No auge dos seus 58 anos, nascida na congelante Islândia, a cantora, compositora, produtora musical e atriz, Björk, é conhecida por sua voz distinta, alcance vocal de três oitavas, escolhas musicais ousadas e, às vezes, com uma personalidade pública excêntrica, onde vem recorrendo à música eletrônica, folk, pop, experimental, trip hop, clássica e de vanguarda.
MOSTRA “BJÖRK DIGITAL” CHEGA À RETA FINAL NO MIS
A artista definiu sua presença na cultura pop não só pela mistura de sonoridades, mas também com um coletivo de figurinos de beleza experimentais que estimulam qualquer conversa. Desde que lançou seu álbum de estreia, ao qual levava seu nome, há 45 anos, Björk trouxe uma sensação de singularidade à cultura pop.
Entrou em cena no final dos anos 80 com a banda The Sugarcubes, grupo de rock alternativo. Mais tarde, iniciou seu próprio caminho, como artista solo com os álbuns “Debut” (1993), “Post” (1995) e “Homogenic” (1997), colaborando com artistas de diversas áreas e gêneros e explorando uma variedade de projetos multimídia. Seus álbuns posteriores, pós-anos 90, incluem “Vespertine” (2001), “Medúlla” (2004), “Volta” (2007), “Biophilia” (2011), “Vulnicura” (2015), “Utopia” (2017) e o mais recente “Fossora” (2022).
Björk vem abraçando um estilo descolado e futurista para cada lançamento, construindo sua própria realidade fantasiosa. Após décadas de carreira e cinco turnês nos últimos dez anos; cada uma em grande escala com esquemas de luz vibrantes, paisagens surrealistas e conjuntos orquestrais enfatizando cada nota. Os looks continuam sendo expressões essenciais da experiência para a cantora, mas nada se compara a maquiagem e caracterização para as capas dos discos que são verdadeiros editoriais de moda surrealista.
Com o tempo e a idade, sua aparência foi ficando cada vez mais ousada. Para a capa do álbum “Biophilia”, 2011, por exemplo, ela usou uma peruca exageradamente laranja neon acompanhada por um tom celestial de sombra azul. Björk nunca deixa de criar um momento de estranheza e beleza ao mesmo tempo em seus trabalhos, com roupas que transportam você para outro reino ou universo. Muito dessa sensação se deve a arte de Johannes J. Jaruraak, ou simplesmente, Hungry.
Em seu último trabalho com Björk, a visão surreal de Hungry foi convocada para a capa do penúltimo álbum da islandesa, “Utopia”, onde o rosto da cantora foi “pintado e cravejado com algumas perolas”, dando um aspecto, como sempre, extraterreno e multicolorido para a cantora, criando um visual lindamente sobrenatural. E como nesta data, 21 de novembro, é o aniversário da cantora, quem ganha o presente são seus fãs. Em parceria com Rosalía, chega às plataformas de streaming musical, o single “Oral” – composto em 1998, onde as artistas exploram o gênero dancehall e tem como propósito combater a psicultura (cultivo de peixes) na Islândia, onde os lucros da canção serão revertidos para interromper essa prática.
“Os experimentos que Rosalía faz com o gênero a transformaram em uma convidada óbvia para a faixa. Me sinto abençoada por ela ter dito sim e por termos dedicado todos os lucros a esta batalha. Acho que de alguma forma há uma ressonância elegante entre o fato de que ambas as vozes têm a mesma idade na gravação. Ainda podemos reverter isso. Nossos casos de apoio à biodiversidade, ao combate à crueldade aos animais e mais causas podem se tornar exemplares para todo o mundo”, escreveu Björk em suas redes sociais.
Vale ressaltar que em 2008, Björk lançou o single “Náttúra” em parceria com Thom Yorke, aos quais os lucros foram destinados ao fundo ambiental que a islandesa ajudou a criar, com o objetivo de evitar a construção de fábricas de alumínio. Aperte o play: