XAMÕI TUPÃ E DJATSA’Á NHANDEWA, ARTISTAS INDÍGENAS, LANÇAM O EP “TAPÉ NHANDERU” COM CANTOS SAGRADOS

“SE NÓS, OS POVOS ORIGINÁRIOS, NÃO NOS APEGARMOS À NOSSA CULTURA, ELA VAI SER EXTINTA”, DIZ XAMÕI
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21.04.2025

Divulgação

Valorizando os cantos de cura, espiritualidade e resistência do povo Guarani Nhandewa, os artistas Valdemir Marcolino (Xamõi Tupã) e Sueli de Oliveira Marcolino (Djatsa’á Nhandewa) lançam o EP “Tapé Nhanderu”. Disponível nas principais plataformas digitais, o projeto possui quatro faixas autorais – “Floresta Mata Verde”, “Aã Txeru”, “Fogo Sagrado” e “Oporai” – gravadas na Aldeia Araçaí, no Paraná, e gravadas em estúdio pela WeeDoo Music.

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As músicas são cantos sagrados criados a partir da vivência espiritual dos artistas e conectados aos ensinamentos de Nhanderu, o criador do mundo na cosmologia Guarani. O nome do álbum, “Tapé Nhanderu”, significa “o caminho do criador” e remete à conexão espiritual entre os seres humanos, a natureza e os espíritos.

“Nós fomos honrados pelo Pajé, que me acompanhou desde a minha meninice, junto com meus pais e meus irmãos. Tive o aprendizado dos rezos e dos cantos sagrados na casa de rezo quando eu ia com a minha mãe. Hoje estou nesta caminhada, consagrando as medicinas da floresta. O canto da floresta traz paz, amor e alegria, esperança e sabedoria”, destaca Sueli de Oliveira Marcolino, intérprete e compositora das músicas “Floresta Mata Verde” e “Fogo Sagrado”.

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A realização do projeto partiu do interesse do fundador da Trópico, Di Florentino, em contribuir para o registro e valorização dos saberes tradicionais como patrimônio imaterial. A partir do encontro com os artistas Guarani Nhandewa, a proposta foi unir arte, espiritualidade e tecnologia para criar uma obra que amplificasse suas vozes diante de um contexto histórico de silenciamento.

Este é o primeiro álbum autoral de Valdemir e Sueli. A iniciativa se soma a outras ações recentes de valorização da cultura indígena no Brasil, mas ainda é raro encontrar registros autorais com esse nível de autonomia, qualidade técnica e protagonismo dos próprios artistas indígenas. Valdemir reforça que a intenção é manter a cultura Guarani Nhandewa viva. “Nós queremos compartilhar os rezos, os cantos de alegria para fortalecer. Não deixar nossa cultura morrer. Porque se nós, os povos originários, não nos apegarmos à nossa cultura, ela vai ser extinta. Porque nós enfrentamos muito preconceito. Todo esse trabalho que estamos fazendo é para fortalecer e descriminalizar nossa cultura, que é a raiz do Brasil”.

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A cultura Guarani, dividida em subgrupos como Mbya, Kaiowá e Nhandewa – é uma das mais numerosas e antigas do país. Os Nhandewa somam cerca de oito mil pessoas no Brasil, espalhadas principalmente pelos estados do Sul e Sudeste, e têm enfrentado sucessivos processos de apagamento e perda territorial. Em meio à urbanização, ao preconceito e à violência institucional, iniciativas como Tapé Nhanderu afirmam o direito à memória e à voz. O lançamento de “Tapé Nhanderu” e convida a repensar o lugar das vozes indígenas na cultura brasileira como pensamento vivo, criativo e transformador. Ouça o EP na íntegra:

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