Terra Santa. Centro de diferentes religiões. Lugar de conflitos. E de paz. Israel não se explica há milhares de anos. Para os cristãos, é o lugar onde Jesus foi crucificado. Para os judeus, onde Salomão construiu o Templo Sagrado. Para os mulçumanos, onde Maomé ascendeu aos céus.
Israel é um Estado jovem: foi criado em 1948, impulsionado por uma demanda dos judeus que haviam sido expulsos do local há quase 2 mil anos e como uma lembrança ao holocausto da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
O país tem aproximadamente 7,5 milhões de habitantes em 22 mil quilômetros quadrados. Para o turista que visita o país, a primeira dica é não se irritar no aeroporto: é quase certo que os oficiais da polícia irão revistar toda a sua bagagem, inclusive os cremes caríssimos que você comprou no Mar Morto. Tudo é compreensível, tamanho o medo de atentados e a necessidade de proteger turistas e moradores.
A melhor época para viajar é entre março e maio e de setembro a novembro. No verão (julho a setembro), o termômetro chega facilmente aos 40º C. Setembro também é um mês complicado para turistas não-judeus, devido aos feriados de Rosh Hashana (Ano Novo judaico) e de Iom Kippur (Dia do Perdão).
Há voos diretos de São Paulo para Tel Aviv pela companhia israelense El Al. A passagem sai a partir de US$ 1,600 e dura 15 horas. Diversas outras companhias, inclusive TAM, Iberia e British, oferecem o trajeto com escala em alguma capital europeia.
Para o turista, é mais vantajoso adquirir um pacote que inclua aéreo e terrestre. A maioria das operadoras de turismo oferece excursões completas visitando várias cidades do país e os roteiros, normalmente, levam o nome de Terra Santa. Se tiver mais tempo, faça uma extensão à Jordânia.
Há também operadoras e denominações religiosas que oferecem os chamados roteiros espirituais, voltado a peregrinos. Para permanência de até 90 dias, brasileiros não precisam de visto. Outras informações turísticas podem ser obtidas no site www.goisrael.com.
A comunicação em Israel é fácil. Apesar de o hebraico ser a língua oficial e do árabe estar presente por todos os lados, os moradores comunicam-se em inglês e, muitas vezes, em espanhol, para estreitar a relação com os visitantes. Apesar das boas condições das estradas e do tamanho pequeno do país, não é aconselhável fazer a viagem de carro, devido às condições políticas instáveis. Para cruzar as áreas palestinas, por exemplo, é preciso passar pelo check point. Para o turista, nenhuma complicação, ao contrário dos milhões de palestinos que precisam trabalhar diariamente em áreas israelenses.
Tour pela Terra Santa
A jornada se inicia pela cidade de Jerusalém, um dos locais mais conturbados e admirados do mundo, sagrado para judeus, cristãos e muçulmanos. Jerusalém está dividida entre cidade nova e velha, onde se concentra a maioria das atrações turísticas. Durante toda a viagem, tenha respeito pelos locais sagrados, seja qual for sua religião, e se vista adequadamente: não mostre os ombros e, saias, só abaixo dos joelhos.
Além da visita as Montes Scopus e das Oliveiras, o Jardim de Getsemani e a Basílica da Agonia também fazem parte do momento cristão do trajeto, assim como o Ein Karem, o lugar de nascimento de São João Batista.
O tour prossegue pelo Muro das Lamentações, símbolo da cultura judaica. Depois, a visita ao Museu do Holocausto lembra o extermínio de 6 milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Na cidade velha, conhecemos a Esplanada das Mesquitas, um dos locais mais importantes para o islamismo, que abriga o Domo da Rocha. Para os muçulmanos, é o local onde Maomé ascendeu aos céus. Para os judeus, o local onde Abraão ofereceu seu filho para sacrifício.
Um dos momentos mais emocionantes, sobretudo para os cristãos, são as 14 estações da Via Dolorosa, com visita à Igreja da Flagelação, à Capela da Condenação, ao Calvário e ao Santo Sepulcro.
Em Jerusalém, visite também o bairro Judaico e o Cardo Romano. Já na cidade nova, o Kneset (Parlamento), a Residência Presidencial e o Teatro Municipal se destacam na paisagem sempre bege, cor presente em todas as casas da cidade. Também é imperdível a visita ao Museu de Israel, onde se encontra o Santuário do Livro e a Maquete de Jerusalém da época de Jesus.
O tour continua em Belém, com visita à Basílica da Natividade, à Gruta de São Jerônimo e à Igreja de Santa Catalina. Depois segue para Jericó, com visita ao Monte da Tentação. Pelo rio Jordão, continuamos até Nazaré para visitar a basílica da Anunciação, a carpintaria de São José e a Fonte da Virgem. Na visita a Yadernit, no rio Jordão, lugar onde Jesus foi batizado por João Batista, não deixe de levar uma garrafa para encher com água sagrada.
Continuamos, por barco, pelo Mar da Galileia até chegar a Cafarnaum, onde visitamos a antiga sinagoga e a casa de Pedro. Outro ponto de interesse é Tabgha, onde ocorreu o milagre da multiplicação dos pães e peixes, além do Monte das Bem Aventuranças, lugar do sermão da montanha. Na Galileia, a hospedagem ocorre num tradicional kibutz, uma fazenda comunitária judaica.
A viagem continua até São João de Acre, com fortificações medievais. Em Haifa, visita ao Santuário Bahai e aos Jardins Persas. Em Cesareia, a incrível visão do Teatro Romano, do aqueduto e da cidade cruzada.
Aproveite bastante o tour pela região do Mar Morto, considerada a maior depressão do mundo. É impossível afundar neste mar absurdamente salgado. Enquanto os outros oceanos têm 3 gramas de sal por 100 ml de água, o Mar Morto tem de 30 a 35 gramas de sal por 100 ml. Os produtos que utilizam a água e o barro do mar são considerados excelentes para a pele.
A viagem termina em Tel Aviv, a capital diplomática de Israel. Tel Aviv é uma cidade super moderna, com praias animadas e bares que funcionam até a madrugada. Na cidade, visite o Mosteiro de São Pedro, o Palácio da Cultura, a Praça Yitzhak Rabin e Museu da Diáspora, que rememora os milhares de anos em que os judeus ficaram dispersos pelo mundo.
Cultura
Lembre-se que, em Israel, o Shabat (dia de descanso) é seguido rigorosamente, sobretudo em Jerusalém. O Shabat tem início no pôr-do-sol da sexta-feira e termina no pôr-do-sol do sábado. Neste período, o comércio fica fechado, os restaurantes abrem em horário especial ou não funcionam, e os elevadores dos hotéis só operam normalmente se não tiverem a palavra Shabat. Antes de começar a reclamar que o passeio não foi realizado ou que não havia local para comer, peça informações ao guia e tome as providências necessárias.
Para comprar souvenires, visite os souks (mercados árabes). O melhor é o souk central de Jerusalém, na junção das ruas Davi e Corrente, que vende de temperos a cruzes.
Para se alimentar em Israel, leve muito dinheiro. A comida é cara, talvez uma das mais caras do mundo. Se possível, adquira pacotes com meia-pensão ou pensão-completa para evitar dor de cabeça. Um simples sanduíche pode sair por US$ 30. Mas não se preocupe: há redes internacionais de fast-food em várias cidades, sobretudo Jerusalém e Tel Aviv.
Não deixe de provar o falafel, tradicional bolinho de grão-de-bico e vegetais muito apreciado por judeus e árabes que, aparentemente, convivem muito bem em diversas áreas de Jerusalém. O shawarma (sanduíche de tiras de carne de cordeiro temperadas e enroladas no pão árabe) também é uma delícia, juntamente com os doces árabes.
Mas, afinal, por que Israel é o verdadeiro centro do mundo?
Porque é divino; porque é um caldeirão de culturas; porque desperta paixões há milhares de anos; porque é a morada de bilhões de almas em busca de paz; porque não se explica e não precisa de explicação.