MARCELO OSÉAS, FOTÓGRAFO DOCUMENTAL, INAUGURA GALERIA HOMÔNIMA EM PARATY

O ESPAÇO RECEBE A EXPOSIÇÃO “QUASE DEZ ANOS” QUE REVISITA A TRAJETÓRIA DO ARTISTA NA FOTOGRAFIA DE DIFERENTES POVOS BRASILEIROS
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26.07.2022

Marcelo Oséas

Especialista em cultura brasileira, o fotógrafo documental Marcelo Oséas inaugura a sua primeira galeria fotográfica no centro histórico da cidade de Paraty, no Rio de Janeiro, a Marcelo Oséas Galeria

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A partir do dia 31 de julho, o espaço abre as portas e recebe a exposição “Quase Dez Anos”, que revisita a trajetória do artista na fotografia que retrata diferentes povos do Brasil, como os ribeirinhos da Amazônia e os artesãos do Alagoas, ao longo de 21 imagens capturadas nas viagens realizadas pelo país.

“O Céu da Dona Laudinete”

Unindo um recorte de fotografias já conhecidas com outras inéditas do fotógrafo, a mostra é construída por elementos que compõem os modos de viver que existem, resistem e se adaptam ao Brasil contemporâneo. Na seleção, “estão retratados elementos que compõem a forma de vestir, de festejar, de navegar, de comer, de trabalhar e de se viver de diferentes grupos do país”, explica Oséas. Entre as imagens que foram produzidas ao longo de quase 10 anos – a década de trabalho será celebrada em 2023, o destaque é a fotografia “O Céu da Dona Laudinete”. A fotografia retrata o teto do ateliê desta artesã que mora no litoral de Alagoas e trança belas cestarias, com a fibra de coco, uma das matérias-primas locais desta região tão rica.

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A foto inédita “A Cuia” é um outro exemplo da riqueza de elementos produzidos pelos povos brasileiros. Na imagem, o fotógrafo registra aquele utensílio que, por natureza, nasce pronto. Apesar da aparente simplicidade, o fruto da cuieira é trabalhado pelos ribeirinhos do Amazonas e ganha marcadores únicos daquela cultura. Hoje, a tradição de fazer cuias é considerada um patrimônio cultural pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

A Cuia”

Além do Amazonas e de Alagoas, as fotos da exposição “Quase Dez Anos” foram tiradas em expedições para o Vale do Jequitinhonha (Minas Gerais), o agreste de Pernambuco, Maranhão, Bahia, Paraty, Ubatuba e Ilhabela (litoral de São Paulo). Nessas viagens, Oséas dialogou e fotografou indígenas, caiçaras, quilombolas, ribeirinhos e caipiras, de forma social e ecologicamente responsável.

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Marcelo Oséas Galeria é fundada em um prédio em ruínas, o que não se traduz em nenhum demérito ao espaço. Na verdade, a ideia foi preservar as histórias da construção, localizada em uma esquina do centro histórico da cidade de Paraty.  A construção original das paredes e a estrutura aparente do telhado foram mantidas. Somando a estes elementos já existentes, uma treliça de ferro aramada foi instalada no teto e os quadros descem, por cabos visíveis.

“Curumim”

Enquanto isso, o chão é feito em pó de xadrez vermelho. Do lado de fora, banquinhos estão instalados, como mais um espaço de convivência para locais e turistas. Todo o mobiliário da galeria é feito com sobras de madeiras, coletadas em estaleiros – espaços onde se constroem ou se reparam embarcações tradicionais da cidade de Paraty. Sem iniciativas de reaproveitamento, como esta, todo o material seria incinerado. Este trabalho foi feito por arquitetos locais.

Para o artista, o exercício de fotografar não deve ser apenas clicar as imagens e partir. A melhor foto é feita a partir do diálogo e da troca, o que implica também em contrapartidas sociais. Cada grupo que é fotografado recebe um percentual de venda das fotos, através de financiamentos para iniciativas que o próprio grupo desenvolve. Outro ponto de compensação é o ecológico. A cada fotografia comercializada pela galeria — em tiragens limitadas de 50 impressões — uma árvore é plantada. O plantio das mudas é feita através da organização TNC (The Nature Conservancy), o que permite o replantio de espécies típicas de cada bioma beneficiado.

SERVIÇO

Abertura Marcelo Oséas Galeria

Endereço: Rua Dr. Pereira, 125, Centro Histórico Paraty – Rio de Janeiro

Quando: 31 de julho

Horário: 16h01

Quanto: entrada gratuita

Informações: através da rede social

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