada de celebração à ancestralidade. Kemet é abordado como um berço de tecnologia, sofisticação e conhecimento de um povo preto que construiu uma das maiores bases da civilização humana, resgatando um sentimento de pertencimento e autoestima.

O registro audiovisual de “Caos e Sal” e “Tão Bonito” é a materialização dessa pesquisa, coroada por uma paleta de cores própria, inspirados nos pigmentos ancestrais egípcios que simbolizam realeza e espiritualidade. A estética visual é marcada por texturas e um tom mais gráfico e surrealista, dando sentido a símbolos e figuras emblemáticas como as deusas egípcias Bastet (protetora da fertilidade), Nefertiti e Cleópatra, além dos faraós, esfinges e do deserto, que simboliza tanto Kemet quanto os Lençóis Maranhenses.
A proposta incorpora ainda a simbologia dos Adinkras, ícones africanos que carregam saberes ancestrais, como o Sankofa. A incursão em um novo gênero não se trata de um desvio, mas a prova de que sua arte está em constante expansão. A artista, que busca sempre estar muito próxima de seu público a cada passo, carrega consigo a essência de enxergar e absorver o pulso das grandes cidades e levar para sua música. Iza se mostra apta a explorar todos os lugares e sonoridades que desejar, porque cada um desses espaços e experiências faz parte de sua identidade e de seu processo criativo.
“Sempre desejei explorar o reggae, um estilo que considero extremamente democrático por suas diversas vertentes, do R&B ao rap, do tradicional ao dancehall. Assim como o samba, o reggae oferece uma riqueza de sonoridades que me identificam profundamente. Além disso, a mensagem de paz, amor, liberdade e consciência política defendida pelos precursores do gênero ressoa muito comigo. É um estilo que eu namoro há muito tempo”, reflete a artista.
SAM SMITH CONVIDA IZA PARA A NOVA VERSÃO DO SINGLE “LAY ME DOWN”
Composta pela cantora em parceria com um time talentoso que traz Rafa Chagas, Nave e Fejuca, “Caos e Sal” se destaca pelos grooves marcantes e pelo balanço envolvente. Esses elementos sublinham uma letra que é, ao mesmo tempo, um hino de afirmação pessoal. A canção transborda a sabedoria ancestral (“Bem que minha vó falou / Que a força dos ancestrais / Nos protege da dor”), enquanto confronta a arrogância do poder (“Gente querendo / Pensando que tá no comando / Que é dono de tudo / Que manda no mundo / Só fala e não quer escutar”).

“’Caos e Sal’ nasceu há muitos anos. É uma composição inicial de Rafa Chagas, um artista incrível de quem eu sou muito fã. Ele me deu esse presente e, quando comecei a pensar em fazer este álbum de reggae, essa música foi a primeira que veio ao meu coração”, conta.
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Com “Tão Bonito”, Iza nos convida a embarcar em um momento de leveza e intimidade, explorando elementos que vão além das fronteiras do R&B e do pop. A faixa, onde a liberdade de criação e a busca por novas expressões musicais continuam a pautar sua carreira, mostra a fusão com o afrobeat e um reggae romântico.
“Essa música nasceu da parceria com Nave e Fejuca. Eu já trabalhei com Nave antes e já tinha trabalhado com Fejuca em shows, mas é a primeira vez que nós estamos produzindo um álbum juntos. Eu acho que ela compõe bem a história de reggae e afrobeat que eu quero contar nesse álbum”, diz.
A performance vocal da cantora é um ponto alto da canção, destacando-se por uma interpretação carregada de sensualidade e confiança, cujo balanço e andamento favorecem plenamente a entrega lírica e a imersão na proposta do seu novo projeto. Com a chegada dos singles às plataformas, Iza não apenas marca sua estreia oficial no universo do reggae e afrobeat, mas reafirma sua posição como uma das artistas mais autênticas e inovadoras da música brasileira.
Trata-se de um convite a uma fase, onde a paixão, a ancestralidade, a crítica social e a sensualidade se encontram em um caldeirão sonoro que promete consolidar Iza como uma voz plural, capaz de transitar por diferentes mundos sem perder a sua inconfundível identidade e o olhar atento para a realidade das grandes cidades.