Como não quer nada, estávamos navegando sem muitas pretensões no Instagram, até que, para nossa grata surpresa conhecemos o trabalho do casal Thiago e Lica, que lançaram o duo Songbook Band, em Belém do Pará.
O estilo musical consiste em uma mistura singela de jazz, blues, pop rock e bossa nova e traz consigo o intuito de compartilhar emoções e sensações relaxantes de cenários usuais do cotidiano. Sem contar com a preocupação do compositor em exaltar a beleza da vida, das paisagens e do sabor da felicidade.
Leia abaixo o bate papo com a dupla:
Portal Pepper – Vocês são da região Norte do país (Pará). Qual cidade?
Songbook Band – Somos de cidades distintas. Eu (Thiago) sou de Belém, e a Lica de Santarém.
PP – Com uma cultura forte do calipso e techno brega, como resistiram ao estilo regional?
SB – Eu, Thiago, não consegui resistir. Minha outra banda é praticamente de brega; mas quando chega o momento de sentar e relaxar, a alma pede os outros estilos. Apesar da música nortista ser muito associada ao brega e ao calipso, o que predomina nos bares da cidade, por exemplo, é a boa e velha MPB, e eu amo muito tudo isso.
PP – Vocês são casados há quanto tempo? Possuem filhos? Atualmente moram no Pará ou outra região? Pretendem sair da região norte?
SB – Ainda não somos casados, mas queremos muito ter filhos e pretendemos nos casar em uma praia que seja tão linda quanto o nosso amor. No momento moramos juntos em Belém do Pará, mas a Lica, como futura internacionalista, também pretende vivenciar novas experiências em outros países quando for possível.
PP – Como vocês se conheceram? E como decidiram formar um dueto musical? Quanto tempo existe o duo musical?
SB – Não sabemos muito bem como obtivemos acesso um ao outro, mas alguém de nós dois, há seis anos, enviou uma solicitação de amizade pro outro no Facebook e assim começamos uma interação bem sutil (até porque éramos de cidades diferentes), mas ambos sabíamos que queríamos tocar juntos. A Lica postava covers e eu acompanhava os posts dela enquanto ela também acompanhava o meu trabalho com a minha banda Mostarda na Lagarta (que teve uma grande repercussão em Belém e em outros lugares do Brasil.) Depois de todos esses anos, em 2020, ela se mudou para Belém pra estudar e tivemos a chance de finalmente nos conhecer pessoalmente. Nós somos apaixonados um pelo outro e temos uma relação de muito amor e paciência, inclusive nos nossos trabalhos, por isso decidimos tocar juntos. Criamos o duo aproximadamente no mês de março.
PP – Já possuem EP ou CD? Se sim, qual o nome e quando foi lançado? Se não, pretendem lançar? Para quando?
SB – Estamos pré-produzindo nosso disco inteiro com o celular da Lica no Garage Band. O disco será composto por dez canções que estamos preparando gradativamente. Sempre que terminamos de gravar algo, preparamos um vídeo dublado no formato do IGTV e compartilhamos os conteúdos nas redes sociais. Ao recebermos alguma proposta mais sólida de gravação/produção, pretendemos lançar oficialmente o disco “no tempo da delicadeza”.
PP – O que seria a nova face da música popular brasileira?
SB – A música popular brasileira não envelhece, mas se torna clássica; o que não a impede de trazer pra si novos embalos e novas características. Acho que nós temos feito um trabalho novo, atemporal e ao mesmo tempo nostálgico referenciado por vários gêneros musicais diferentes, trazendo um som bastante sofisticado e encorpado, mas sem tirar a beleza da simplicidade e do toque da juventude moderna nas músicas. Dos dezoito aos cento e poucos anos, existe uma possibilidade de todo mundo apreciar e se identificar.
PP – Como estão lidando com a quarentena? Estão produzindo nesse período?
SB – A quarentena tem sido a nossa maior aliada no quesito criatividade e produtividade, pois temos bastante tempo para pensar em como gostaríamos que o nosso trabalho fosse apreciado e descobrir as melhores maneiras de cativar o público, mas ao mesmo tempo é muito angustiante estar rodeado de uma maré tão ruim e que tem prejudicado e machucado tantas pessoas ao redor do mundo. Queríamos poder ajudá-las, mas só o que podemos fazer no momento é produzir um conteúdo bonito e de qualidade pra alegrar os dias dos nossos fãs e amigos, além de, obviamente, permanecer em casa e sempre cuidar um do outro.
PP – Porque o nome “Songbook Band”?
SB – Amo os songbooks, especialmente os que contam as histórias dos artistas. Por sempre ter me imaginado nas páginas desses charmosos livros, surgiu então a ideia de escrever um songbook autobiográfico, idealizando e lançando página por página, descrevendo nossas aventuras, e é claro, nossas músicas. Esse livro seria lançado em formato digital além do físico. Juntando todas as ideias pensamos em criar um perfil no Instagram, onde disponibilizaríamos as cifras e as letras das músicas como se fosse um livro de músicas e por isso achamos que seria interessante se ficássemos conhecidos como “a banda songbook”. Seríamos (literalmente) como uma história. Esse é um sonho ainda em construção.
PP – Quem são seus ídolos?
SB – Gilberto Gil, Caetano Veloso e Chico Buarque são os meus ídolos. Pra mim, os três são uma escola; uma combinação de coragem, delicadeza e sofisticação. Eu diria que, metaforicamente, eles são “portas de entrada para artistas mais pesados”. Me inspira quem me leva pro caminho da luz. Já a Lica aprecia muito o trabalho da Mallu Magalhães, Amy Winehouse e da Lana del Rey e carrega muito dessas três artistas na sua personalidade e até mesmo em algumas características físicas. Falando em inspiração, a Mallu é a maior e mais querida referência musical brasileira que ela tem há muitos anos. O sonho dela é que um dia cantem juntas.
Assista “Ficou Tudo Tão Bom”: