As surpresas e divergências entre os indicados ao SAG Awards e Globo de Ouro 2021

A caminho do Oscar, filmes surgem fortes em um dos prêmios, mas decepcionam no outro
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09.02.2021

Reprodução / Divulgação

A Associação dos Correspondentes Estrangeiros de Hollywood (HFPA), que organiza o Globo de Ouro desde 1944, e o sindicato americano dos atores de rádio e televisão (SAG) anunciaram nesta semana os indicados a seus prêmios anuais, que serão entregues, respectivamente, em 28 de fevereiro e 4 de abril, e constituem duas das premiações mais prestigiadas na corrida que antecede o Oscar. Mas a ideia de que essas listas dão sinais mais concretos sobre os futuros candidatos à premiação da Academia não se confirmou em todos os quesitos.

Finalista em seis categorias, ‘Mank’ teve o maior número de indicações no Globo de Ouro: melhor filme dramático, direção (David Fincher), roteiro (indicação póstuma ao pai do diretor, Jack Fincher, morto em 2003), ator (Gary Oldman), atriz coadjuvante (Amanda Seyfried) e trilha sonora. A caprichada produção, porém, foi pouco lembrada no SAG, onde apenas Gary Oldman foi contemplado – sinal amarelo para Seyfried, como veremos adiante. Baseado em fatos reais, o filme detalha a turbulenta relação entre o diretor Orson Welles e o roteirista Herman J. Mankiewicz durante a elaboração de ‘Cidadão Kane’ (1941).

Carey Mulligan

‘Destacamento Blood’, incursão de Spike Lee pela Guerra do Vietnã e seus duradouros ecos, fez o caminho inverso. Esnobado no Globo de Ouro, onde não teve indicações, ressurgiu com força em seguida, ao ser lembrado pelo sindicato dos atores em três categorias: melhor elenco, ator coadjuvante (indicação póstuma a Chadwick Boseman) e equipe de dublês. No entanto seu protagonista, Delroy Lindo, embora venha sendo presença constante entre indicados e vencedores no circuito da crítica, ficou de fora nos dois prêmios.

‘Minari’, de Lee Isaac Chung, sobre uma família de sul-coreanos que tenta se estabelecer numa zona rural dos EUA, nos anos 1980, foi outra produção que parecia enfraquecida pela associação dos jornalistas, pela qual concorre apenas como melhor filme em língua estrangeira, mas foi colocada de volta ao jogo pelo SAG, que a indicou ao prêmio de melhor elenco, ator (Steven Yeun) e atriz coadjuvante (Yuh-jung Youn, maior esperança de vitória do filme). Mas há, também, confirmações bem significativas sobre prováveis indicados ao Oscar.

Yuh jung Youn

‘Os 7 de Chicago’, reconstituição de acalorados protestos ocorridos em 1968, escrito e dirigido por Aaron Sorkin, é o único a disputar a principal categoria nas duas premiações: melhor filme dramático no Globo de Ouro (onde teve outras quatro indicações) e melhor elenco no SAG Awards, seguindo firme como um dos fortes candidatos do ano. Além disso, vê Sacha Baron-Cohen dar um largo passo rumo ao tapete vermelho da Academia, ao ser indicado como melhor ator coadjuvante em ambas as competições.

Já o prêmio de melhor atriz parece ter quase todas as suas postulantes definidas. Frances McDormand (do favorito da temporada, ‘Nomadland’) e Carey Mulligan (‘Bela Vingança’) polarizam a disputa, que deve contar ainda com Viola Davis (‘A Voz Suprema do Blues’) e Vanessa Kirby (do ótimo ‘Pieces of a Woman’). As quatro foram indicadas tanto ao Globo de Ouro quanto ao SAG Awards. Restaria, portanto, uma vaga em aberto para o Oscar. Andra Day (‘The United States vs. Billie Holiday’), indicada ao Globo, e Amy Adams (‘Era Uma Vez um Sonho’), contemplada no SAG, lideram essa corrida.

Sacha Baron-Cohen

A mesma situação se verifica no embate entre os melhores atores do ano. Quatro vagas ao Oscar já têm seus ocupantes bem encaminhados. Constantes no circuito de premiações da crítica e indicados ao Globo e SAG Awards, Chadwick Boseman (‘A Voz Suprema do Blues’), falecido precocemente em 2020, é o grande favorito até aqui, e deve ser acompanhado por Anthony Hopkins (‘Meu Pai’), Riz Ahmed (‘O Som do Silêncio’) e Gary Oldman (‘Mank’). A quinta vaga tem como candidatos mais prováveis Delroy Lindo (‘Destacamento Blood’), embora ausente em ambos os prêmios, e Steven Yeun (‘Minari’), que vê suas chances aumentadas após a indicação no sindicato dos atores.

Anthony Hopkins

Entre os coadjuvantes, disputa mais aberta. Na categoria feminina, a sul-coreana Yuh-jung Youn (‘Minari’) e a búlgara Maria Bakalova (‘Borat: Fita de Cinema Seguinte’) vêm dominando as premiações da crítica americana e concorrem ao SAG, porém Youn foi preterida no Globo de Ouro, em que Bakalova foi indicada como melhor atriz em comédia, e não como coadjuvante. Logo, a aposta mais certeira é a de que Olivia Colman (‘Meu Pai’), presente na mesma categoria em ambas as competições, também esteja no Oscar.

Maria Bakalova

Amanda Seyfried (‘Mank’), ausente no SAG, vê ameaçado um lugar no prêmio da Academia – até então dado como certo pela imprensa americana. Por outro lado, a jovem alemã Helena Zengel (‘Relatos do Mundo’), de apenas 12 anos, e a veterana Glenn Close (muito bem em ‘Era Uma Vez um Sonho’) surgem com força após conquistarem indicações nos dois prêmios.

Viola Davis

Na ala masculina, uma ausência inesperada: liderando com folga as premiações dos críticos, Paul Raci (‘O Som do Silêncio’) foi esnobado por SAG e Globo de Ouro, tornando sua até então provável indicação ao Oscar uma grande incógnita. O experiente Bill Murray (‘On The Rocks’), na lista de melhores do ano de boa parte da crítica, foi lembrado no Globo, mas não no SAG, o que também põe em cheque seu lugar na premiação final da temporada. No caminho inverso, Chadwick Boseman (aqui por ‘Destacamento Blood’) não está entre os finalistas da imprensa estrangeira de Hollywood, mas foi lembrado no SAG, o que mantém Chad com boas chances de receber indicação ao Oscar por cada um dos dois últimos filmes em que atuou antes de falecer, já que, ao contrário do Globo de Ouro, o sindicato é composto por boa parte dos membros votantes da Academia.

Chadwick Boseman

Enquanto isso, Jared Leto (‘Os Pequenos Vestígios’) é a grande surpresa, conquistando suas duas primeiras indicações na temporada logo agora, pela associação dos jornalistas e sindicato dos atores, criando outra incógnita, já que até aqui uma indicação na Academia seria improvável. Em percurso semelhante ao de Leto, quem também passa a ter chances de disputar o Oscar é Daniel Kaluuya (‘Judas e o Messias Negro’), emergindo com força em um momento importante da temporada.

Desta forma, seguros mesmo na categoria, apenas Leslie Odom Jr. (‘Uma Noite em Miami’) e Sacha Baron-Cohen (‘Os 7 de Chicago’), que vem sendo bem lembrados pela crítica e mantiveram as ótimas probabilidades de estarem no Oscar com suas indicações ao Globo de Ouro e SAG Awards.

Leslie Odom Jr.

Veja todos os indicados ao 78º Globo de Ouro aqui, e ao 27º Screen Actors Guild Awards aqui. A bolsa de apostas da temporada de premiações ganha novos ingredientes já nesta semana. Na última segunda-feira (8), os indicados ao Critics Choice Awards serão divulgados. E na terça-feira (9) a Academia anuncia a lista com 10 a 15 pré-finalistas em diversas categorias, incluindo a de melhor filme internacional e melhor documentário. O Portal Pepper acompanha e traz a análise completa dos escolhidos nos próximos dias.

Confira os principais eventos da temporada de premiações de 2021:

28 de fevereiro – Globo de Ouro 2021

7 de março – Critics Choice Awards

15 de março – anúncio dos indicados ao Oscar 2021

24 de março – premiação do Sindicato dos Produtores (PGA)

4 de abril – premiação do Sindicato dos Atores (SAG)

10 de abril – premiação do Sindicato dos Diretores (DGA)

11 de abril – Bafta 2021

25 de abril – Oscar 2021

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